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domingo, 22 de setembro de 2013

Insight - O Oscar dos negros

O diretor Steve McQueen, o segundo da direita para a esquerda, e o elenco de um dos pré-candidatos ao Oscar, 12 years a slave

O Oscar de 2002, que consagrou Denzel Washington e Halle Berry como os melhores atores do ano (no caso de Berry, ela foi a primeira atriz negra a triunfar na categoria principal), além de conceder prêmio honorário a Sidney Poitier – o primeiro ator negro a ganhar um Oscar – é conhecido como o Oscar negro. O próximo Oscar, ensaiam os primeiros prognósticos da temporada de ouro do cinema americano, pode reclamar esse estigma para si.
12 years a slave, um filme que versa sobre a escravidão, mas a partir de um prima completamente renovado – um homem negro livre sequestrado e vendido como escravo, está na dianteira nas casas de apostas. Seu diretor, Steve McQueen, que já merecia indicação por Shame, figura entre as certezas na categoria de direção. O protagonista, Chiwetel Ejiofor é outro dado como carta marcada na disputa por melhor ator. Categoria esta que pode registrar recorde de atores negros em disputa, se confirmadas as boas expectativas em relação a Forest Whitaker, protagonista do dramalhão de Lee Daniels (que foi apenas o segundo diretor negro indicado ao Oscar – em 2010 por Preciosa – uma história de esperança), em O mordomo da Casa Branca. Whitaker ganhou o Oscar de melhor ator em 2007 por O último rei da Escócia tornando-se apenas o quarto negro a triunfar na categoria principal, mas o terceiro em um espaço de cinco anos. O inglês Idris Elba, que vive Nelson Mandela em Mandela: long walk to freedom, é outro nome bem cotado. Assim como Michael B. Jordan que faz o jovem assassinado por policiais em Fruitvale Station, sensação indie da temporada. Se três desses conseguirem emplacar indicações, o recorde já estará consolidado.

Denzel Washington e Halle Berry com seus Oscars conquistados há 11 anos: novo recorde a caminho? 

Oprah Winfrey, que é uma das mais poderosas personalidades americanas, é outra aposta certeira entre as atrizes coadjuvantes pelo filme O mordomo da Casa Branca. Ela já foi indicada na categoria pelo filme A cor púrpura na década de 80

Além de Lee Daniels e Steve McQueen, Spike Lee é outro que pode figurar na lista com seu remake do clássico sul-coreano Oldboy. Mas é uma possibilidade distante. Fato é que até hoje apenas dois negros foram indicados a melhor diretor e neste ano três aparecem com filmes conceituados na praça.  
David Oyelowo (O mordomo da Casa Branca) e Barkhad Abdi, que faz um pirata somali em Captain Phillips, estão entre os nomes aventados para a categoria de ator coadjuvante.
Na equivalente categoria feminina, muitas pretendentes negras também. Oprah Winfrey, por O mordomo da Casa Branca, é o maior destaque. Mas há, ainda, Lupita Nyongo (12 years a slave), Naomie Harris (Mandela: long walk to freedom) e a previamente vencedora na categoria Octavia Spencer por Fruitvale Station.
É muito improvável que todos esses pleiteantes garantam vaga entre os finalistas, mas o número de concorrentes bem direcionados é um convite à academia a demolir, de uma vez por todas, a injusta máxima de que é segregacionista.  

Idris Elba caracterizado como Nelson Mandela: depois de render indicação a Morgan Freeman em 2010, personagem pode valer primeira indicação ao Oscar para o ator britânico 

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