sexta-feira, 31 de julho de 2009
Os eleitos de Veneza
Entre os filmes exibidos fora de competição, maioria americana.Os cineatas Steve Sodebergh, Oliver Stone e Joe Dante fazem a premiere internacional de seus novos trabalhos em Veneza.
A seguir a lista dos filmes em competição:
"Baaria", de Giuseppe Tornatore (Itália) - Filme de abertura
"Soul Kitchen", de Fatih Akin (Alemanha)
"La Doppia Ora", de Giuseppe Capotondi (Itália)
"Accident", de Cheang Pou-Soi (China-Hong Kong)
"Persecution", de Patrice Chereau (França)
"Lo Spazio Bianco", de Francesca Comencini (Itália)
"White Material", de Claire Denis (França)
"Mr. Nobody", de Jaco van Dormael (França)
"A Single Man", de Tom Ford (EUA) "
Lourdes", de Jessica Hausner (Áustria)
"Bad Lieutenant: Port of Call New Orleans", de Werner Herzog (EUA)
"The Road," John Hillcoat (EUA)
"Between Two Worlds", de Vimukthi Jayasundara (Sri Lanka)
"The Traveller", de Ahmed Maher (Egito)
"Lebanon", de Samuel Maoz (Israel)
"Capitalism: A Love Story", de Michael Moore (EUA)
"Women Without Men", de Shirin Neshat (Alemanha)
"Il Grande Sogno", de Michele Placido (Itália)
"36 vues du Pic Saint Loup", de Jacques Rivette (França)
"Survival of the Dead", de George Romero (EUA)
"Life During Wartime", de Todd Solondz (EUA)
"Tetsuo The Bullet Man", de Shinya Tsukamoto (Japão)
"Prince of Tears", de Yonfan (Hong Kong)
Movie Pass
O Movie Pass destaca hoje, com um dia de atraso, o thriller Sexy Beast. Mais um pequeno filme de gângster inglês. Por sua atuação nesse filme, Ben Kingsley foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante. São muitos os entusiastas de sua atuação, contudo o filme tem muito mais a oferecer. O diretor Johnathan Glazer não é um grande realizador, mas aqui é daqueles raros momentos em que tudo se encaixa. O diretor consegue elaborar uma tensão extraordinária, seja pelas atuações dos dois atores principais, seja pelo prenúncio de que algo trágico se espraia. Sexy Beast é daqueles filmes pouco conhecidos, mas que uma vez que se assiste a ele, não há como ficar impassível.
A seguir o trailer do filme e a minha critica:
Caminho sem volta!
Esse filme inglês chamou a atenção em um primeiro momento pela estupefante performance de Ben Kingsley, indicado ao Oscar pelo papel de um gangster que não conhece limites. Contudo, esse filme de Johnatan Glazer é muito mais proeminente do que a atuação de Kingsley sugere.
Sexy Beast (ING 2000) versa sobre a irremediabilidade de certas coisas. Como por exemplo, entrar para um grupo mafioso e após obter dinheiro e estabilidade querer sair dele. É o que acontece com o personagem de Ray Winstone, que após algum tempo colaborando com gângsters, resolve se aposentar do ofício. Contudo, isso não entra na mente de Don Logan( Kingsley) que vê apenas charme e vaidade na postura do personagem de Winstone. Ele então vai a sua casa para "convida-lo" para um serviço. Não precisa dizer que o desenrolar dessa história é nefasto.
Glazer não intencionava fazer frente a O poderoso chefão -clássico mor dos filmes de máfia- sabe que lhe falta estofo artístico para tanto. Mas ao enveredar pelo mundo mafioso e sua inegável articulação econômica, o diretor acaba por redimensionar a percepção que se tem do mundo do crime. Sabe- se que nesse mundo amigos não são realmente amigos, e que posses e títulos são temporários. O que Glazer observa aqui, é até que ponto a ingenuidade permite uma pessoa crer que pode subverter essas regras. É esse o grande acerto do filme. E é na tensão estampada na face de Winstone, até mesmo quando toma uma taça de vinho, que se tem a noção exata do quanto a ingenuidade pode custar caro.
Filme do dia!
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Sai Bardem, entra Brolin
As filmagens da continuação de Wall Street, poder e cobiça começam em 10 de agosto em Nova Iorque.
Filme do dia
Deliciosa comédia romântica que antes da bandeira pró união homossexual ser levantada em Hollywood já abordava a questão com naturalidade impensada. O filme se liberta das amarras que paralisam o gênero e consegue com muita sutileza retratar os conflitos ensejados por uma mulher que busca a felicidade e precisa superar alguns preconceitos no caminho. O legal de Beijando Jéssica Stein é que o filme não toma os rumos que se podia imaginar. É um filme cativante, singelo, sincero e o que melhor lhe pontifica, surpreendente.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Bastardos aqui também!
Para quem ficou com vontade ou para quem não sabe que diabos esse filme significa. Aqui vai o mais recente trailer de Bastardos inglórios. Novo Tarantino, que agrega Brad Pitt, Mike Myers, atores europeus a um passo da fama instantânea, segunda guerra mundial, humor negérrimo e um grupo de judeus caçando nazistas.
Bastardos inglórios divide opiniões. Alguns acham que é o mais recente engodo de Tarantino. Outros acham que é a genialidade em seu estado mais subversivo desde que Galileu disse que a terra era redonda.O fato é que depois da exibição em Cannes, a fita voltou para a sala de edição. Exibida semana passada em Los Angeles para um grupo de jornalsitas, a fita não repercutiu bem(conforme noticiado aqui em claquete). Contudo, os irmãos Weinsten( magos do cinema independente americano e responsáveis pela distribuição doméstica do filme) acreditam que Tarantino apesar dos pesares ainda tem seu séquito de fãs intacto.
Bastardos inglórios chega ao Brasil dia 21 de outubro pela Universal. Até lá, o jeito é esperar. Enquanto isso, esse trailer serve de tiragosto. E aí o que achou?
Notas
Um novo tipo de cinema ganha força!
New York, I love you tem previsão de estréia no Brasil para 20 de novembro
Filme do dia
Wolf Creek – viagem ao inferno
Vêm da Austrália um dos últimos exemplares do que de melhor um filme de terror pode oferecer. Wolf Creek tem uma história simples. Um grupo de mochileiros some em meio a um passeio turístico e adentram uma espiral de morte e pavor. Apesar da história batida, o filme tem clima. É bem ambientado, respeita a inteligência do espectador, ao evitar soluções mágicas ou heróicas, e mantém o suspense em nível elevado por toda a sua duração. Em tempos de terrores pálidos, esse pequeno, e quase despercebido, filme australiano é bem mais do que uma grata surpresa.
terça-feira, 28 de julho de 2009
Critica: Inimigos públicos
Inimigos públicos (Public enimies EUA 2009), novo filme de Michael Mann tem muitas similaridades com Fogo contra Fogo, um dos melhores trabalhos do diretor. Assim como naquele filme, acompanha-se a caçada sem tréguas a um assaltante de bancos, assim como naquele filme opõe-se dois grandes atores de uma mesma geração, e assim como naquele filme esses dois atores contracenam uma única vez. O que favorece Inimigos públicos nesse entrincheiramento é que agora Mann se predispõe a calcular o exato peso que o romantismo que pauta o universo dos gângsters exerce, ou exercia, na realidade.
