Claquete já elogiou dois diretores que prometem uma carreira categórica na comédia americana. Trata-se dos colaboradores John Requa e Glenn Ficarra, responsáveis por O golpista do ano e Amor a toda prova. Outro nome que merece atenção é Will Gluck. Além do ótimo Amizade colorida, em cartaz nos cinemas, Gluck dirigiu A mentira, destaque da seção Cantinho do DVD desta semana. Em comum, os dois filmes guardam forte vocação para o cinismo com que enxergam o gênero comédia romântica. Puxado para a paródia, A mentira não quer ser lá muito pedagógico, mas não se furta ao final feliz.
Crítica
O cinema americano sabe rir de si mesmo. Na última década popularizou-se um subgênero dentro da comédia – as paródias. Todo mundo em pânico desencadeou uma avalanche de besteiróis como Não é mais um besteirol americano, Espartalhões, Super-heróis, Os vampiros que se mordam e por aí vai. Esse processo acabou por empobrecer essa nobre característica que o cinema americano sempre exibiu com cineastas como Wes Craven, Alfred Hitchcock – em sua fase americana, Richard Donner, Sam Mendes, Todd Phillips, Ridley Scott e muitos outros.
Coube a Will Gluck resgatar com certo preciosismo essa vocação americana. E Gluck o faz dentro da seara de filmes dedicados ao público adolescente, onde reinam os besteiróis. A mentira (Easy A, EUA 2010) não é a maravilha de inteligência que é Beleza americana, por exemplo. A fita de Gluck talvez pese mais no sarcasmo e na auto imolação do que seria necessário, mas ainda assim é um oásis em uma produção uniforme e emburrecedora. Explica-se o paralelo com o filme vencedor do Oscar de 1999. Tanto em Beleza americana como aqui, a ideia é derrubar fachadas. Desmascarar uma onda dominante de hipocrisia em um ambiente plural, no caso o escolar. Não a toa, Gluck atraiu um elenco de primeira: Tomas Haden Church, Lisa Kudrow, Stanley Tucci, Patrícia Clarkson, Malcolm McDowell, Cam Gigandet e Amanda Bynes. Com esse time de coadjuvantes, fica difícil imaginar que Emma Stone – em seu primeiro papel de grande destaque – pudesse roubar toda a atenção. Mas Emma assim o faz. Com um timing cômico matador e uma beleza indevassável, Emma é a grande responsável por A mentira atingir seus intentos. Por este fato foi justamente indicada ao Globo de ouro de melhor atriz em comédia nesse ano.
Na trama, Olive (Emma Stone) conta uma mentira – de que fez sexo com um universitário – para incrementar sua popularidade, atualmente em escala negativa. A sustentação da mentira e como ela vai evoluindo e redefinindo tanto o comportamento de Olive como o de todos a sua volta é o ponto crucial da fita, que em dado momento passa a se levar a sério demais. Não fosse a grande estima que tem por si mesmo, o filme seria melhor. De qualquer jeito, é uma correção de rumo no que toca paródias inteligentes. É também um material muito mais inteligente para ser apresentado aos adolescentes. São duas vantagens que não podem ser desprezadas.
Otimo texto Reinaldo! A MENTIRA é um filme bem legal mesmo, EMMA STONE arrebenta mesmo, gosto dessa menina. Abração!
ResponderExcluirGosto bastante deste filme, é uma excelente comédia. E, ah, impossível não se apaixonar pela Emma Stone, essa linda! rs
ResponderExcluirCelo: Tb gosto de Emma Stone, mas não acho esse filme lá essa Brastemp...
ResponderExcluirabs
Alan: Pois é, acho um bom filme. Mas bem abaixo de seu hype...
abs