Philip Seymour Hoffman em cena de O mestre: uma certeza perene dessa temporada de premiações é sua inclusão entre os cinco coadjuvantes do ano no Oscar
A corrida pelo Oscar de melhor ator coadjuvante se anuncia
como uma das mais intensas e febris da atual temporada de premiações. Isso
porque gente que parecia não calçar o número do Oscar ou gente que há muito
surgia em produções abaixo de seu calibre resolveu contra-atacar em 2012. Três
nomes bastante ventilados nessa etapa da corrida se encontram nessa situação. A
Weinstein Company, que distribui Django livre nos EUA, anunciou que fará campanha
por Leonardo DiCaprio nesta categoria e que tanto Christoph Waltz como Jamie
Foxx disputarão vaga por melhor ator. Mas é DiCaprio, como o vilão que o
próprio Tarantino disse odiar, quem reúne as melhores chances de indicação por
atuação no filme. Isso é ponto pacífico antes do filme ser mostrado para grande
parte da crítica americana. Já Robert De Niro vem sendo festejado por sua
atuação em O lado bom da vida. Fora do Oscar há precisamente 20 anos, sua
última indicação foi por Cabo do medo (1991), De Niro pode até não chegar ao
Oscar, mas projeta uma baita sombra em outros pretendentes ao prêmio. Já John
Goodman é aquele tipo de ator sempre eficiente, mas que raramente abraça um
papel premiável. Em 2012 ele agarrou alguns desses. Em especial, em Argo, filme
cujo elenco inspira elogios rasgados e pode render louros aos colegas de cena
Alan Arkin – oscarizado nesta mesma categoria há cinco anos por Pequena miss
Sunshine e Bryan Cranston – ator que vê expandir seu séquito de fãs (em
Hollywood e fora dela), mesmo sem ser celebridade.
De Niro contracena com Bradley Cooper em O lado bom da vida: ele pode voltar ao Oscar depois de 20 anos
Alan Arkin e John Goodman brindam com Ben Affleck em cena de Argo: um dos coadjuvantes do filme será indicado. Bryan Cranston, além dos dois, é uma possibilidade
Ewan McGregor, por sua vez, já faz por merecer uma distinção
da academia há algum tempo; e ela pode vir por O impossível. Filme em que faz
um pai de família lutando para manter-se vivo e reencontrar-se com seus filhos
e esposa na esteira do devastador tsunami que varreu o sudeste asiático em
2004. Russel Crowe é outro que faz dez anos que não é mais citado em prévias
para o Oscar. Como o vilão de Os miseráveis, volta a ter seu nome comentado.
Mas é pacífico entre a crítica que ele tem a atuação menos impactante dentre as
estrelas do longa de Tom Hooper. Isso pode lhe ser prejudicial em um momento
definidor da corrida.
São nomes que se projetam para uma disputa intensa e que
parece ter apenas uma convicção: Philip Seymour Hoffman estará entre os
indicados. Sua candidatura é construída quase que naturalmente desde a exibição
de O mestre em Veneza e Hoffman é daqueles atores que os acadêmicos adoram. Se
vai ganhar, é cedo para apontar. Mas certamente ele já está na disputa para
vencer e não para ser indicado.
Nomes menos comentados, pelo menos nessa fase da corrida,
mas que merecem atenção são Javier Bardem por Operação Skyfall, Tommy Lee Jones
por Lincoln e Garrett Hedlund por Na estrada. Bardem já provou ter trânsito na
academia e se Skyfall for eleito o blockbuster do ano pelos acadêmicos, já que
Os vingadores é muito barulhento e O cavaleiro das trevas ressurge,
decepcionante, o espanhol pode ser um abalizamento claro dessa opção
equilibrada da academia. Já Tommy Lee Jones é outro baita ator que só precisa
de um papel mais adornado a seus muitos predicados interpretativos para ter vez
junto à academia. Pode ser uma opção conservadora aos nomes de McGregor,
Goodman e, até mesmo, DiCaprio. Por último, Hedland é a melhor coisa do contemplativo
filme de Walter Salles. Seria uma aposta no novo e também no cinema
independente. Coisa que costuma acontecer na categoria. Novos nomes devem
surgir, mas essencialmente a corrida pelo Oscar de ator coadjuvante se
circunscreve a esses nomes.
Garrett Hedlund: uma força da natureza em Na estrada e uma possibilidade à esquerda para os votantes da academia
Briga de cachorro grande mesmo, vamos aguardar a lista em janeiro, mas apesar de menores chances eu torço para que Javier Bardem possa estar nela.
ResponderExcluirbjs
Olá Reinaldo! Conheci seu blog por intermédio do CinePopCult da Amanda. Assim como ela torço para que Javier Bardem roube a cena.
ResponderExcluirAbraço!
P.S estou seguindo!
http://ocinematografo.blogspot.com.br/
Das atuações que eu vi, em 2012, para mim, a mais merecedora de indicação é a do Garrett Hedlund, mas sinto que ele nem será lembrado pela AMPAS, o que é uma pena, porque ele merece muito.
ResponderExcluirAcho que a categoria de Melhor Ator Coadjuvante, para o Oscar 2013, está completamente aberta. Acredito que tudo se definirá em cima da hora. Fiz minhas apostas no Cinéfila por Natureza nesta semana e cometi o erro de me esquecer do Di Caprio. Se "Django Unchained" for bem sucedido, com certeza, ele deve entrar na disputa.
Beijos!
Amanda: Acho que Javier tem chances boas, justamente porque nem todos os cachorros na disputa são grandes...
ResponderExcluirbjs
Emerson: Um prazer recebê-lo meu caro. Esperoq que goste de acompanhar o blog tanto quano eu gosto de fazê-lo. Um agrande abraço!
Kamila: Pois é, pode ser a redenção de DiCaprio, mas ainda não dou a candidatura dele como certa. Só Hoffman goza desse prestígio...
Bjs