Não é uma proposta fácil. E o filme a cumpre parcialmente. A vida de John Dillinger, famoso fora da lei americano que desafiou a justiça americana ao roubar bancos país afora é retratada com cuidado e respeito pelo diretor. Johnny Depp vive com seu habitual carisma, uma ferramenta de alto valor para os propósitos do filme, o bandido enquanto que Christian Bale vive seu nêmesis. O investigador do nascente Bureau americano Melvin Purvis. Há ainda a figura sempre agonizada de Billy Crudup como J. Edgar Hoover o homem que ajudou a construir o serviço de inteligência nos EUA.
O objetivo não é plenamente alcançado por duas razões. A primeira e mais importante é a falta de unidade narrativa. Mann, a pretexto de contextualizar bem a vida de Dillinger, abraça um contingente de personagens que mais confunde do que esclarece e acaba por reduzir o brilho dos personagens principais. A segunda razão é a opção feita pelo diretor de discutir a romantização do crime pelo cinema opondo o pragmatismo e propósito, encarnados por Christian Bale, contra a inconseqüência e o ufanismo, na figura um pouco austera demais de Johnny Depp. Essa racionalização é a principio acertada, contudo ela demora a ganhar viço,é só no clímax da fita que o comentário de Mann ganha corpo, até lá indaga-se para onde aquela história vai, afinal de contas, não era o destino de Dillinger o que abastecia o interesse pelo filme, e sim a forma como Mann se apropriaria dele.
Inimigos públicos é portanto um filme de expectativas. Algumas cumpridas, outras não. O embate entre Depp e Bale acaba minimizado pela inconsistência narrativa. Algo que não podia se esperar de Mann, um cineasta calcado no perfeccionismo. No entanto, o diretor sofistica o plot de seu filme de 1995, contrariando previsões de que estava se repetindo. Para o bem ou para o mal, apesar de não ser um filme notável- está longe de figurar entre os melhores trabalhos do diretor- Inimigos públicos traz bons momentos. E de fato, um final que faz valer o filme todo.
Filme do dia!
Enquanto você dormia
Nessa agradável comédia romântica estrelada por Sandra Bullock está em pauta não só a imprevisibilidade das coisas do coração, como também a percepção que temos delas. A atriz vive uma mulher solitária que alimenta uma paixão platônica por um homem que vê todos os dias em uma estação de trem, cujo nome nem mesmo sabe. Um certo dia ao resgatar esse homem de um acidente e leva-lo para o hospital se passa por sua namorada, seu pequeno deslize ético lhe proporcionará experiências inesquecíveis. Como conhecer o homem de sua vida, que calha de ser o irmão de seu " suposto namorado" que está em coma e impossibilitado de desmascará-la. Enquanto você dormia tem um sabor doce e vale a pena ser assistido. Esteja você amando ou esperando sua história acontecer.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Movie Pass
Os Coen aqui fazem uma salada envolvendo a Cia, personal trainers e a volatilidade das relações amorosas no século XXI. Para tanto, contam com um elenco de peso com nomes como George Clooney ,Brad Pitt e John Malkovic, entre outros. O curioso sobre Queime depois de ler é justamente o paradoxo que ele representa. Apesar de reunir a nata de Hollywood, é um filme que não se encaixa nos pressupostos hollywoodianos. Nem em termos narrativos, muito menos em virtude da experiência que proporciona. A combinação desses fatores, elevou a fita, ainda que precocemente, a um status cult.
A seguir o trailer do filme e a minha critica:
Um mundo mergulhado na paranóia!
Depois de vencerem o Oscar com o sombrio e pessimista Onde os fracos não tem vez, os irmãos Coen voltam a comédia de equívocos, mas não abandonam o pessimismo ou a crueza com que se habituaram a retratar a América.
Queime depois de ler (Burn after reading, EUA 2008) terceira colaboração dos irmãos diretores com o astro George Clooney é também a mais bem sucedida da dupla. Não só comercialmente( o filme registrou a maior bilheteria do fim de semana de estréia no mercado americano e também a maior da carreira dos diretores), mas também artisticamente.
O filme versa sobre a paranóia. E seu efeito alienante, lascivo, contraditório e porque não cômico. Os Coen brindam seu público com uma deliciosa comédia de espionagem, em que um agente da CIA (John Malkovic) após ser despedido da agência, escreve um livro de memórias, que sua esposa, que planeja o divórcio, rouba pensando tratar-se de uma relação de suas finanças. O CD acaba perdido no chão da academia em que trabalham Frances Mcdermond, relações públicas que sonha em realizar algumas cirurgias plásticas, e Brad Pitt, um personal Trainer abobalhado. George Clooney faz um policial aposentado que se inscreve em sites de encontro para mulheres de meia idade.
O filme é uma farra. Mas é também uma poderosa critica ao establishement americano. O primeiro alvo dos Coen é a própria CIA. Que na visão dos cineastas está superada. E hoje vive consertando os próprios erros na falta do que fazer. Sobra para o culto a imagem. A obsessão por um corpo malhado. A queda e desvalorização do conceito de casamento. E o sexo como motor das relações sociais. Os Coen trabalham sabiamente esses elementos e enxergam na paranóia tão inerente ao tempo em que vivemos a válvula propulsora de tamanha desconjuntura.
Os atores se revelam um prazer á parte. George Clooney, John Malkovic, Brad Pitt e J.K Simmons estão no melhor da forma. Clooney atinge o ápice da canalhice vivendo um papel que está na cara curte interpretar. Pitt faz um paspalho com alguma graça. Mas é Simmons no pequeno papel de um diretor do alto escalão da CIA quem transforma o filme em um produto acima da média.
Filme do dia
domingo, 26 de julho de 2009
Filme do dia
Top 10
10 – Kate Winslet por O leitor ( The reader 2008)
Interpretando uma mulher brutalizada e ainda assim de sensualidade marcante, Winslet dá vida a uma personagem das mais complexas que o cinema já concebeu. Uma mulher ignorante, simples, rígida, mas afável que esconde um segredo aterrador. Com o segredo jaz a consciência da personagem, que permanece imutável mesmo diante do mais absoluto mal. Em O leitor, Winslet se despe de qualquer traço de vaidade e se entrega a uma caracterização que exige extremo domínio e técnica apurada. Não a toa, ganhou todos os prêmios possíveis e imagináveis.
9 - Julia Roberts por Closer – perto demais ( Closer 2004)
Muitos cismam com Julia, não a acham grande atriz, muito menos merecedora do oscar que recebeu. Não só os leitores de Claquete não concordam – recentemente elegeram-na a melhor entre quatro atrizes presentes nessa lista- como sua atuação nesta fita de Mike Nichols prova que a atriz tem muito talento e basta ter um bom material para trabalhar e um bom diretor para dirigi-la.
