domingo, 17 de fevereiro de 2013

Oscar Watch 2013 - A hora e a vez de Benh Zeitlin

                                                                                         Vanity fair

Acontece de vez em quando de um diretor estreante encantar o mundo com seu filme de estreia, mas raramente na proporção que o nova-iorquino Benh Zeitlin, de apenas 30 anos, conseguiu. Com Indomável sonhadora, ele já havia conquistado Sundance em 2012 e também Cannes, onde o filme foi premiado na mostra Um certo olhar. A cereja no bolo, no entanto, veio com a surpreendente nomeação ao Oscar de direção. Zeitlin é o segundo mais novo na história a concorrer nesta categoria. A frente dele, apenas John Singleton que em 1991 foi indicado na categoria pela direção de seu filme de estreia, Os donos da rua, com apenas 24 anos.

Zeitlin, no entanto, tem outra indicação ao Oscar neste ano. Ele também concorre pelo roteiro de Indomável sonhadora, em parceria com a autora do texto original, uma peça de teatro, Lucy Alibar.
Zeitlin conduz uma trama de encantamento sobre pobreza, superação, dor e sonho. Ao temperar a realidade com fantasia, Zeitlin que já havia dirigido curtas premiados em festivais e associações de críticas conquistou os votantes da academia e barrou figurões como Quentin Tarantino, Kathryn Bigelow e Ben Affleck entre os indicados a melhor diretor de 2012.
O último diretor estreante a vencer o Oscar foi Sam Mendes em 2000 por Beleza americana. Mendes, de fato tinha um trabalho excepcional, mas tinha também um filme de estúdio em suas mãos. Imaginar uma vitória de Zeitlin talvez seja sonhar demais, mas ele já se provou surpreendente.
Desde a vitória de Sam Mendes, a Academia nomeou outros diretores novatos ao Oscar de melhor direção. Sofia Coppola concorreu em 2004 por Encontros e desencontros, seu segundo trabalho atrás das câmeras. No ano seguinte foram as vezes de George Clooney, com Boa noite e boa sorte, sua segunda incursão na direção, Bennett Miller, documentarista que estreava na ficção com Capote, e Paul Haggis, roteirista que estreava na direção com Crash- no limite. Em 2008, foram indicados Tony Gilroy, roteirista estreante na direção com Conduta de risco, e Jason Reitman, por Juno – seu segundo filme. Já em 2010, Lee Daniels foi contemplado com uma indicação por sua estreia na direção em Preciosa – uma história de esperança. Em 2011 foi a vez de Tom Hooper, por O discurso do rei, ser indicado por sua estreia em direção. Diferentemente de Mendes, no entanto, Hooper já havia dirigido telefilmes e minisséries. Mas era sua estreia em longas-metragens para cinema.  

                                                                                                                                                     Divulgação
Tom Hooper e Sam Mendes, diretores oscarizados por suas estreias no cinema

Como pode se ver, a academia estimula com certa frequência a renovação atrás das câmeras. Sabe se mostrar atenta à movimentação que se dá nos corredores do cinema enquanto arte e, como prova a indicação inesperada de Zeitlin, sabe destacá-la.
Ainda não se sabe o que o futuro reserva para o promissor cineasta de Indomável sonhadora, é provável que siga no cinema independente, mas capitalizando mais atenção e investimento. É o Oscar plantando sementes.

2 comentários:

  1. Ainda não assisti a "Indomável Sonhadora" e não conheço muito do Benh Zeitlin, mas, sem dúvida alguma, ele tem chamado a atenção. Por ter sido, principalmente, uma das surpresas do Oscar 2013, roubando uma vaga que poderia ter sido de alguém mais conhecido como Ben Affleck e Kathryn Bigelow. Gostei do seu post pela oportunidade de conhecer um pouco mais sobre esse diretor jovem.

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  2. Obrigado Ka. Pois é, tenho poucas restrições lista de diretores do Oscar.Eu talvez tivesse indicado Affleck no lugar de Spielberg. Mas Bigelow e Hooper não entrariam.
    Bjs

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