O conjunto de críticos mais antigo do planeta, prévio
inclusive à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, o
National Board of Review (NBR) anunciou sua lista de melhores de 2012. Vale
lembrar que, historicamente, a instituição apresenta baixo índice de
concomitância com os vencedores do Oscar de melhor filme. No entanto, o NBR,
principalmente nos últimos anos, tem demonstrado ser um excelente termômetro
para as indicações ao Oscar. Desde que a academia expandiu o limite de
concorrentes na categoria de melhor filme, o NBR manteve média de 70% de acerto
ao ano. Isso quer dizer que os dez filmes incluídos no TOP 10 do ano no NBR,
além do eleito melhor filme, são fortes candidatos a chegarem ao Oscar.
Coisa rara, o NBR concordou com o mais politizado círculo de
críticos de Nova Iorque e elegeu Zero Dark Thirty, que no Brasil se chamará A
hora mais escura, o melhor filme do ano. A produção prevaleceu ainda nas
categorias de direção (Kathryn Bigelow) e atriz (Jessica Chastain). Os dez
filmes selecionados como melhores do ano foram Argo, As vantagens de ser
invisível, Indomável sonhadora, Django livre, Os miseráveis, Lincoln, Looper,
Promisse land e O lado bom da vida.
Jessica Chastain em cena de A hora mais escura: ela e o filme começam a solidificar suas candidaturas...
Looper foi eleito ainda o melhor roteiro original e O lado
bom da vida, além do prêmio de roteiro adaptado, rendeu a Bradley Cooper o
troféu de melhor ator do ano. Cooper, na verdade, é o grande destaque da
premiação da NBR. Mais do que qualquer outra categoria de atuação, quem ganha
como melhor ator no NBR entra na lista da academia. Nos últimos 12 anos, só em
2009 - quando Clint Eastwood venceu por Gran Torino – o vitorioso no NBR não
foi ao Oscar.
O melhor elenco foi Os miseráveis. Leonardo DiCaprio foi
eleito o melhor coadjuvante por Django livre e Ann Dowd do independente
Compliance foi escolhida como a melhor coadjuvante entre as atrizes. Vale
lembrar sobre esta categoria, que foi o NBR que colocou no mapa das premiações
o nome de Jacki Weaver pelo independente australiano Reino animal há dois anos.
No entanto, é cedo para dizer se o prêmio concedido a Dowd terá o mesmo efeito
que levou Weaver ao Oscar.
O melhor filme estrangeiro foi Amour, que vai se
configurando em uma das babas da temporada, e a melhor animação foi Detona
Ralf.
E agora?
Analisando friamente a lista do NBR pouco muda. Há sim,
aparentemente, um protagonismo do novo filme de Kathryn Bigelow entre os
críticos. A exemplo do que ocorreu há três anos com Guerra ao terror. Lincoln e
Os miseráveis, no entanto, parecem mais afeitos ao gosto dos sindicatos – que
começam a se pronunciar na próxima semana. Se podemos apontar um vitorioso é O
lado bom da vida, com uma vitória robusta de um ator de estatura artística
francamente inferior a muitos de seus concorrentes, sinalizando que o filme
detém uma candidatura sólida. Cooper, aliás, entrou para valer na corrida pelo
Oscar. Junto com Lincoln, neste momento, a fita de David O. Russell é a que
mais apresenta chances para múltiplas indicações nas categorias de atuação e
talvez seja o único com possibilidades de chegar ao Oscar com chances de
indicação ao Big five (filme, direção, roteiro, ator e atriz).
Robert De Niro, Bradley Cooper e David O. Russell na premiere americana de O lado bom da vida: o filme ganhou musculatura em momento importante da corrida pelo Oscar
A inclusão de Indomável sonhadora no top 10 de filmes do ano
e não entre os dez melhores filmes independentes do ano também diz muita coisa.
É este o filme que pode aspirar à disputa de melhor filme. Na estrada e
Moonrise kingdom, relacionados entre os independentes, não são cartas fora do
baralho, mas reúnem mais chances em categorias menores.
Entre os filmes estrangeiros, o alemão Barbara e o chileno
No deram importante passo para construir suas candidaturas ao Oscar.
Para conferir a lista completa dos premiados, clique aqui!
Tem me chamado a atenção, nos dois primeiros prêmios da crítica a serem anunciados, o fato de que "Zero Dark Thirty" parece ter assumido a ponta pela corrida do Oscar. "Les Miserábles" tem tido um desempenho muito discreto, diria até decepcionante, por enquanto. Assim como outras obras que esperávamos muito, como "The Master"... Acho que, pelo jeito, a briga ficará entre o filme da Kathryn Bigelow, "Lincoln" e "Argo". Outra que parece estar caindo na briga é Jennifer Lawrence, antes vista como favorita ao prêmio de Melhor Atriz.... A Jessica Chastain está assumindo a ponta da corrida, aos poucos.
ResponderExcluirBeijos!
É, será que Kathryn Bigelow vai surpreender novamente?
ResponderExcluirbjs
Kamila: Não acho que Zero dark Thirty esteja na dianteira para o Oscar. E não descartaria The master... O filme não tem condições de ser o favorito ao Oscar, mas deve chegar!
ResponderExcluirBjs
Amanda: Bem, da primeira vez não foi bem surpreeeesa né? Mas para responder sua pergunta, acho que não!
Bjs