Aqui ela faz uma mulher envolvida em um quadrilátero amoroso que cede a depressão sempre que se vê obrigada a fazer uma escolha em sua vida amorosa. A atriz está poderosa em cena e equilibra sabiamente a força de sua persona com a fragilidade emocional de sua personagem. Extraindo nuances sutis que passam despercebidas em um primeiro momento. A grande atuação da carreira da atriz. A acadêmia a premiou pelo filme errado. (Ela havia ganho alguns anos antes por Erin Brockovic – uma mulher de talento)
8- Merly Streep por As horas ( The hours 2002)
Atriz consagrada, recordista de indicações ao Oscar, era difícil imaginar que Merly não estivesse aqui. Em As Horas ela tem um papel relativamente pequeno, no núcleo menos desenvolvido do filme de Stephen Daldry. Contudo sua participação é marcante. Como uma editora independente, bem sucedida, mas carente que mantém uma relação homossexual problemática e cujo melhor amigo, e grande amor de sua vida, está morrendo de AIDS. Merly Streep consegue com alguns gestos, olhares penetrantes e muita convicção emocionar de uma maneira intensa. Uma atuação graciosa e realmente merecedora de reconhecimento.
7- Halle Berry por A última ceia (Monster´s ball 2001)
Sabe aquelas atuações que fazem você soluçar e sentir que determinada pessoa nasceu para fazer determinado papel. É o que Halle Berry fez acontecer nesse pequeno filme independente. Em A última Ceia, a atriz faz uma mulher que após perder o marido,executado na prisão, não sabe que rumo dar a sua vida. Imersa em dívidas e com um filho em constante necessidade dela, ela se refugia em uma relação conturbada com o homem responsável por executar seu marido. Filme fantástico que Halle Berry torna inesquecível devido a sua presença arrebatadora.
6- Sissy Spacek por Entre quatro paredes (In the bedroom 2001)
Poucas atrizes são capazes de mimetizar através de gestos, olhares e a própria presença todo um sentimento. Sissy Spacek consegue isso e vai além. Ela transmite para a platéia toda a angustia que sua personagem enfrenta. Aqui ela vive uma mãe em guerra silenciosa com seu marido, por que ambos elaboram o luto por seu filho de forma diferente. E também discordam sobre como proceder, já que o garoto fora assassinado. Filme poderoso que torna-se ainda melhor pela opção da realização de evitar o melodrama, opção esta, valorizada pela contida e pontual performance de Sissy Spacek.
5-Renée Zellweger por O diário de Bridget Jones ( Bridget Jones´diary 2001)
A atriz americana engordou, fez sotaque britânico e com muita graça e espontaneidade deu vida a célebre, e hoje até mesmo cult, Bridget Jones. A mulher que representa todas as mulheres. Zellweger não só alavancou sua carreira com esse filme, como mostrou que seu talento não conhecia limites. De espécie alguma. Uma performance que entrou para o imaginário cultural. A atriz tornou-se para toda uma geração, Bridget Jones. Um marco pop, legitimado por uma atuação grandiloqüente.
4- Nicole Kidman por Moulin Rouge – amor em vermelho ( Moulin Rouge 2001)
A atriz demonstra nesse musical colorido uma versatilidade inimaginável. Canta, dança, cativa e mais, brilha intensamente. Além é claro de atuar de forma sublime. É sua performance que dá liga ao filme de Baz Lhurman. No início da década a atriz passou pelo grande momento de sua carreira. Foram sucessivos sucessos de critica. Contudo nada se equipara a seu momento em Moulin Rouge. Aqui Nicole Kidman parece a última mulher da face da terra. E age como tal. A atriz incorpora de corpo e alma a cortesã Satine e transforma tanto o filme quanto a percepção da platéia em relação a seu talento.
3- Merly Streep por O diabo veste Prada ( Devil wears prada 2006)
Aqui no papel de megera, Merly Streep se diverte. Mas o faz de maneira tão deliciosa que é impossível resistir ao pedantismo da personagem. A chefe intratável que Streep dá vida aqui é já muito copiada na dramaturgia atual. Hollywoodiana ou não. Contudo, não há como emular o charme e o sarcasmo tão bem dosados pela atriz. Que além de viver a megera em suas minúcias soube desvelar camadas da personagem que eram só arranhadas no roteiro. Uma atenção que poucas atrizes conferem a um personagem tão específico. Atriz de método e muito conteúdo que é, Merly Streep mais uma vez surpreende e encanta.
2- Cate Blanchet por Notas sobre um escândalo (Notes of a scandal 2006)
Atriz prolífera e sempre ótima. Cate Blanchet é o equivalente feminino de Philip Seymour Hoffman. Com uma dezena de boas atuações na década, era obrigatório destacar um de seus trabalhos. Em Notas sobre um escândalo ela faz uma professora ginasial envolvida com um aluno. Ainda por cima se vê alvo da cobiça de uma outra professora que nutre por ela uma paixão platônica e está disposta a chantageá-la para materializar essa paixão.
Cate está maravilhosa. Ela simplifica suas cenas ao máximo. Mantendo sua personagem, suburbana por descrição, dentro do contexto sugerido pelo roteiro. Resistir as tentações de exagerar no registro foi o grande acerto de Cate que explicita toda a aflição de uma mulher perdida entre seus desejos, obrigações e receios.
1- Hillary Swank por Menina de ouro ( Million dollar baby 2004)
Poucas vezes no cinema uma atuação pareceu mais poderosa cada vez que se assiste a ela. Esse é o efeito que Hillary Swank alcança em Menina de ouro. Uma interpretação em que o coração ditou o tom. Swank vive uma garçonete que persegue seus sonhos com gana até que o destino lhe prega uma peça. Filme magistral que encontra na caracterização da atriz um de seus pontos altos. A atriz depois desse filme não fez mais nada relevante. Mas mesmo que o fizesse, dificilmente superaria esse momento de extrema sinergia.
On TV
Não é necessariamente uma briga. É mais um caso de rivalidade. Embora ambos os canais premium disputem a audiência do espectador, em linhas gerais eles agregam à tv por assinatura e não o contrário.
O telecine é o canal de filmes e lançamentos da Globosat, é portanto um canal brasileiro. Enquanto que a HBO é um canal do grupo Time Warner, um conglomerado de comunicação que controla estúdios de cinema, revistas, sites e canais de notícias. A HBO tem canais em vários países do mundo. Aqui no Brasil está presente a quinze anos.
Embora tenham muitas semelhanças, são a diferenças que melhor caracterizam os canais. Enquanto o telecine divide seus canais (são cinco) por gênero, reservando um apenas para filmes novos, a HBO não faz nenhuma restrição a seus canais( são oficialmente dez, só que na prática também são cinco, uma vez que cada canal tem um duplo que reprisa a programação com três horas de defasagem). Ambas as emissoras reservam espaço em sua programação para superproduções hollywoodianas, filmes independentes, produções européias, asiáticas e de outras partes do mundo.
