terça-feira, 30 de novembro de 2010

Claquete destaca

 + Morreu no último domingo, de complicações de um quadro de pneumonia, o ator canadense Leslie Nielsen aos 84 anos de idade. Nielsen imortalizou-se em filmes como Corram que a polícia vem aí, Apertem os cintos, o piloto sumiu e Drácula morto, mas feliz.

Irreverência sempre: Nielsen na premiere de Super-heróis, um de seus mais recentes filmes

+ James Franco e Anne Hathaway foram anunciados como os apresentadores do Oscar 2011. A escolha pela dupla de jovens atores (que tem filmes cotados para a disputa) marca mais uma tentativa da academia de atrair o público jovem.

+ Ambos são talentosos e donos de perfis que se comunicam tanto com um público mais maduro, quanto com uma platéia mais jovem. Contudo, é difícil crer que ambos tenham sido a primeira escolha dos produtores. Vale lembrar que Hugh Jackman há um mês e meio atrás recusou convite oficial para apresentar a cerimônia. Muitos outros convites informais devem ter sido recusados no ínterim.

+Considerada uma premiação inexpressiva na temporada, O Gothan Awards entrega seus prêmios no final de novembro e, por hábito, negligencia muitos filmes que nem sequer foram vistos ainda. Em 2010, o drama independente Winter´s bone foi o grande vencedor. O filme, que pode render uma indicação ao Oscar para a atriz Jennifer Lawrence ficou com os dois prêmios mais aguardados da noite: filme e elenco.


+ Foram divulgados hoje os indicados ao Independent Spirit Awards. Winter´s bone lidera a disputa com sete indicações.

+ O Independent Spirit Awards é a principal premiação do cinema independente americano. Nos últimos anos ganhou projeção e importância já que antecipa muitos dos concorrentes ao Oscar.

+ Os indicados a melhor filme do ano no Spirit são 127 hours, Cisne negro, Winter´s bone, Greenberg e Minhas mães e meu pai.

Jennifer Lawrence em cena de Winter´s bone: o filme foi o grande vencedor do Gothan Awards e foi bem contemplado no Spirit Awards


+Na briga pelo prêmio de direção estão Darren Aronofsky (Cisne Negro), Danny Boyle (127 hours), Lisa Cholodenko (Minhas mães e meu pai), Debra Granik (Winter´s bone) e John Cameron Mitchell (Rabbit hole).

+ O Indenpendent Spirit Awards acontece tradicionalmente na véspera do Oscar. Este ano a cerimônia de celebração do cinema independente acontecerá em 26 de fevereiro e você vai ficar sabendo de tudo sobre o prêmio no Oscar Watch 2011 aqui do blog.

Contexto

Painéis irresolutos

A vida durante a guerra é um drama que objetiva expor e discutir algumas fragilidades humanas. A necessidade por perdão é um tema central da nova fita de Todd Solondz, mas ela não é a única questão proposta no painel do cineasta. Há o desamor crescente e patológico em uma sociedade que se caracteriza primordialmente pelo egoísmo com que cada indivíduo trata suas relações sociais. E esse é justamente o ponto gravitacional de A vida durante a guerra, como era também o de Felicidade (1998), filme ao qual Solondz revisita com o novo lançamento. Ao retomar os mesmos personagens e seus dilemas congelados no tempo, Solondz tenta avançar nas proposições do filme dos anos 90. No entanto, o eco que se ouve aqui não se mostra muito profundo.

Cena de A vida durante a guerra: personagens sofrem para
explicar o conceito de terrorismo para uma criança

É contumaz do cinema se prestar a construir painéis como o que se vê nos dois filmes de Solondz. A prerrogativa de explicar o mundo através de esquematizações amplificadas é tentadora. Paul Haggis tentou pelo viés do preconceito racial em Crash – no limite, Fernando Meirelles se apropriou de Saramago e apresentou uma mescla de pessimismo com esperança sobre os rumos da civilização em Ensaio sobre a cegueira e Tomas Vinterberg articulou, em uma reunião familiar, uma dinâmica bem parecida com a empregada em todos os filmes citados anteriormente no histórico Festa de família.
Em comum, esses dramas têm a proposta de a partir de painéis, ainda que irresolutos e inconclusivos, esmiuçar os intestinos das relações humanas.
Não se chega sempre aos mesmos resultados. Nem em termos cinematográficos, muito menos em parâmetros sociológicos. A dramaturgia de Solondz, por exemplo, é muito mais rasa do que a de Saramago brilhantemente transposta para o cinema pelo diretor brasileiro.
Nem que os realizadores quisessem esses painéis poderiam ser resolvidos. Já que ainda estamos contando nossa própria história. Essa, no final das contas, é a graça de produções como Crash- no limite a A vida durante a guerra. Mesmo que por graça aí, entendamos sina.



