Nesta edição de Em off, as peripécias de Jason Statham em filmes muito parecidos, as escolhas suspeitas de Clive Owen, biografias de mulheres acima de qualquer suspeita, uma série que já viu dias melhores e o Oscar 2012 começa a entrar na pauta do blog.
O perrengue no Oscar
A esta altura do campeonato, bem sabe o leitor de toda a polêmica e confusão que ganharam forma esta semana envolvendo o Oscar e a academia. O então produtor da cerimônia em 2012, Brett Ratner deu, em um espaço de 48 horas, meia dúzia de declarações infelizes (“Ensaio é coisa de veado” e “Eu trepei com a Olivia Munn várias vezes nos bastidores de Ladrão de diamantes” foram as mais inspiradas) e se viu na incumbência de renunciar ao posto de produtor do próximo Oscar. Com ele se foi o apresentador Eddie Murphy em um gesto de solidariedade com aquele que o havia bancado como host da 84ª cerimônia dos prêmios da academia.
Os profetas de plantão se puseram a defenestrar a academia com presságios de que a coisa teria ido para o brejo. No entanto, em uma demonstração de força e sofisticação, a academia rapidamente resolveu a “crise” contratando o experiente produtor vencedor do Oscar Brian Grazer para produzir a cerimônia. A primeira providência de Grazer foi cessar as experimentações – que atingiram o ápice negativo com James Franco e Anne Hathaway este ano – e trazer de volta, pela nona vez, Billy Crystal para ancorar a festa.
No final das contas, o saldo ficou positivo. Uma dupla mais entrosada e mais respeitável no comando dos Oscars e o evento na boca do povo com bastante antecedência. Há males que vêm para bem.
Tira-teima no Oscar 2012?
Jason Reitman, 34 anos, e Stephen Daldry, 50 anos, ostentam impressioantes recordes em matéria de Oscar. O primeiro, com a pouca idade, já possui duas indicações ao Oscar de direção com três filmes na carreira. O melhor é que fora agraciado consecutivamente por seus últimos trabalhos Juno (2007) e Amor sem escalas (2009). Já Daldry possui uma marca mais vigorosa. Foi indicado ao Oscar pelos três filmes que dirigiu: Billy Elliot (2000), As horas (2002) e O leitor (2008). Daldry e Reitman nunca lançaram um filme no mesmo ano. Até 2011. O filho do consagrado diretor Ivan Reitman lança a comédia dramática Jovens adultos, enquanto Daldry é o responsável pelo drama sobre o 11 de setembro, Tão forte e tão perto.
Ambos os filmes, que ainda não foram lançados, reúnem algum Oscar buzz. A fita de Daldry, e seu diretor, parecem mais bem posicionados. Mas a possibilidade de ambos figurarem, pela primeira vez juntos, na lista dos cinco diretores do ano para a academia é grande.
Stephen Daldry, à esquerda, e Jason Reitman miram suas lentes para o 84º Oscar: marcas vistosas...
Tira-teima no Oscar 2012? II
Outro possível tira-teima no Oscar 2012 detém outra configuração. Tanto Clint Eastwood, provável competidor com J.Edgar, quanto Martin Scorsese, que desperta especulações por Hugo, já venceram o Oscar de direção em anos que disputavam um contra o outro. Eastwood levou a melhor em 2005 por Menina de ouro quando Scorsese era apontado como favorito por O aviador. Marty deu o troco em 2007 com Os infiltrados, quando Eastwood era o favorito de grande parte da crítica com Cartas de Iwo Jimma. Para esse ano, Eastwood vê suas chances por J.Edgar ficarem cada vez menores, mas conta com o peso de seu prestígio a favor. Já Scorsese, com as elogiosas críticas ao seu filme infanto juvenil em 3D pipocando, vê suas chances se dilatarem. É muito provável que nenhum dos dois seja indicado ao Oscar, mas seria um embate valoroso a se observar.
Scorsese e Clint em ação: eles podem não chegar lá, mas que seria bom vê-los em combate novamente...
Complexo de Bond
Clive Owen rejeitou o papel de James Bond após a saída de Pierce Brosnan da franquia 007. O ator temia o que todos os outros temiam: ficar estigmatizado pelo papel. Foi rir dessa coisa toda no remake de A pantera cor de rosa (2006), estrelado por Steve Martin, em que fez uma inspirada ponta não creditada como 006. O inglês, hoje com 46 anos, parece confluir boas escolhas na carreira; revezando papéis dramáticos com participações em assertivas fitas de ação. O mais recente contrato de Owen o coloca em um projeto disputado. Recall é o novo roteiro de Paul Schrader, autor dos textos de Taxi driver e Touro indomável. Na trama, Owen viverá um condecorado militar que se vê envolvido em uma trama de espionagem. Harold Becker, que já dirigiu filmes com essa ambiência (Código para o inferno e City Hall – conspiração no alto escalão) deve dirigir.