O telecine tem contrato com poderosos estúdios de cinema. Portanto garante exclusividade de exibição de seus filmes. São estúdios contratados pela rede telecine a Fox, a MGM, a Dreamworks, a Paramount e a Universal. Além dos braços independentes ( subdivisões e afiliadas) desses estúdios.
A HBO, além dos filmes da Warner( proprietária do canal) tem contrato com outros estúdios. A Sony, a Disney e a Buena vista. Como pode ser observado, o telecine tem mais estúdios parceiros, logo, tem mais lançamentos em média. A HBO porém, compensa esse fato com uma alternativa bastante particular. Suas produções originais. Filmes, mini-séries, documentários e principalmente suas séries voltadas para um público adulto e sofisticado fazem da HBO uma marca reconhecida internacionalmente contra a qual fica difícil substabelecer.
Há até alguns anos atrás a rivalidade entre os canais era o carro chefe do marketing de diferentes operadoras de tv por assinatura, uma vez que Sky e Net tinham a exclusividade de distribuição do telecine enquanto que a Directv possuía a HBO. Há quatro anos a fusão de Sky e Diretcv Brasil pôs fim a essa reserva de mercado o que possibilitou a disseminação desses canais por todo o pool de assinantes, já que em seguida a Anatel (orgão que regula o setor de telecomunicações) entendeu que os chamados canais premium deveriam ser oferecidos para todos os usuários do serviço de TV por assinatura, beneficiando assim os assinantes de outras operadoras.
Telecine e HBO desde então, mesmo que não oficialmente, juntos contribuem para que o gosto cinematográfico do brasileiro se aprimore e esteja sempre atualizado.
Dicas:
Domingo às 17:30 hs e quarta – feira às 22:00
O canal MGM exibe o especial AFI life achievement Awards que esse ano homenageia o ator Michael Douglas por sua carreira. É tradição o American Film Institute homenagear um grande nome de sua ordem todo ano. Jack Nicholson, Sean Connary, Al Pacino, Merly Streep e Harisson Ford são alguns que já receberam a honraria.
Segunda -feira às 22:00 hs no Telecine Premium
O filme Verdade Nua do israelense Atom Egoyan romantiza e especula sobre um célebre crime na era de ouro de Hollywood. Erotismo, traições e certos tabus rondam uma história muito bem engendrada pelo diretor. Com Kevin Bacon, Colin Firth e Allison Lohan.
sábado, 25 de julho de 2009
Filme do dia!
Ninguém é perfeito
Notas
Amanhã, o Top 10 trará as 10 maiores atuações femininas dessa década.
O filme A mulher invísivel de Claúdio Torres atingiu essa semana a notável marca de 2 milhões de espectadores. Sagrando-se assim o segundo filme nacional de maior bilheteria no ano. Atrás apenas do fenômeno Se eu fosse você 2. 2009 está sendo um ano maravilhoso para o cinema nacional que já apresenta três sucessos estrondosos de público. Além dos já citados, Divã com a atriz global Lillian Cabral já levou mais de 1,8 milhões de brasileiros ao cinema.
Na primeira exibição de Bastardos inglórios, novo filme de Quentin Tarantino,para a imprensa internacional em Los Angeles, as reações foram negativas. Houve jornalistas abandonando a sessão, e outros que mal disfarçaram a irritação. Um mal sinal para o cineasta e para a Weinsten company que aposta grandemente no projeto.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Filme do dia
Al Pacino particularmente está maravilhoso. A cena final, de uma eloqüência e vibração sem iguais, escancara todo o talento do ator. Em um diálogo vital para que o filme faça sentido e concretize sua mensagem, Reeves, um ator bastante limitado, brilha a reboque de Pacino que parece literalmente soltar fogo pelas ventas.
Cabo do medo
Da sexta colaboração entre De Niro e Scorsese surgiu essa pequena obra prima muito superior ao filme ao qual se baseia. Em Cabo do medo, De Niro vive com assombrosa perfeição(foi indicado ao Oscar pelo papel) um psicopata que após sair da cadeia, se dedica a uma ardilosa vingança contra seu advogado, que julga não ter se dedicado suficientemente ao defendê-lo.
Scorsese capricha no clima, mas é De Niro quem faz de Cabo do medo uma experiência aterradora. Um suspense muito bem realizado e que encontra no excelente momento do ator todo o seu explendor.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Movie Pass
Jogos, trapaças e dois canos fumegantes concedeu uma nova aura aos filmes de gansters e consagrou o estilo acelerado de filmar do diretor como um modelo a ser seguido. O próprio, só conseguiu se livrar da arapuca que armou para si esse ano. É dele o aguardado Sherlock Holmes. Sua primeira superprodução e também seu primeiro filme em que não há a remota presença de gangsters.
A seguir o trailer do filme e a minha critica:
A nova onda dos gangsters...
Essa pequena pérola do cinema inglês tem muitos predicados. E o maior deles, talvez seja, a originalidade com que retrata um universo há muito familiar ao cinema de gênero. Os gângsters sempre estiveram presente no desenvolvimento do cinema,enquanto linguagem e mídia, mas poucas vezes tiveram um tratamento diferenciado, poucas vezes foram beneficiados das mudanças e do contexto cultural. O escopo de um filme de gangster parecia engessado desde os anos 30.
Sem dúvida alguma essa é a maior contribuição de Jogos, trapaças e dois canos fumegantes (1998), pequeno filme independente inglês que ganha o mundo e toda a sua atenção a medida que sua carreira internacional avança.
O diretor Guy Ritchie, a mais quente revelação do cinema atual, investe em uma narrativa pop e estilosa, faz bom uso da música e de enquadramentos que fogem do clássico e do solene. Investe em uma paleta de cores variada, em personagens marginais, em uma verborragia alucinante e faz um filme com ironia. Mas com pegada mesmo. Um filme de gangster que não deixa de ser vibrante. É mais vibrante em razão disso.
A história é banal. Três amigos, que contraem uma dívida de pôquer, tem uma semana para levantar o dinheiro, senão estarão mortos. Os juros da divida são absurdos, tais como os tipos que aparecem na tela. Ritchie tem o mérito de até mesmo na cena mais violenta, fazer piada. Ele não se leva tão a sério e exige que seu público faça o mesmo. Jogos, trapaças e dois canos fumegantes é daqueles filmes que fazem uma revolução silenciosa. É um filme simples, bem engendrado, sem grandes valores. Contudo, adicionou novas digitais no gênero. Filme de gangster daqui para frente será comparado com esse daqui.
Critica: Harry Potter e o enigma do príncipe
Em O enigma do príncipe, Dumblendore(Michael Gambon em grande forma dramática) se empenha em descobrir o paradeiro e, não obstante, a origem da força de Voldermont. Para tal tarefa, mais uma vez, Dumblendore conta com a ajuda de Harry, cada vez mais ansioso para um confronto mais decisivo contra Voldermont. Ambos se alinham para tentar tirar do professor Horacio Slunghorn(Jim Broadbent) a peça que falta para que o quebra cabeça acerca da origem do poder de Voldermont se encaixe.
