No need, some speed
Adaptações de games se provaram um material difícil para
Hollywood adaptar. É uma esfinge que a meca do cinema ainda não conseguiu
decifrar e por isso vai sendo devorada. Enquanto produz ótimos (já nem tanto)
filmes baseados em HQs, Hollywood padece ao apresentar filmes ruins baseados em
games de sucesso. Enquanto isso, a indústria dos games vai dando a volta em
Hollywood como aquela que mais fatura no gigantismo do mundo do entretenimento.
"Need for speed", game de sucesso, mas com um fiapo de
história representava no filão das adaptações um desafio ainda maior. Era
preciso criar toda uma história, um organismo vivo e palatável para um público
alheio ao universo do game e, ainda assim, identificável aos fãs mais hardcore.
Dirigido por Scott Waugh, dublê que se arrisca (e sai-se
bem) como diretor com a chancela de Steven Spielberg – um dos produtores
associados do filme, Need for Speed – o filme (Need for Speed, EUA 2014)
termina a prova em boa colocação. Para forçar a metáfora automobilística, é
aquele carro que faz a melhor volta, mas não termina entre os competidores que
pontuam. Trata-se de um filme de menino muito bem azeitado nesse escopo e de um
filme de ação com boas e bem coreografadas cenas de velocidade. É lógico que
isso não torna Need for speed um ótimo filme, mas no contexto das adaptações de
games e do desafio que esta em particular representava, viabiliza um resultado
mais do que satisfatório.
Waugh peca, no entanto, por tentar transparecer fazer um
filme mais sério do que o que realmente tem em mãos. A sombra de Velozes
e furiosos, que escora no piegas aqui e ali, paira sobre Need for Speed. A
diferença é que a franquia capitaneada por Vin Diesel não necessariamente
resvalava o piegas em seu filme inicial.
Aaron Paul se prepara para o clímax do filme: dono absoluto da cena...
Se Waugh erra no tom de quando em quando, o protagonista
Aaron Paul não poderia estar mais calibrado. Em seu primeiro papel de destaque
desde o fim da série "Breaking bad", Paul demonstra toda a segurança que o
leading man de um blockbuster exige. Com carisma de sobra e com a perfeita
noção do tipo de filme que está fazendo, o ator dá pulsação ao filme que é
menos acelerado do que muitos podem imaginar.
Com um Michael Keaton dando sequência ao resgate de sua
carreira, Need for Speed agrada em parte por seu desprendimento e em parte
porque as expectativas eram, compreensivelmente, muito baixas.
Gosto do game "Need for Speed", mas confesso minha total falta de curiosidade em conferir a sua adaptação cinematográfica, apesar de ter lido boas críticas sobre o longa.
ResponderExcluirEu já não gosto tanto do game e estava curioso pela versão cinematográfica. É um típico agrada pero no mucho. rsrs
ResponderExcluirbjs