Sidney Lumet voltou aos dramas de tribunal em grande estilo. Com Paul Newman em grande performance, O veredicto é aquele tipo de filme que ganha em vigor e densidade dramática por ter um grande diretor no comando. Um advogado que já experimentara a grandeza, prostrado ante o alcoolismo, vê sua chance de voltar ao topo da carreira e da dignidade ao levar a julgamento um caso de imperícia médica. Tentado a fazer um acordo, a prática vigente em seu ostracismo profissional, Frank Galvin (Newman) se sente desafiado pela própria indignação ante seu comportamento. Lumet desenvolve um filme relativamente convencional com grande esmero narrativo. As tensões dramáticas são bem justificadas por um roteiro costurado a dedo por um diretor com olho clínico para a angústia humana. A secura dos cortes, a trilha sonora discreta, a confiança absoluta na capacidade de Newman memorar a platéia e a pujança solene da misè-en-scene resultam em uma produção de alto impacto emocional e cinematográfico.
De lambuja, Lumet entrega um dos melhores filmes sobre um homem se erguendo de seu vício.
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