O diretor David Yates, a exemplo do que já havia ocorrido no capitulo anterior, demonstra total controle da produção. Extraí boas atuações de seu elenco, inclusive do irregular elenco adolescente, e consegue imprimir um visual arrojado. Valendo-se de uma paleta de cores acinzentadas, o diretor potencializa, através dessa solução simples, o tom sombrio da fita.
Contudo, falta ao Enigma do príncipe o viço dos últimos dois filmes. A impressão que fica é que a história propriamente dita, pouco evoluí. Até mesmo a cena mais esperada pelos fãs e o grande clímax da fita, carece de força dramática. As sugestões para os próximos capítulos diminuem a força do fim do filme, algo que invariavelmente entra na conta de Yates. Mas se aqui ele falha, o grande mérito do diretor é o calor que ele emprega aos jovens de Hogwarts. O esporte. A paquera. Os receios. A timidez. A confiança. O que pode ser observado tanto nas tramas periféricas, envolvendo amores e desamores juvenis, ou até mesmo na linha mestra que envolve Harry e Draco Molfoy. Tudo ganha veracidade e atenção pela mãos de Yates que soube manejar muito bem os sentimentos efusivos de seu trio de protagonistas.
O enigma do príncipe acerta o compasso. O ritmo agora é de guerra. Os próximos filmes( o último livro será dividido em dois filmes) sairão em Novembro de 2010 e Julho de 2011. Yates, novamente, estará a frente dos dois projetos. O destino de Harry Potter e companhia está em boas mãos.
Filme do dia!
Fita do final dos anos 80 em que De Niro vive um caçador de recompensas que tem que transportar um refém matraqueiro vivido por Charles Grodin. Muitas confusões e muita ação também nesse movimentado e agradável filme dirigido por Martin Brest.
Fuga a meia noite é um bom filme policial e também um bom “body movie”. É aqui que De Niro começa a demonstrar um timing cômico que ganharia força na década de 90, tornando- o ainda mais famoso para as nova gerações. Vale a pena conferir.
Pagamento Final
Nesse drama de 1993, Pacino vive com energia um ex – presidiário que tenta colocar a vida nos trilhos. Contudo, seus antigos parceiros, colegas e a postura de sua ex- namorada lhe empurram cada vez mais para a vida que quer se distanciar. Boa reunião do astro com o diretor Brian de Palma. Filme sem grande ressonância mas que emula bem o cinema dos anos 70 que Pacino e De Palma ajudaram a sedimentar.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Woody Allen deve filmar no Rio de Janeiro em 2011
Filme do dia!
Robert De Niro faz o assessor presidencial que cuida de todos os trâmites para fazer da ficção realidade e vice - versa. Um grande filme, inteligentemente desenvolvido e que reúne um time de atores em grande momento, em especial Hoffman.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Filme do dia!
Perfil
Almodóvar: O extravagante
Nascido Pedro Almodóvar Caballero em Calzada de Calatrava em La mancha aos 24 dias de Setembro de 1951. Esse espanhol de traços inconfundíveis, fala acelerada e fama internacional é um entusiasta do cinema e de sua capacidade de redenção. Foi para entender o mundo e a si mesmo que Almodóvar começou a filmar.
Nascido em uma família pobre e de costumes rígidos teve uma educação religiosa esmagadora. Inclusive, estudou em escola para padres. Segundo ele, foi essa podadora experiência que lhe fez duvidar de Deus e ,gradativamente, perder sua fé. Aos 16 anos seguiu para Madri, sozinho, já imbuído da idéia de se envolver com cinema, já que era algo pelo qual nutria grande curiosidade.
As manhãs passou por vários trabalhos que podemos chamar de “ bicos”, enquanto as tardes e noites conhecia a cidade. Logo arranjou um emprego fixo na companhia telefônica nacional, onde trabalhou por doze anos, e que lhe propiciou a sua primeira câmera super 8. Resolveu então aprender cinema na prática, já que era anos 70 e o regime franquista havia fechado a escola oficial de cinema.
Foram muitos curta metragens como Dos putas, a história de amor que termina em boda (1974), La caida de Sodoma (1975) e Sexo va sexo viene(1977) até que em 1980, Almodóvar lançou seu primeiro longa metragem o cômico Pepi, Luci, Bom y otras chicas del montón. Esse conjunto de filmes, ele lançava uma média de dois curtas por ano desde 74 até o lançamento de seu primeiro longa, antecipavam o estilo extravagante pelo qual o diretor ficaria conhecido. Também sinalizavam o tom que Almodóvar adotaria para seu cinema, cores fortes, personagens marginais e uma inquietação acerca das concepções de amor e morte.
Labirinto de paixões, Maus hábitos e Matador, seus filmes seguintes, traziam essas questões a superfície e todos eles tinham além de cenas de nudez, por vezes explícitas, altas voltagens de erotismo e também alguma violência, embora essa, não fosse tão chocante quanto se possa imaginar, nem mesmo para a época.
A lei do desejo(1987) foi o primeiro filme a lhe render prêmios e prestigio já fora da Espanha, mas somente com o ainda hoje eloqüente Mulheres a beira de um ataque de nervos, de 1988, que Almodóvar conquistou a América. Foi indicado para vários prêmios dentre os quais o Oscar de melhor filme estrangeiro. O filme sagrou-se ainda, a produção estrangeira de maior bilheteria nos EUA naquele ano. Daí para frente, Almodóvar passou a exercitar seu estilo com mais liberdade e mais ousadia. Também passou a despertar mais interesse de público e critica. Seu nome frequentemente passou a ser associado a festivais. Esteve em competição inclusive no Brasil,no festival de gramado, de onde saiu vencedor com o filme De salto alto em 1991.
Em Cannes esteve seis vezes, a última no festival passado com o ainda inédito Los abrazos rotos – em que volta a colaborar com Penélope Cruz. Porém nunca triunfou em cannes, já levou prêmios de direção (por Fale com ela), de roteiro ( por Volver), do júri( por Tudo sobre minha mãe), mas nunca levou a Palma de ouro. No Oscar, seu reconhecimento entretanto ,é maior do que muitos previram. Voltou a ser indicado para o Oscar de filme estrangeiro em 1999, por Tudo sobre minha mãe e venceu. Aliás, este é o seu filme mais laureado.
Voltou a ser indicado ao Oscar em 2002. Dessa vez de forma atípica. A Espanha preteriu Fale com ela para representar o país na disputa por uma vaga entre os filmes estrangeiros, contudo a acadêmia reconheceu o excepcional trabalho do diretor e o indicou ao Oscar de direção e roteiro original. Saiu vencedor na segunda categoria. Almodóvar foi o primeiro e até agora é o único diretor espanhol a ter sido indicado ao Oscar de direção.
