segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Crítica - O preço do amanhã

Sem tempo para metáforas!

O grande achado de O preço do amanhã, além de uma bem sacada homenagem ao clássico Bonnie & Clyde –uma rajada de baladas, é provar que Justin Timberlake convence como astro de ação. O que não é pouca coisa em tempos que nem mesmo o brucutu Vin Diesel se firma sem o apelo da marca Velozes e furiosos.
Justin observa: Jason Stathan aí vou eu...
A fita de Andrew Niccol apresenta um futuro aterrador. O corpo humano é programado para envelhecer até os 25 anos. E a partir de então, você precisa ganhar cada hora do seu dia. Os pobres não duram muito e os ricos flertam com a imortalidade. A moeda em questão é o tempo. A parte uma maior contextualização, que Niccol se esquiva de prover em prol do hype de observar esse futuro tão próximo e tão distante, O preço do amanhã funciona como metáfora desde que haja boa intenção. A ideia é mesmo jogar o protagonista em uma espiral de adrenalina na luta por sua vida. Após perder a mãe, Will Salas (Timberlake) parece conformado com os dois dias de vida que ainda lhe restam. Ao cruzar com um sujeito centenário e profundamente deprimido, seu conformismo se transformará. O velho confinado no corpo jovem de Matt Bomer, lhe cede mais de 100 anos de vida com a condição de que ele não os desperdice. Um conceito, convenhamos, um tanto vago. Salas se incumbe de lutar contra o sistema e aí entra em choque com os agentes do tempo. É quando entra em cena o outro grande achado de O preço do amanhã: Cillian Murphy. O ator está bem a vontade na pele de um policial incorruptível com um senso de obrigação irrevogável. Ponderado e com uma face sofrida, Murphy está um tom acima – em nível de qualidade - de seus companheiros de elenco.
Niccol não parece interessado em desenvolver o bom argumento que tem em mãos. O drama dos personagens está lá para dimensionar a ação e não o contrário. Não é uma opção ilegítima.
Niccol já se provou capaz de criar universos realmente aterradores e um mundo em que se é preciso valorizar cada hora e viver cada dia como se fosse o último realmente pode prescindir de metáforas e refugiar-se na eloquente homenagem ao clássico dirigido por Arthur Penn e estrelado por Warren Beatty e Faye Dunaway.

4 comentários:

  1. Niccol tem ótimos roteiros. Gostei do poste abaixo, talvez eu confira "O Preço Do Amanhã" e nem sabia da participação de Cillian Murphy! Pouco que sabia era do casal central naquele cartaz (Amanda olhos de sapo e Justin. Depois de A Rede Social ele decola definitivamente como ator. Chegou aquela comédia romântica com Mila Kunis e agora esta fita. Se for no estilo de "Gattaca" posso até curtir, mas se a ação é o mote, sei não.

    Abs.

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  2. Nossa eu já estava super a fim de ver esse filme, depois dessa crítica, com certeza vou incluí-lo na minha programação deste fds prolongado.

    Beijos,
    Aline

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  3. Quero muito conferir. Muitas pessoas não gostaram do filme pelo simples fato de não desenvolver bem o plot interessante que tem o diretor tem em mãos, mas desde a divulgação percebe-se que o filme é mais um blockbuster do que um estudo de algo e tudo mais. Mesmo que neste sentido ele não seja tão bom, eu quero ver!

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  4. Rodrigo Mendes: Relaxa Rodrigo, a ideia da fita é divertir e isso ela faz muito bem.rsrs
    abs

    Aline: Vc vai gostar.
    bjs

    Alan:Acho que vc vai ao cinema mais bem preparado do que essas "muitas pessoas" as quais vc se refere...
    Abs

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