Se você gostou do tema abordado nesta seção Contexto e pretende repercuti-lo sob esse e outros pontos de vista, Claquete recomenda:

Felicidade (Happiness, EUA 1998), de Todd Solondz
Festa de família (Festen, DIN 1998), de Tomas Vinterberg
Magnólia (Magnólia, EUA 1999), de Paul T. Anderson
Crash - no limite (Crash, EUA 2005), de Paul Haggis
Ensaio sobre a cegueira (Blindness, CAN/JAP/BRA 2008), de Fernando Meirelles

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Crítica - Você vai conhecer o homem dos seus sonhos

De ilusão também se vive!

O novo filme de Woody Allen é certamente a produção mais sombria de sua obra recente. Não que Você vai conhecer o homem dos seus sonhos (You will meet a tall dark stranger, ING 2010) seja um drama carregado de tensões. Contudo, o pessimismo que caracteriza a obra de Allen com certo relevo está amplificado nesta comédia de vocação dramática.
O diretor articula uma ciranda amorosa que reflete expectativas profissionais e emocionais do conjunto de personagens da trama. A postura de Allen perante esses personagens é um tanto ressentida. O diretor recicla antigas fórmulas de seu cinema (e antigas convicções) e chega a um resultado um tanto diferente do aventado em produções anteriores. Aqui, parece nos exortar o cineasta, a ilusão pode ser um poderoso elemento para o tramite da vida.

Um Woody Allen incômodo: Você vai conhecer o homem dos seus sonhos versa sobre expectativas irresolutas e as ilusões a disposição para preenchê-las


Alfie (Anthony Hopkins) decide largar a esposa Helena (Gemma Jones), com quem foi casado por 40 anos, e ávido por uma juventude perdida se enamora por uma garota de programa desengonçada (papel que seria de Nicole Kidman e acabou com a convincente Lucy Punch). Paralelamente a isso temos a filha do casal, Sally (Naomi Watts) que vive o esfriamento de seu casamento com Roy (Josh Brolin) um médico formado que tenta emplacar uma carreira como escritor. Enquanto ela se interessa pelo patrão (Antonio Banderas), Roy se engraça com uma vizinha (Freida Pinto). Pela sinopse, já é possível depreender que Você vai conhecer o homem dos seus sonhos versa sobre expectativas e , invariavelmente, das frustrações inerentes a elas. Sim por que para Allen, elas são inescapáveis. “A vida é cheia de som e fúria e no final não significa nada”, nos lembra o narrador da história ao início e ao findar da fita. A mortalidade (o estranho alto e escuro do título) chega para todos e como lidar com essa frustração primordial? Justamente por isso é Helena quem se sai melhor no quadro pintado por Allen. Ao esmerar-se copiosamente nas previsões de uma vidente (sempre regadas a um gole de uísque), Helena encontra a paz que lhe fora furtada e que parece fugir ruidosamente dos outros personagens. Ao acreditar que viveu na França e que ainda viverá outras vidas radiadas de alegria e prazer, Helena encontrou conforto e supriu o enorme buraco em sua existência deixado pelo marido em crise. Allen, um pessimista crônico, não deixou sua natureza de lado. Aqui o diretor salienta que certas verdades são inescapáveis, mas que as ilusões estão a mercê. Certifique-se, porém, que escolha uma que lhe traga mais conforto e não agonia.

Panorama - O curioso caso de Benjamin Button



À primazia pode causar estranheza David Fincher estar por trás de um projeto como O curioso caso de Benjamin Button. Contudo, o interesse em ver como um cineasta cerebral como Fincher desvelaria uma história profundamente emocional como a de Benjamin Button é um componente poderoso. Inclusive para o próprio Fincher, seduzido pelo apelo da história. Tanto que viu no material a oportunidade de colaborar pela terceira vez com Brad Pitt, reconhecidamente seu ator preferido.
Houve comparações, sempre desfavoráveis ao filme de Fincher, entre Benjamin Button e Forrest Gump. Pelo tom épico e fantasioso da narrativa e pela jornada dos personagens (além de ambos terem sido escritos pelo dramaturgo Eric Roth). A comparação, apesar de insidiosa, é superficial. Já que no filme de Fincher, diferentemente do que ocorre na fita estrelada por Tom Hanks, o tempo e suas maledicências são proeminentes figuras. Há, também, uma história de amor maravilhosamente contada. As potencialidades de Benjamin Button enquanto cinema extravasam o mimetismo da história contada (e aí se agrupam a homenagem a Nova Orleans pós Katrina, os efeitos especiais tão festejados, o brio da moral encenada, a eficiência das atuações). Fincher põe o pragmatismo do seu raciocínio cinematográfico a serviço de um filme de muitas fragrâncias. Há exuberância técnica (como na cena em que Benjamin desenvolve todo um raciocínio para nos contar sobre o acidente que acometeu Daisy, personagem de Cate Blanchet) e há sentimento. Mas Fincher, perfeccionista que é, enquadra o sentimento em meio a ponderações. Nunca renegando suas características de cineasta cerebral. Justamente por isso, há quem enxergue em Benjamin Button um filme frio. Mas foi justamente essa opção por um cinema asséptico que possibilitou que O curioso caso de Benjamin Button, a despeito de seu viés fantasioso, pudesse ser dos melhores materiais reflexivos a surgir não só no cinema, mas na arte como um todo, nos últimos anos.

domingo, 28 de novembro de 2010

De olho no futuro...