Bendito entre as mulheres
O próprio Fale com ela já era fruto dessa nova imposição do cinema de Almodóvar. Seguiram-se a ele, A má educação, em que o diretor se volta para o passado e, analisa e reflete sobre sua educação católica em uma trama hitchcockiana, Volver, filme em que busca paz com sua mãe, figura muito conturbada em sua vida, em um filme sensível e muito, mas muito original.
Este ano, o diretor volta a carga com Los abrazos rotos, filme que não fez a critica se alvoroçar, mas que mesmo assim desperta ansiedade. Afinal de contas é um Almodóvar. Poucos cineastas conjugam com tamanha intensidade e despreendimento temas ortodoxos e temas banais; poucos conferem leveza e graça a temas espinhosos como a morte e a infelicidade; e poucos através do cinema conseguem, em um processo de crescimento pessoal, possibilitar a terceiros a chance de crescer também.
É com extravagância que Almodóvar se permite ser simples. Fazer cinema de qualidade e atender as necessidades de uma platéia que gosta de ser incomodada com suas angústias.
A seguir o Trailer do novo Almodóvar. Peço que reparem nas fortes cores, no uso da música e no tom melodramático das cenas. Isso é uma caracteristíca Almodovariana que fica mais forte a cada filme.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Filme do dia!
Pacino X De Niro em números
Para pôr mais pimenta nessa discussão, selecionei algumas estatísticas sobre a carreira dos dos atores. Obviamente que essa é uma questão a ser decidida por critérios subjetivos e muito particulares, mas se fosse matemática, De Niro de fato seria o melhor. Levando em conta aproveitamento financeiro, idade,prêmios e filmes considerados sucessos de público e critica, o ator apresenta uma performance melhor. Mas mesmo com esse critério, há margens para outras interpretações.
A conclusão é: De Niro e Pacino, juntos ou separados, fazem do cinema algo muito mais completo.
Nome:Alfredo James Pacino
Maior salário: U$ 11 milhões em 2002 pelo filme Simone
Seus créditos incluem 45 filmes
Oscar: 1 prêmio, 8 indicações
Globos de ouro: 3 prêmios, 14 indicações
Prêmios homenagem pela carreira: 9
Total de indicações a prêmios: 57
Incursões na direção: 1
Maiores sucessos de público: Dick Tracy (1992), Advogado do Diabo (1997), Treze homens e um novo segredo (2007), Fogo contra fogo( 1995)
Maiores sucessos de crítica: Serpico, Justiça para todos, trilogia O poderoso chefão, Scarface, Um dia de cão, Sucesso a qualquer preço, Perfume de mulher,Advogado do Diabo, Insônia, O informante
Diretores com que mais colaborou: Brian De Palma e Sidney Lumet, Michael Mann
Vezes que liderou a bilheteria americana: 8
Nome:Robert Mario DeNiro Jr.
Maior salário: US20 milhões em 2002 pelo filme A máfia volta ao divã e em 2004 pelo filme Entrando numa fria maior ainda
Seus créditos incluem 67 filmes
Oscar: 2 prêmios, 6 indicações
Globo de Ouro: 8 indicações
Prêmios homenagem pela carreira: 7
Total de indicações a prêmios: 53
Incursões na direção: 2
Maiores sucessos de público: Entrando numa fria (2002), Entrando numa fria maior ainda (2004), Máfia no divã (1999), Touro indomável (1980), O franco atirador (1978), Fogo contra fogo (1995)
Maiores sucessos de critica: Taxi driver, Touro indomável, O franco atirador, O poderoso chefão 2, Coração satânico, Era uma vez na America, Caminhos perigosos, Cabo do medo, Entrando numa fria
Diretor com que mais colaborou: Martin Scorsese
Vezes que liderou a bilheteria americana:21
Top 10 especial!
Sem mais delongas, vamos a lista:
10- Brian o´Connor, interpretado por Paul Walker (Velozes e furiosos)
Na fita de ação que conquistou 10 entre 10 marmanjos com seus carros tunados e envenenados, o que de fato sobressaiu foi a química entre Paul Walker e Vin Diesel. A amizade entre o policial o´Connor e o ladrão de cargas Toretto transcendia os limites da ética e da lei. o´Connor provou o quanto admirava e gostava de Toretto ao sacrificar sua carreira para que o amigo pudesse fugir.
9 - Doris, voz de Ellen De Generis ( Procurando Nemo)
Nadar contra a correnteza é algo difícil. Um bom amigo sempre ajuda nessas horas. Na busca por Nemo, seu pai pôde contar com a corajosa e intrépida, embora desmemoriada, peixinha Doris. Ela foi o alicerce que lhe deu viga quando necessário. Dóris é aquela amiga, cujo coração parece não conhecer limites.
8- Chuck Sullivan, interpretado por Ben Afleck ( Gênio indomável)
Chuck é aquele tipo de cara que se doa sem imposições. Aceitou viver a sombra do talento de Will (Matt Damon) seu amigo de infância, incrivelmente inteligente mas igualmente problemático, que não aceita o mundo como ele se apresenta. É Chuck quem, em dado momento, puxa Will de volta para a terra e o exorta da necessidade de aprender a valorizar o que tem.
7- Sam, interpretado por Sean Austin (Trilogia O senhor dos anéis)
Sam acompanhou Frodo por toda a perigosa jornada para destruir o um anel. Corajoso e leal, sempre protegeu o amigo de todo mal que se espreitou. Sam, apesar da tarefa exaustiva a qual se propôs, jamais vacilou. Representando a rocha em que Frodo podia se escorar sempre que julgasse necessário.
6- Wilson/ bola (Naufrago)
Bem, Wilson era uma ilusão. Uma invenção da cabeça do naufrago vivido por Tom Hanks para que preservasse o pouco de sanidade que ainda lhe restava. Mas foi o afeto projetado em Wilson que conduziu -o para seu resgate. Foi o valor de uma amizade, ainda que imaginária, que devolveu ao personagem a gana de viver.
5- Bitsey Bloom, interpretada por Kate Winslet ( A vida de David Gale)
Aos jornalistas, cabe apurar um fato até esgotá-lo. Contudo, a jornalista vivida por Kate nesse filme se engaja na causa de David Gale de uma maneira que extrapola os limites do recomendável. Algo que só um verdadeiro amigo poderia fazer. Mais do que acreditar em Gale, condenado a pena de morte, ela havia se afeiçoado a ele. E fez das tripas coração para provar que ele era inocente.
4- George Downes, intrepetado por Rupert Everet ( O casamento do meu melhor amigo)
George é das pessoas mais afáveis e aprazíveis. Conquista a todos, e foi em parte por isso, que Julianne recorreu a ele quando precisava de um cúmplice para seu diabólico plano de impedir o casamento de um amigo de longa data, que ela se descobrira apaixonada. George não se furtou da ingrata missão, a fez graciosamente; e sutilmente foi pondo juízo na desorientada cabeça de Julianne. Algo que só um contumaz amigo poderia fazer.
