Intrigas e Meryl Streep polarizam as opiniões sobre A dama de ferro
Desde que foi anunciado, A dama de ferro provocou nos fãs de Meryl Streep uma excitação diferenciada com a expectativa de que o papel de Margaret Thatcher, a primeira ministra britânica entre 1979 e 1990, pudesse valer a atriz, em uma eventual 17ª indicação ao Oscar, sua terceira estatueta. O filme a reuniria a diretora Phyllida Lloyd do irregular, ainda que imensamente bem sucedido comercialmente, Mamma Mia.
O filme, cuja distribuição compete a Weinstein Company, ficou de fora da grande maioria dos festivais de cinema que pontuam o segundo semestre. A razão era muito simples. O todo poderoso Harvey Weinstein não teria gostado do resultado do filme, mas estava confiante de que poderia capitalizar em cima da performance de Meryl Streep e só gostaria de promover debates a respeito às margens da Oscar season. Não à toa, a estréia americana da fita foi marcada para o dia 30 de dezembro. No Brasil, o filme deve ser lançado no dia 13 de janeiro.
O que ocorre é que A dama de ferro, com a proximidade dos primeiros prêmios da crítica e das indicações para os majors Globo de ouro e Critic´s choice awards à espreita, já está sendo exibido para críticos na Inglaterra e nos EUA e tem provocado um misto de polêmica, descontentamento e indiferença.
Na Inglaterra, a crítica concorda com duas coisas. A “imitação na medida” que Streep faz de Tatcher recuperando até mesmo cacoetes de postura e entonação de voz da estadista (“Ela consegue encontrar a mulher em uma figura caricata”, observou o The Times) e o desacerto do tom do filme. Para alguns veículos como o The Guardian, o filme é apenas “tolo e previsível”. Para outros, como o Daily Mail, trata-se de uma “fantasia esquerdista”. O The Guardian observa que o filme “demonstra pouca consciência do mundo exterior e das políticas governamentais”. O que, em outras palavras, quer dizer que o filme é uma bomba.
O Daily Telegraph foi mais condescendente. Entendeu que a fita é compreensiva com sua biografada e busca a todo o tempo o equilíbrio.
As reações na Inglaterra, ainda que conflitantes, têm sido mais efusivas do que nos EUA. Razão que deve começar a preocupar Harvey Weinstein. O Los Angeles Times escreveu que “nem Meryl Streep salva A dama de ferro”. Outros importantes veículos como o USA Today e o New York Times fizeram resenhas protocolares que deixam escapar um certo grau de indiferença com um filme que desde o princípio parecia formatado única e exclusivamente para sua protagonista brilhar.
Os críticos americanos se dividem quanto a possibilidade de Meryl Streep ser indicada ao Oscar pela 17ª vez por este filme. Muitos creditam uma possível indicação ao peso da atriz e ao prestígio de um papel dramático em um drama político e biográfico. Mas há quem enxergue uma disputa intensa pelas vagas na disputa por melhor atriz e um filme tão contestado pode prejudicar a candidatura da atriz. Mais um dilema para acompanharmos no curso da Oscar season.
Acho que a indicação para Meryl é mais do que óbvia. Primeiro porque estamos falando de Meryl - e é extremamente improvável que ela seja ignorada. E segundo porque a data de lançamento do filme é oportuna: mesmo que o filme seja ruim, Meryl vai estar na boca do povo bem na época das votações. De qualquer forma, ainda tenho muito medo do filme, em especial por causa da Phyllida Lloyd (enquanto assistia o trailer, parecia um misto de comédia o drama, o que me deixou preocupado com o tom que a história escolheu...)
ResponderExcluirTenho lido bastante a respeito da divisão dos críticos em relação a esse filme. Mas eu tenho comigo a impressão de que ela decerto conseguirá uma décima sétima indicação, pois, afinal, conquistou uma indicação pelos filmes "One True Thing", em 1999, e "Julie & Julia", em 2010 - não faz nenhum sentido não estar entre as indicadas por um drama biográficode peso político.
ResponderExcluirMas é esperar para ver, né...
O gato subiu no telhado para o filme. Enfim, não sei mais o que esperar.
ResponderExcluirUma indicação ao Oscar, a Meryl consegue. Só acho que a estratégia dos Irmãos Weinstein para esse filme está totalmente errada. Mantiveram a obra em segredo por muito tempo, não a divulgaram nos importantes festivais... A verdade é que a Meryl voltará a ganhar um Oscar quando tiver por trás dela um filme com buzz suficiente nas categorias importantes do Oscar. Ela não vencerá tendo que carregar o filme sozinha nas costas.... Mais uma vez, infelizmente, prevejo que ela não vencerá! :(
ResponderExcluirÉ, só vendo, mas parece mesmo que o filme não é o que prometia. Ainda estou curiosa com a interpretação de Meryl Streep.
ResponderExcluirbjs
Matheus: Olha Matheus, até entendo sua posição e me ajusto a ela tb. tb acho que Meryl tem grandes chances de ser indicada na base do prestígio que ostenta. Mas fica por aí.Se entrar na disputa, já chega derrotada.
ResponderExcluirAbs
Luís:Pois é Luís.Vc tem um ótimo argumento aí. A diferença é que em Amor verdadeiro e Julie & Julia, Meryl Streep era justamente o trunfo de filmes sem grandes aspirações artísticas - como em O diabo veste Prada por exemplo. Aqui a lógica é inversa. Ela é o grande trunfo de um filme que se pretende artístico através dela.
É uma diferença sutil, mas ainda assim uma diferença.
Abs
Alan:Desde anunciado, eu já sabia que esse filme não seria uma, digamos, Brastemp. Essa diretora é MUITO ruim...
abs
Kamila: Não concordo que a campanha promocional seja ruim. Acho que Harvey Weinstein optou pela linha correta para promover Meryl. Isso fica ainda mais patente se ele de fato achou o filme ruim.Se ela conseguir a indicação, e este ano não parece tão fraco como 2009 quando ela entrou com a pobre performance de Julie & Julia,certamente fica por aí.
Bjs
Amanda: Bem, eu já sabia que não vinha grande coisa por aí. Mas, como vc sabiamente apontou, só vendo...
Bjs