Como de hábito, a lista apresentada pela Hollywood Foreign
Press Association (HFPA) passa longe da unanimidade. Mas em 2012, a opção por nomes e
filmes mais sólidos deram o tom. É isso o que ajuda a explicar o favoritismo de
Lincoln, cinebiografia do presidente americano mais popular da história feita
por um dos diretores mais populares da história, Steven Spielberg, e a exclusão
da categoria de O mestre, saudado por muitos como um dos filmes mais
importantes e complexos da temporada. Mesmo assim, O mestre valeu a seus três
principais atores indicações ao prêmio.
A hora mais escura, filme seguinte a Guerra terror de
Kathryn Bigelow, conquistou quatro indicações e se alinhou a Argo, de Ben Affleck,
e Django livre, de Quentin Tarantino, ambos com cinco nomeações, como as
grandes forças na categoria dramática a assombrar o favoritismo de Lincoln.
Do lado das comédias, O lado bom da vida, novo longa de
David. O Russell, é o filme a ser batido. Os miseráveis não parece apto à
concorrência de um dos filmes mais prestigiados da temporada, mas o gosto da
HFPA por musicais pode desequilibrar essa disputa. Os outros três filmes
listados na categoria, Moonrise kingdom, O exótico hotel Marigold e Amor impossível,
fazem apenas figuração.
Entre os diretores, Steven Spielberg goza de certo
favoritismo. Mas Affleck e Tarantino podem ser surpresas. Ang Lee por As
aventuras de PI, que também está indicado entre os filmes dramáticos, seria uma
opção surpreendente dentro do desenho que se ergue na atual temporada.
Cena de Django livre, novo longa de Tarantino: o filme caiu nas graças da HFPA e pode decolar na temporada ou ficar pelo Globo de Ouro mesmo
Na categoria de roteiro pode se cristalizar a força de
Lincoln na temporada. O Globo de Ouro dificilmente alinha o prêmio de roteiro
ao de filme dramático, salvo quando há muito entusiasmo com a produção em
questão, caso de A rede social em 2011 e O segredo de Brokeback Mountain em
2006. Ano passado, por exemplo, Meia noite em Paris triunfou nessa categoria e
na de melhor comédia. Apenas O lado bom da vida pode fazer o mesmo esse ano no
segmento das comédias. Já em drama, tudo indica que Lincoln deve prevalecer em
filme, direção e roteiro. A fita poderia faturar ainda os prêmios de ator e
ator coadjuvante, se tornando um dos maiores vencedores do Globo de Ouro em
todos os tempos com cinco prêmios. Apesar do prestígio de Daniel Day Lewis, sua
vitória, no entanto, não é uma certeza. Joaquin Phoenix, muito elogiado por O
mestre, pode ser uma boa aposta. John Hawkes (As sessões), Richard Gere (A
negociação) e Denzel Washington (O voo) têm menos chances, ainda que Washington, que já não ganha um Globo de Ouro há muito tempo, apresente prestígio
tão consolidado quanto Day Lewis.
Entre as atrizes dramáticas Jessica Chastain parece um passo
a frente por seu desempenho em A hora mais escura. Sua vantagem se agiganta
mais em seu background recente no cinema. Contudo, Marion Cotillard (Ferrugem e
osso) e Naomi Watts (O impossível) podem ser alternativas a uma premiação até
certo ponto previsível.
No âmbito das comédias e musicais, Jack Black por Bernie
pode ser o elemento surpresa na briga entre Hugh Jackman (Os miseráveis) e
Bradley Cooper (O lado bom da vida). Mas o último é a aposta mais segura. Assim
como sua parceira de cena, Jennifer Lawrence, parece certeza entre as atrizes
de comédia.
Na briga dos coadjuvantes, a alta estima conquistada por
Django livre junto aos votantes e a preferência sempre indisfarçada da HFPA por
Leonardo DiCaprio pode dar ao ator mais uma vitória no Globo de Ouro. A última
foi por O aviador. Mas Tommy Lee Jones por Lincoln é um nome a se respeitar,
ainda mais com a força que o filme vem demonstrando na temporada. Anne Hathaway
(Os miseráveis) vem convivendo com a expectativa desse ser o seu ano e no Globo
de Ouro a certeza disso deve começar a se construir. Mas figuras igualmente
queridas como Amy Adams (O mestre) e Sally Field (Lincoln) podem ser potenciais
estraga prazeres.
Naomi Watts é um nome emergente na temporada por sua atuação em O impossível e pode ser uma opção a Jessica Chastain
Amour deve prevalecer entre as produções estrangeiras e
Detona Ralph e A origem dos guardiões dividem o favoritismo entre as animações.
No lado da TV, as novatas da HBO Girls e The newsroom devem
prevalecer, mas as surpresas não devem dar o tom nas categorias de atuação. A
HBO, com Game change, também deve ser a grande vencedora entre as minisséries e
filmes feitos para a tv.
Adorei a lista de indicados do Globo de Ouro 2013, na parte de cinema, por uma simples razão: a ausência daquelas bizarrices que são comuns às escolhas feitas pela HFPA. Confesso que fiquei muito animada com a indicação de Nicole Kidman, por "Paperboy". Com essa menção de agora e a do SAG, fico imaginando se ela não chega ao Oscar também!
ResponderExcluirNo mais, a categoria de Melhor Atriz está bem animada. Naomi Watts e Helen Mirren embolaram tudo! Acho que a Mirren, das cinco mais cotadas para indicação ao Oscar 2013, é a mais vulnerável. Acho que, pro Oscar, ela dá lugar para Emmanuelle Riva ou a menina de "Beasts of the Southern Wild".
Beijos!
Eu só fico ainda mais curiosa para ver os filmes que ainda não estrearam por aqui, hehe. Agora, me surpreendi com as indicações de O exótico hotel Marigold.
ResponderExcluirbjs
Kamila: suas ponderações a respeito da corrida pelo Oscar de atriz são muito boas. Mas acho que Naomi Watts já é uma certeza. Riva pode ser a "surpresa" na lista do Oscar. Acho que ficou um pouco mais difícil para a menina de "Indomável sonhadora" sem o suporte do SAG. Vale lembrar que o filme é inelegível para o sindicato e isso certamente dificultou muito sua campanha para o Oscar.
ResponderExcluirbjs
Amanda: Pois é... essas indicações são, no mínimo, inusitadas mesmo. até pq haviam comédias melhores.
Bjs