Não é o pior filme do ano!
Antes de avaliar Reféns (Trespass, EUA 2011), é preciso abrir um parêntese para Nicolas Cage. Há quem se predisponha a assistir um filme estrelado pelo ator apenas para defenestrá-lo. Seja por sua escolha, pela canastrice de sua atuação ou mesmo pela combinação desses elementos. Em 2011, Cage esteve presente em seis filmes – todos de qualidade duvidosa. Reféns o une a outros dois “malditos” em Hollywood. Joel Schumacher , diretor que sempre alternou bons filmes (O cliente, Tempo de matar e Tigerland) com péssimas produções (Batman & robin, Twelve – vidas sem rumo), mas que atualmente vive uma das fases mais negras de sua carreira e Nicole Kidman, atriz de reconhecível talento, mas com um gosto indelével por projetos duvidosos. É dessa estranha confluência que surge Reféns, um filme que vem sendo amplamente atacado pela crítica e cujo estúdio declinou de qualquer fé ao colocá-lo no serviço on demand nos EUA apenas duas semanas após o lançamento nos cinemas. No Brasil, a Imagem Filmes ainda tenta algum cascalho apostando nos nomes de Cage e Kidman. E faz muito bem.
Reféns sofre de um mal que acomete o gênero de suspense de modo geral. A necessidade de desafiar um espectador cada vez menos suscetível a surpresas. As constantes reviravoltas da trama acabam por potencializar suas fragilidades. Não ajuda o tom exagerado das atuações de Nicole Kidman e Nicolas Cage. Este, talvez em um lance calculado, acaba por provocar mais risadas do que apreensão. Cage e Kidman vivem um casal abastado que são feitos reféns na ostensiva mansão que mantêm. Os ladrões, que a princípio pareciam profissionais, logo vão se revelando amadores tomados pelo desespero e o espectador antecipa que as coisas não acabarão bem para os vilões.
O problema do filme de Joel Schumacher não é a banalidade com que sucede clichês, mas sim a falta de convicção com que os justifica. Nicole Kidman, para ilustrar sua falta de sorte na escolha de projetos, abandonou O quarto do pânico, ótimo filme de David Fincher com premissa muito similar a Reféns, devido a uma fratura na perna.
Como não houve fratura dessa vez, a atriz configurou-se como o elemento mais fraco de um filme cheio de furos e momentos rasos de tensão. Não é o pior filme do ano, mas é algo bem próximo disso.
Única crítica que leio do filme que diz que esta fita é bem próxima de ser o pior do ano... ótima crítica Reinaldo! Vc faz um belo resumo da verdadeira negação que o público vem fazendo do filme. Pontua muito bem Cage e Kidman e faço coro!
ResponderExcluirEu não pretendo assistir. Hoje vou ao cinema e estou devendo "Contágio". Tem outra pérola sobre Reféns com Bruce Willis que tbm é de matar....de rir, rs!
Ótimo o post do Polanski, parabéns! Um cara polêmico. Seus melhores filmes para mim é Chinatown, O Bebê De Rosemay e O Pianista, Repulsa Ao Sexo, Faca Na Água e principalmente o divertido Dança Com Vampiros, mas ainda não é um dos meus diretores prediletos. Sua vida infelizmente nunca foi reservada e acho que isso prejudicou demais o seu status de gênio, afinal sabemos que quando ele quer....já realizou obras-primas do cinema que não é brincadeira.
Abs.
Então filme está mais para comedia mesmo ne? Hheheheh....mesmo assim ainda vou conferir.
ResponderExcluirSei que vou acabar assistindo. Não tem jeito... Kidman, acaba influenciando. Mas pelo visto este será mesmo o pior do ano, não é? Tá todo mundo odiando!
ResponderExcluir"O problema do filme de Joel Schumacher não é a banalidade com que sucede clichês, mas sim a falta de convicção com que os justifica." - disse tudo, sem mais, hehe.
ResponderExcluirbjs
Rodrigo Mendes: Obrigado meu caro. Olha, eu até gosto do "Refém", esse filme que vc alude com Bruce Willis. Meus favoritos de Polanski são Chinatown, O bebê de Rosemary, O pianista, Lua de fel e A faca na água. Acho Polanski um dos grandes. Bjs
ResponderExcluirCelo: E deve conferir mesmo. Cinéfilo que é cinéfilo, vc sabe...
abs
Alan: Não acho que vai ser o pior do ano. Já vi piores em 2011.
Abs
Amanda: rsrs. Valeu Amanda.
Bjs