3- John Backwith & Jeremy Gray, interpretados por Owen Wilson e Vince Vaughn (Penetras bons de bico)
Segurar as pontas. Estar lá um para o outro. Agir como para-raio. Esses dois honram todas essas definições com louvor. Cúmplices e confidentes, estavam aptos a mais dura das lições. Aprender a viver um separado do outro. Pôr a amizade em uma perspectiva mais saudável. Um passo que só amizades bem fundamentadas e verdadeiras conseguem dar.
2- Butch e Sandance Kid, interpretados por Paul Newman e Robert Redford (Butch Cassidy e Sandance Kid)
É aqui que o "conceito" de camaradagem no cinema ganha forma. A amizade entre Butch e Sundance é daquelas que um sabe o que o outro está pensando só pelo olhar. Uma amizade em que intimidade e afeto se mesclam culminando em um belo retrato do que a amizade realmente significa.
Martin Riggs e Roger Mourtagh, interpretados por Mel Gibson e Danny Glover (Quadrilogia Máquina mortífera)
É nessa série de ação que perpassamos todas as etapas de uma amizade. Desde a desconfiança inicial até a devoção inconteste, com direito a todos os pormenores. Ademais, estamos falando de amigos que se permitem levar um tiro um pelo outro, ou confiar no outro para desarmar uma bomba enquanto se está na privada. Provas incontestes de confiança e carinho. O topo, portanto, está mais do que justificado.
domingo, 19 de julho de 2009
bilheterias americanas e outras notas...
Saíram essa semana as indicações para os prêmios Emmy( principal premiação da tv americana) e como já era esperado, o drama Mad men e a comédia 30 rock dominaram a lista de indicados. Dexter, House e The office também tiveram destaque. Entre os atores John Hamm, Gabriel Bryne, Simon Baker e a grata surpresa Jim Parsons, o Sheldon de The big bang theory.Tina Fey, Mary Louise Parker, Sally Field e Glenn Close voltam a polarizar a disputa entre as mulheres.
Amanhã saí aqui em Claquete uma matéria sobre a enquete que se encerrou hoje sobre Robert De Niro e Al Pacino.
Na terça, sai o perfil do cineasta mais votado por vocês na outra enquete , inaugurando a seção que tem tudo para ser um sucesso, já que será sempre pautada por vocês.
On TV!
O roteirista e produtor Allan Ball é figura preponderante nesse cenário. São dele a premiada A sete palmos e True blood, cuja segunda temporada estréia essa noite no canal. Ball, homossexual assumido, tem duas obsessões em sua obra, a morte e o preconceito. Ambos já podiam ser vislumbrados em seu primeiro roteiro de cinema, o vencedor do oscar, Beleza americana. Ganharam viço em A sete palmos, série que acompanhava o cotidiano de uma família dona de uma funerária, e alcançam um novo patamar em True Blood.
Aqui, a partir de um universo fantástico e com capacidade de atrair um público maior e mais diversificado, Ball adentra uma mitologia já bastante deflagrada. Mas o faz com uma narrativa e um estilo tão cativantes que é impossível resistir. True Blood não é uma série sobre vampiros propriamente dita. Apesar de os dentuços serem figuras centrais na história, seu cerne é a evolução e como ela é percebida e digerida por uma sociedade belicosa e tão disfuncional como a nossa.
É óbvio que elementos dramáticos são potencializados para o bem da cronologia e da penetração midiática que a série pretende, contudo, a pauta em True Blood é como reagiríamos se o mundo como nós o conhecemos se metamorfosease da noite para o dia. Como fazer uma civilização que já capenga com a ordem social vigente se adaptar? Como lidar com o desconhecido? Como aceitar que não somos mais o topo da cadeia alimentar?
True Blood consegue - ao manejar vampiros e outros seres fantásticos- articular suas idéias bastante filosóficas em uma embalagem pop. É verdade que nem sempre a série acerta o tom, mas quando o faz, é insuperável.
Para quem não acompanhou a primeira temporada, True Blood versa sobre uma realidade em que vampiros e homens convivem mutuamente, depois que os japoneses desenvolveram uma bebida sintética que "libertou" os vampiros de sua necessidade de sangue humano, o tru blood do título, assim mesmo, sem o e. Como em tudo que cerca a humanidade, há aqueles que são pró vampiros e aqueles que são contra. E há vampiros dispostos a conviver pacificamente com humanos e há aqueles que não fazem questão.
No meio disso tudo está Sookie ( Anna Paquin) humana que tem a habilidade - para ela uma maldição - de ler mentes. Só a mente de Bill, o primeiro vampiro a aparecer na cidade, é que ela não consegue acessar. O que imediatamente a aproxima dele. Mas True Blood tem muito mais. E é extremamente injusto com a multifacetada premissa da série reduzi-la a meia dúzia de linhas. Vale a pena como diz a experta vinheta da HBO deixar-se morder por essa série.
Outras dicas:
segunda - feira
22:00 hs ▸▸ Vênus
Filme de ator. Peter o´Toole brilha na pele de um octogenário que se descobre apaixonado por uma mulher mais jovem. O filme evita o ridículo e faz um importante retrato da luta diária que é na terceira idade se manter ativo e disposto.
Quinta - feira
22:00hs ▸▸ Sweeney Todd: O barbeiro demoníaco da Rua Fleet
Musical de terror de tim Burton. Confuso com a definição? Pois é, o cineasta Tim Burton, conhecido por sua habilidade incomum de criar visuais impressionantes, faz aqui um filme sobre vingança com muitas músicas e sangue. Indicado para quem gosta do diretor, ou de Johnny Depp, que aqui canta muito bem.
Sexta - feira
16:00hs ▸▸ A face oculta da lei
Filme de ação que se leva a sério demais. Mas não deixa de ser interessante. Kurt Russel faz veterano policial que nunca se preocupou com a corrupção que corria solta no departamento, mas a convivência com o novo parceiro (Scoot Speedman) o faz mudar de perspectiva.
Top 10: As dez maiores atuações masculinas da década
No filme, ele apresenta uma performance devastadora que impressiona toda vez que se assiste a ela.
8- Sean Penn por 21 gramas
Penn é um ator que devido a alguns aspectos de sua personalidade e celebridade tardou em ter seu talento reconhecido em grande escala. Tudo começou a mudar em 2003. E este filme de Alejandro Iñarritu foi preponderante nesse sentido. Aqui ele faz um homem que acabou de ter um coração transplantado e se lança na busca para saber quem foi o doador. Sua busca leva a tragédia em diversos termos numa trama muito bem engendrada pelo diretor, mas que ganha profundidade e verve na atuação destacada de Penn.
Era preciso incluir Hoffman nessa lista. Talvez o ator mais constante, mais surpreendente e mais regular (no sentido de apresentar sempre grandes performances) da década. Mas por que filme? Talvez o nível de qualidade do trabalho de Hoffman possa ser melhor aferido nessa fita. Já que ele tem consideravelmente menos tempo em tela do que nas outras fitas pelas quais se destacou. No entanto, Hoffman domina a cena de uma maneira irreversível na pele de um homem que arquiteta um plano para roubar os próprios pais e sucumbe ás conseqüências.
