“O segredo é escolher os atores certos. Com frequência eles
apresentavam ideias muito mais interessantes do que as minhas e eu ficava
pensando: ‘eu vou receber o crédito por isso, mas os atores conduziram o
navio’”, disse Ben Affleck em uma entrevista ao Hollywood Watch. Em outra
entrevista, ao site UOL, o ator vaticina contra aqueles que teimam em dizer que
ele é melhor diretor do que ator: “Não acho que sou melhor diretor do que ator,
nem melhor ator do que diretor, nem melhor roteirista do que diretor ou ator.
Eu tento fazer filmes e, para mim, essas coisas estão relacionadas. Foi assim
que aprendi”.
Affleck relatou ao O Estado de São Paulo que sua maior
preocupação era não errar na mão no tom do filme, que faz uma improvável mescla de
comédia com thriller ao reunir elementos de uma sátira aos costumes hollywoodianos
ao metiê da espionagem.
O contexto político do filme, que versa sobre o resgate de
diplomatas americanos em um Irã
em franca ascensão revolucionária, foi reforçado pelo levante de radicais
islâmicos contra um filme anti-islâmico que culminou na morte do embaixador
americano na Líbia.
Affleck lamenta a infeliz coincidência, mas sabe que o
ocorrido atrairá ainda mais atenção a seu filme que ainda figura entre as
primeiras posições no box office americano mais de um mês após a estreia. Argo, aliás,
protagonizou um feito raríssimo. Retomou a liderança das bilheterias duas
semanas depois de tê-la deixado escapar. O filme detém a melhor média de
público atual das salas americanas e as bolsas de apostas dão como certa a
presença do filme entre os concorrentes a melhor do ano no próximo Oscar.
O entusiasmo com a carreira de Affleck atrás das câmeras é
grande e em Argo, outro ator que já fez essa passagem dá mais envergadura ao
projeto. George Clooney é um dos principais produtores do filme. Affleck, por
sua vez, já goza de total liberdade junto à Warner, estúdio com quem mantém
contrato para dirigir.
Assim como ocorreu com Atração perigosa, que Claquete
incluiu entre os melhores lançamentos de 2010, e Medo da verdade, incluído na
lista do blog de melhores filmes da última década, Affleck é bem sucedido em
aliar fórmulas comerciais à veia autoral. Mas a experiência de dirigir um
thriller foi ainda mais gratificante. “O mais legal desse filme é que você pode
dizer para as pessoas: seu coração vai acelerar, você vai roer as unhas...”,
admite.
Sobre o Oscar, pelo menos em público, ele nega expectativas.
“Eu não tenho a menor ideia sobre o Oscar. No momento estou preocupado com que
as pessoas de fato vejam o filme”.
A arte de dirigir a si mesmo: Desde que começou a dirigir, Affleck se tornou um ator melhor, ainda que ele resista a reconhecer isso
Futuro
Muitos são os projetos aos quais Affleck se vê relacionado.
Nenhum deles, porém, é verdade. O diretor Ben Affleck ainda não elegeu seu
próximo trabalho. Embora não esconda que flerta com a ideia de dirigir uma
comédia assumida, já que Argo se vale do expediente do humor mais como sobretom.
Já como ator, está envolvido em Runner, runner, fita de ação que protagonizará
ao lado de Justin Timberlake, e Focus, nova comédia dos diretores de Amor a
toda prova.
A paciência para peneirar seus próximos projetos, seja como
ator ou diretor, talvez seja a grande demonstração de que, aos 40, Ben Affleck
finalmente chegou onde sempre quis estar.
Concordo com a sua última frase: Affleck finalmente chegou onde sempre quis estar. Pura verdade!
ResponderExcluirNão sabia que "Argo" tinha um pé no humor. Massa isso, fiquei mais curioso com o filme, rs
Abs.
Alan: Chegou, não chegou?
ResponderExcluirAbs