O dilema reúne bons atrativos. Ron Howard em um inusitado retorno às comédias. Winona Ryder com um papel de relativo destaque, texto do roteirista de Wall Street: o dinheiro nunca dorme, Jennifer Connally voltando a colaborar com o diretor que lhe proporcionou um Oscar e por aí vai. No entanto, o filme que é destaque desta edição de Cantinho do DVD, não está à altura das expectativas que provoca. O que não é um demérito, mas passa longe de ser um mérito.
Crítica
Pode causar estranheza o nome de Ron Howard a frente de O dilema (The dilemma, EUA 2011). Uma comédia que durante sua hora e meia flerta perigosamente com o pastelão. Fica até difícil relacionar a fita ao começo da carreira como diretor em que Howard rodou filmes como Splash – uma sereia em minha vida (1984).
Em O dilema, Rony (Vince Vaughn) e Nick (Kevin James) são melhores amigos que estão às vésperas de dar início a um empreendimento que marca nova etapa nas trajetórias profissionais de ambos. Enquanto Nick é muito bem casado com Geneva (Wionona Ryder), Rony ainda hesita em oficializar a união com Beth (Jennifer Connelly). O dilema do título se estabelece quando Rony descobre que Geneva trai Nick e hesita em contar para o amigo. A decisão toma contornos egoístas por que Rony está ciente de que a partir do momento que Nick descobrir a verdade, o negócio que ambos tentam viabilizar irá por água abaixo. Em contrapartida, Rony deve lealdade ao amigo, além de entender a postura de Geneva como moralmente condenável.
O roteiro de Alan Loeb que já escreveu filmes como Quebrando a banca (2008), Coincidências do amor (2010) e colaborou no roteiro de Wall Street: o dinheiro nunca dorme (2010) esgarça ao máximo a situação. Nem todos os dramas eriçados pelo roteiro se legitimariam em circunstâncias reais e não é a caricatura de ansiedade que Vince Vaughn rabisca que contorna esse revés. O dilema acaba por se resolver como uma comédia bem abaixo de suas potencialidades e Howard não tem muita responsabilidade nisso. Sua grande culpa talvez resida em se provar, com a direção desse filme, um diretor-produtor. Aquele tipo de diretor que de tanto produzir já pensa um filme comercialmente. Não a toa O dilema rendeu mais discussões antes de estrear do que com a fita nos cinemas (no Brasil foi lançado diretamente em DVD). Por conta de uma piada em que compara carros elétricos à homossexualidade, O dilema posicionou-se como tema a ser debatido pela crônica cultural americana. Foi o filme estrear que o debate se esvaziou. E não houve dilema nenhum aí.
Achei o filme legal, pena Connely ser desprezada no enredo. Adoro ela. Abs
ResponderExcluir"O dilema posicionou-se como tema a ser debatido pela crônica cultural americana. Foi o filme estrear que o debate se esvaziou. E não houve dilema nenhum aí." - Adorei essa conclusão, hehe. Não vi o filme ainda, talvez um dia.
ResponderExcluirbjs
Jennifer Connelly precisa mudar de assessor com urgência. E nem dá para pegar o mesmo do marido, porque depois de "Padre", cara... o que acontece com esse casal? Tanto talento desperdiçado...
ResponderExcluirAbs depressivos =/
Celo: A personagem dela é uma presença mais na rotina de Rony do que no filme. Abs
ResponderExcluirAmanda: hehe. Obrigado Amanda. Vc me envaidece.
bjs
Elton: Todo mundo precisa ganhar dinheiro. E Jennifer estava colaborando com gente de bom pedigree... rsrs
TolerÂncia meu caro Elton, tolerÂncia... rsrs
Abs