6- Russel Crowe por Uma mente brilhante
Quando rodou esse filme, Crowe já era um astro mundialmente conhecido e premiado. Contudo, é justamente aqui que ele entrega sua melhor atuação. Como John Nash, o matemático esquizofrênico que precisou domar a própria mente para viver mas que revolucionou a economia moderna, Crowe demonstra total controle de sua criação (algo que escapa há muitos, e que muitos, não esperavam de um ator que usufruía de tamanha evidência), mantendo o equilíbrio necessário para que a caracterização não caia no ridículo tão pouco ceda ao dramalhão. Um trabalho notável de expressão e de domínio de linguagem corporal que lhe valeu quase todos os prêmios da temporada.
5- Tom Hanks por Estrada para perdição
3- Clint Eastwood por Menina de Ouro
Não há necessidade de fazer apresentações aqui. Contudo, é imperativo afirmar que foi nessa década que Eastwood viveu seu melhor momento criativo. Seja como diretor, seja como ator. Tanto em um ofício, quanto no outro, Eastwood brilha intensamente nessa fita que da alienação total por parte do estúdio saltou para o Oscar de melhor filme entre outros prêmios.
Aqui o veterano ator vive Frank Dunn. Dono de uma acadêmia e treinador de boxe que carrega algumas mágoas e arrependimentos e encontra na improvável figura de uma lutadora, igualmente abandonada , a redenção. Eastwood, diretor e ator, sabiamente utiliza as marcas de seu rosto e toda a carranca que lhe é atribuída para emoldurar um registro perene e profundamente tocante.
Se há uma palavra que pode definir essa atuação é intensidade. O papel que o destino quis que fosse o testamento artístico de Heath Ledger (1980- 2008) foi também o que lhe deu o Oscar. Aqui ele não só interpreta o coringa - arqui rival do Batman- ele cria a mais sombria versão do personagem e estabelece um novo patamar para a vilania no cinema. Senhor de todas as nuanças de sua caracterização, a entrega de Ledger ao papel impressiona. Tanto que alguns mal informados atribuíram a sua sublime atuação à morte precoce. Um equívoco que em si, só ratifica o poder e a longevidade de seu trabalho.
1 - Sean Penn por Sobre meninos e lobos
Em um filme que trata de perda, dor e tragédia, nada é mais alusivo de todos esses elementos do que a atuação soberba de Sean Penn. Aqui ele vive um ex- presidiário que tenta arrumar a vida, contudo, após o brutal assassinato de sua filha ele volta a flertar com o crime. Equilibrando-se entre a ânsia por vingança e a dúvida acerca do envolvimento de um ex-amigo. A história obviamente vai além e toma rumos inesperados, e é na atuação de Penn que a platéia tem a noção exata do tamanho da tragédia que se contempla.
Penn protagoniza aqui, certamente uma das mais fortes cenas da década (foto ao lado). O momento em que descobre que sua filha está morta é provavelmente o grande momento de Penn como ator. É o auge de sensibilidade que se pode permitir. É impossível não sentir o coração se partir naquele momento repetidas vezes. Uma cena que quanto mais se vê, melhor fica!
Uma semana de claquete!
Hoje aproveitando a ocasião inauguro mais duas seções aqui em Claquete. O Top 10 será editado aos domingos. É uma seção que trará sempre um ranking interessante, por vezes inusitado, sobre o universo cinéfilo. On Tv, como exalta o nome será uma seção com dicas e observações sobre o que de melhor rola na tv. A princípio também será editada aos domingos. Mas tanto uma quanto a outra podem ter edições extraordinárias. Espero que vocês apreciem!
Os objetivos são ambiciosos, mas o maior deles é ter vocês aqui comigo. Compartilhando nossa paixão por cinema. Muito obrigado e bola para frente que o jogo é de campeonato.
Filme do dia!
sábado, 18 de julho de 2009
Para quem tem "sede" de vampiros...
Abaixo, o Trailer do filme:
Filme do dia!
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Filme do dia!
É do diretor francês François Ozon essa obra prima. Ozon desconstrói o relacionamento de um casal pelo tempo, literalmente, para que possamos notar como o processo de esgotamento e desgaste se dá. Um filme simples, belamente escrito e conduzido com firmeza pelo diretor, que a despeito da característica da narração, que corre de trás para frente, não recorre a nenhum truque de montagem e preserva uma linha narrativa progressiva para sua história. Afinal de contas o sentido da fita só se completa quando o filme chega ao fim e podemos acompanhar aquele casal, cujo primeiro flagrante fora de contenda e desarmonia , em estado de paixão suprema.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Movie Pass
Para hoje selecionei Cidade baixa. Um filme brasileiro, que não enveredou pelo viés popular de Tropa de Elite e Cidade de deus, o que só lhe fez bem. Provavelmente se rodado hoje, a fita seria drasticamente diferente. Já que seu elenco, grande trunfo do filme, goza de status totalmente diferente da ocasião. Aqui temos um Vagner Moura pré consagração, uma Alice braga ainda sem carreira intenacional e um Lazáro Ramos que ainda não havia se experimentado na tv. Portanto, muito da condição crua deles naquela época é absorvida pelo filme. Vale a pena conferir.
A seguir o trailer e a minha critica do filme:
Mais do que uma crônica qualquer!
É com imensa satisfação que se termina de assistir Cidade baixa ( Brasil 2005), estréia na ficção do diretor Sérgio Machado. O filme - o melhor exemplar produzido no Brasil desde Cidade de deus- exala qualidade desde o roteiro caprichado á direção segura, passando pela fotografia magnífica e principalmente pelas fantásticas atuações. Esses elementos fazem com que Cidade baixa transcenda seus status. Ou seja, de um filme bem feito, sem grandes ambições.
Premiado na mostra olhares no último festival de Cannes, e sucesso de público absoluto no festival do Rio e na mostra de São Paulo, o filme mostra como o cotidiano de Deco e Naldinho, dois amigos de infância, é abalado pela fulminante paixão despertada em ambos pela prostituta Karina.
Machado capta uma Salvador diferente dos cartões postais e realiza um filme avassalador. Que mistura a perfeição uma tensão dramática e um erotismo vulgar. A vulgaridade aqui está implícita no sentido da história e existe para dar forma ao triângulo amoroso inusitado.
Lázaro Ramos mostra a habitual competência na pele de Deco, um cara fechado e relutante em aceitar a condição de estar dividido entre o amigo e uma garota, Vagner Moura acerta o ponto como Naldinho, o mais descolado e intrépido. Mas o maior destaque da fita é Alice Braga que constrói com vigor a personagem Karina, uma moça desiludida perdida no meio de uma paixão errada.
O cineasta não pretende justificar seus personagens, nem o meio em que vivem, mas não deixa de surpreender pelo fato de Cidade baixa ser tão passional. Em uma das últimas cenas do filme um clímax estrondoso é elaborado de forma pouco vista no cinema nacional, mais do que qualquer coisa, tem-se a noção exata que mesmo sem querer Machado fala sobre o fim da amizade entre outras coisas mais.