O diretor Steve McQueen, o segundo da direita para a esquerda, e o elenco de um dos pré-candidatos ao Oscar, 12 years a slave
O Oscar de 2002, que consagrou Denzel Washington e Halle
Berry como os melhores atores do ano (no caso de Berry, ela foi a primeira
atriz negra a triunfar na categoria principal), além de conceder prêmio
honorário a Sidney Poitier – o primeiro ator negro a ganhar um Oscar – é
conhecido como o Oscar negro. O próximo Oscar, ensaiam os primeiros
prognósticos da temporada de ouro do cinema americano, pode reclamar esse
estigma para si.
12 years a slave, um filme que versa sobre a escravidão, mas a partir de um prima completamente renovado – um homem negro livre sequestrado e
vendido como escravo, está na dianteira nas casas de apostas. Seu diretor,
Steve McQueen, que já merecia indicação por Shame, figura entre as certezas na
categoria de direção. O protagonista, Chiwetel Ejiofor é outro dado como carta
marcada na disputa por melhor ator. Categoria esta que pode registrar recorde
de atores negros em disputa, se confirmadas as boas expectativas em relação a
Forest Whitaker, protagonista do dramalhão de Lee Daniels (que foi apenas o
segundo diretor negro indicado ao Oscar – em 2010 por Preciosa – uma história
de esperança), em O mordomo da Casa Branca. Whitaker ganhou o Oscar de melhor
ator em 2007 por O último rei da Escócia tornando-se apenas o quarto negro a
triunfar na categoria principal, mas o terceiro em um espaço de cinco anos. O
inglês Idris Elba, que vive Nelson Mandela em Mandela: long walk to freedom, é
outro nome bem cotado. Assim como Michael B. Jordan que faz o jovem assassinado
por policiais em
Fruitvale Station , sensação indie da temporada. Se três
desses conseguirem emplacar indicações, o recorde já estará consolidado.
Denzel Washington e Halle Berry com seus Oscars conquistados há 11 anos: novo recorde a caminho?
Oprah Winfrey, que é uma das mais poderosas personalidades americanas, é outra aposta certeira entre as atrizes coadjuvantes pelo filme O mordomo da Casa Branca. Ela já foi indicada na categoria pelo filme A cor púrpura na década de 80
Além de Lee Daniels e Steve McQueen, Spike Lee é outro que
pode figurar na lista com seu remake do clássico sul-coreano Oldboy. Mas é uma possibilidade
distante. Fato é que até hoje apenas dois negros foram indicados a melhor
diretor e neste ano três aparecem com filmes conceituados na praça.
David Oyelowo (O mordomo da Casa Branca) e Barkhad Abdi, que
faz um pirata somali em
Captain Phillips , estão entre os nomes aventados para a
categoria de ator coadjuvante.
Na equivalente categoria feminina, muitas pretendentes
negras também. Oprah Winfrey, por O mordomo da Casa Branca, é o maior destaque.
Mas há, ainda, Lupita Nyongo (12 years a slave), Naomie Harris (Mandela: long
walk to freedom) e a previamente vencedora na categoria Octavia Spencer por
Fruitvale Station.
É muito improvável que todos esses pleiteantes garantam vaga
entre os finalistas, mas o número de concorrentes bem direcionados é um convite
à academia a demolir, de uma vez por todas, a injusta máxima de que é
segregacionista.
Idris Elba caracterizado como Nelson Mandela: depois de render indicação a Morgan Freeman em 2010, personagem pode valer primeira indicação ao Oscar para o ator britânico
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