Brincando nos campos do senhor Spielberg!
Existem aqueles filmes cuja razão de ser consiste em reafirmar nossa paixão por gêneros cinematográficos e existem aqueles que objetivam algo mais específico: reafirmar nossa paixão por outros filmes. Super 8 (EUA 2011), de uma maneira muito especial, se alinha a essas duas vertentes.
A nova incursão no cinema de J.J. Abrams pretende, antes de qualquer coisa, ser uma homenagem ao cineasta Steven Spielberg – que produz a fita. Nesse sentido, Super 8 atinge em cheio seu objetivo. A segunda força motriz do filme é buscar abrigo em um tipo de aventura infanto-juvenil perdida nesse alvorecer do século XXI. Filmes de monstro e de camaradagem adolescente parecem um tanto descolados do contexto cinematográfico atual.
E foi na filmografia de Spielberg que Abrams, que já admitiu ter crescido vendo esses filmes, foi buscar abrigo. De Contatos imediatos de terceiro grau até Guerra dos mundos, passando por E.T, Jurassic Park e Tubarão, Spielberg é uma referência constante. Mas outros autores que marcaram época no final dos anos 70 e começo dos anos 80 têm suas sombras perceptíveis em Super 8. George Romero e John Hughes são dois deles.
Em Super 8, um grupo de amigos se reúne para rodar um filme de zumbis. Eles acabam testemunhando um acidente de trem extraordinário. O interesse do exército no evento pouco interessa a esse grupo de amigos que, em meio a picardias da pré-adolescência, só quer saber de terminar o filme. Paralelamente, Super 8 se ergue como um filme de mistério e de monstro.
Em grande forma: o maior destaque da fita é o entrosamento do elenco juvenil
Obviamente, com tantas referências, Abrams não consegue manter a harmonia narrativa desejável. O que acaba sendo um delito menor mediante tal louvável proposta.
Um acerto de Abrams é sempre focar nos personagens. Uma lição que ele deve ter aprendido com seu produtor. Super 8 tinha potencial para ser uma minissérie. Talvez resultasse melhor – do ponto de vista narrativo - mas perderia em charme indubitavelmente.
O elenco juvenil está ótimo. Abrams conseguiu destacar bons momentos de todos os seus jovens intérpretes, que ajudam seu diretor a nos invadir com o gosto da nostalgia.
Super 8 não se ressente de esgueirar-se nas sombras dos diretores já citados na crítica. Por vezes os emulando descaradamente – impossível não rememorar Jurassic park quando o ônibus tomba por ação do alienígena. Abrams realiza antes do que um filme, um exercício de cinefilia. Super 8 certamente não ocupará um lugar tão proeminente na história quanto suas referências, mas na memória do público esse encantamento, inevitavelmente, se estabelecerá.
Super 8 é um filme delicioso! Tem os seus erros, como os personagens adultos caricatos, o pai do menino, o homem da força aérea e o pai da menina. Mas a sensação de nostalgia que o filme tem é imbatível, além de conseguir prender o público até o último instante. Filmaço!
ResponderExcluirPontual crítica Reinaldo, ótimo!
ResponderExcluirDaqui a alguns anos "Super 8" será exibida zilhões de vezes na sessão da tarde, bom se os tempos não mudaram, rs!
O que vale aqui mesmo a intenção. Gostei da matinê. Errinhos? - vamos desligar os cérebros...
E, nossa! O que é essa mocinha, a Elle Fanning?! Ela já tinha me despertado na fita da Coppola.
Abraços
Rodrigo
Uma grande homenagem a Steven Spielberg e aos filmes dos anos 80. E o elenco juvenil é mesmo o destaque do filme.
ResponderExcluirbjs
Victor: Sua empolgação é totalmente justificada Victor.
ResponderExcluirAbs
Rodrigo Mendes: Obrigado meu caro. Acho que não será exibido na sessão da tarde pq os tempos já estão mudando... repare nas nossas sessões da tarde e nas de hoje...
Elle Fanning é fantástica. Tem muito talento. Papai e mamãe acertaram um mesmo raio duas vezes...
Abs
Amanda: Concordo plenamente. bjs