Mesmo fora de Bond, a espionagem parece ser um fetiche para Clive Owen. Ele já atuou em ótimos filmes com esse mote. Trama internacional e Duplicidade, ambos de 2009, são exemplos mais altivos em sua filmografia.
Jeito Bond de ser: Clive Owen não é James Bond no cinema, mas anda agindo como se fosse...
Lindas e explosivas
Além das biografias sobre os ícones da era digital, como mostrado na última seção Em off, o cinema anda um tanto interessado em personalidades de forte apelo midiático de outras épocas. Com a proximidade do lançamento de Uma semana com Marilyn e, outras duas biografias sobre a atriz em produção, chamou a atenção da crônica cultural nessa semana a informação de que a atriz americana Jessica Chastain fora contratada para viver a princesa Diana em um filme sobre sua vida amorosa.
A escolha de Chastain para viver Lady Di em Caught in flight, do alemão Oliver Herschbiegel, foi recebida com hesitação pela imprensa britânica. Mas trata-se de um casting promissor. Chastain foi a principal atriz do ano. Incrivelmente talentosa, a atriz esteve em 10 lançamentos de 2011 e provou ser dona de um talento cativante. O rosto tenro e o jeito meigo de ser parecem ter influenciado na escolha de Chastain para viver Diana.
Athina Onassis será outra mulher poderosa a ser biografada. Ainda que o filme que Fernando Meirelles vai dirigir tenha como eixo principal o segundo marido de Athina, a ex-mulher de Kennedy – e o casamento dela com o presidente americano – ocupam lugar central da trama.
A face de Diana no cinema: Jessica reúne todos os predicados para viver a princesa do povo
The walking dead: a crônica de uma tragédia anunciada
Após a saída de Frank Darabont, que criou e produziu o primeiro ano da série de zumbis do canal AMC (o mesmo de Mad men e Breaking bad), tudo o mais ficou em suspensão. Afinal , a saída de Darabont, o diretor de cinema que melhor referenciou Stephen King, se dava por divergências criativas com a direção da emissora e pela exigência de um orçamento mais encorpado para dar sequência ao apocalypse zumbi. O AMC trocou de show runner, Glen Mazzara assumiou o posto, e ampliou o número de episódios da temporada para os tradicionais 13 da tv por assinatura americana.
Bem, o episódio de estreia, embora apenas correto, rendeu a melhor audiência da história da tv paga americana. Um marco significativo. Infelizmente, a temporada, que já teve seu quinto episódio exibido nos EUA (no Brasil, a Fox exibe o quinto na próxima semana), segue ladeira abaixo.
Não há nada do sentimento de urgência que caracterizou, pelo menos, os quatro primeiros episódios do primeiro ano. A sensação de embromação é monstruosa e a série frequentemente entedia – uma pavorosa demonstração de que ruiu a exuberância criativa do programa.
De qualquer jeito, as emissoras americanas se movimentam para realizar novas séries centradas em zumbis. No que depender do segundo ano de The walking dead, essas séries – sem trocadilhos, por favor – já nascem mortas.
Jason Statham reloaded
O inglês mais durão do cinema atual, invadiu o MMA e se encrenca com a máfia em seu novo filme, Safe, cujo primeiro trailer acaba de ser divulgado. Statham e suas constantes reciclagens de Carga explosiva continuam agradando ao público. Ainda inédito no Brasil, Os especialistas o une a Clive Owen e Robert De Niro como assassinos profissionais em rota de colisão. Em 2012, Statham será visto na sequência de Os mercenários e em Parker. Neste último, ele vive um ladrão com um rígido código moral. A fita de ação dirigida por Taylor Hackford traz ainda Jennifer Lopez, Nick Nolte e Michael Chicklis no elenco.
É tudo mais do mesmo, mas quem se importa?
Torço para que Daldry e Reitman tenham um embate no Oscar. Realmente, seria curiso!
ResponderExcluirAcho que esse filme de Eastwood não será tão cotado para Oscar como alguns falam. O filme pra mim parece ser tão... comum. Enfim, posso estar completamennte errado.
Com certeza, Chastain foi a melhor escolha para representar Lady Di, ela se parece bastante com a princesa. Etregará uma boa atuação, acho...
Eu também torço para que ambos consigam indicações, gosto muito dos trabalhos de Daldry e de Reitman, embora ache que Juno seja um pouco sobrevalorizado.
ResponderExcluirQuanto a Eastwood, concordo com o Alan, acho que as pessoas estão falando bastante, mas, no final, o filme, se entrar, vai ser por sorte.
Quanto a Owen e Sthatan, acho que eles sabem escolher o que querem. O primeiro altera filmes dramáticos e de ação, enquanto o segundo se deica aos de ação e, sabiamente, sabe como fazer para fazer o público gostar dele.
Alan: Como vc pôde ver na seção Insight da semana, foi abordada justamente essa questão "J.Edgar".
ResponderExcluirQue bom que vc percebe o quão boa foi a escolha de Jessica Chastain para viver a princesa Diana.
Abs
Luís:Tb acho Juno um pouco superestimado. E concordo contigo quanto a Owen e Statham.
Abs