Heróis – safra 2011
Se em 2010, apenas o homem de ferro fez as vezes dos heróis dos quadrinhos nos cinemas, 2011 será um prato cheio. Da Marvel chegarão Thor (no Brasil em 30 de abril) e Capitão América (no Brasil em 29 de julho). A DC se arrisca com heróis do segundo escalão (fórmula que deu muito certo com a Marvel) com Lanterna Verde (que estreará mundialmente em maio). Esse filme será crucial para as futuras incursões dos heróis da DC (até mesmo os famosões Batman e Super homem com filmes em produção) nos cinemas.


Amizade colorida

Em Friends with benefits, dirigido por Will Gluck, Justin Timberlake e Mila Kunis fazem dois amigos que se entendem muito bem ... na cama. O filme será um dos três lançamentos de Justin Timberlake (que em dezembro chega aos cinemas nacionais com A rede social) em 2011. A comédia romântica já está pronta e Mila Kunis andou declarando que adorou ficar a vontade com Justin durante as filmagens. Veja se você acredita nela no trailer que Claquete apresenta:





Batman no more

O ator Christian Bale declarou em recente entrevista ao blog de cinema da MTV americana que o próximo filme do homem morcego (o terceiro que protagonizará) será o seu último. Bale disse que já deu sua contribuição ao universo do herói. Mas fez uma ressalva: “A não ser que Chris (Nolan, o diretor) me convença do contrário”.


E Waltson volta também

Marcado para 16 de dezembro de 2011, Sherlock Holmes 2 teve sua primeira foto divulgada. Ao contrário do que se supunha, o vilão do segundo filme (professor Moriarty) não será vivido por Brad Pitt. O ator Jared Harris (da série Mad men) foi contratado para viver o personagem.





Alice não te quero mais

O diretor Tim Burton está sendo pressionado por executivos e produtores ligados a Disney para assumir a ainda não confirmada sequência de Alice no país das maravilhas. Burton,que assumiu publicamente sua insatisfação com o resultado artístico do filme, não mostra disposição em participar do segundo filme. “Ele disse que não volta”, disse uma amigo próximo ao site Ain´t it cool news. Já ao Worst Previews, o próprio Burton foi mais diplomático: “O final não deixou espaço para uma sequência. O que aconteceu é que, como nos sonhos, tudo fica aberto para interpretações”. Diplomático, mas não menos enfático.


Holofote:

James Franco

Ele já é trintão, mas conserva a cara de garoto. James Franco é uma das apostas para temporada. Há quem diga que seu ano é este. Afinal, ele teve uma bem sacada participação em Uma noite fora de série e estrela dois filmes muito comentados que devem chegar no Brasil no início de 2011 (Howl e 127 hours). Mas pode-se dizer que o ano de James Franco foi mesmo 2008, quando estrelou e provou talento dramático em Milk – a voz da igualdade e arrebatou no papel do chapadão Saul Silver em Segurando as pontas. O Oscar, preveem os oráculos, é questão de tempo.



Primeira mão
Harrison Ford e Daniel Craig fazem pose em Cowboys & aliens que deverá ser lançado no verão americano de 2011

Ainda não acabou: jovens tentam enganar a morte em Premonição 5


A gangue está de volta: primeira imagem de Se beber não case 2

Insight

As expectativas acerca da diretora Angelina



Angelina Jolie é uma estrela. Das maiores de nossa geração. Esse fato não demanda debate. A atriz havia externado há algum tempo que mantinha o desejo de dar início a uma carreira na direção. Não esclareceu se consideraria o ofício uma evolução na carreira ou uma atividade paralela. Jolie dizia que via com bons olhos a direção e que nunca teve medo de assumir essa nova posição na carreira. Em 2010, Angelina Jolie abandonou o discurso e assumiu seu objetivo.
Ainda sem título definido, o primeiro trabalho de Angelina Jolie atrás das câmeras será um drama que aborda a guerra da Bósnia nos anos 90. O pré e o pós guerra também estarão no centro da trama, mas segundo Angelina seu filme não será político. “Minha intenção é falar com pessoas de todos os lados da situação e permitir que elas tenham voz”, disse em entrevista a agência Reusters. A despeito de tomarmos a declaração de Angelina como um manifesto político em si, a sinopse disponibilizada pela diretora debutante indica um cinema de fortes metáforas. Uma história de amor entre uma mulher bósnia e um soldado sérvio que, segundo informações não oficiais, teria como estopim da relação um estupro.
Angelina Jolie vem recebendo críticas, principalmente de setores conservadores do leste europeu, porque não seria uma pessoa habilitada a fazer um filme sobre os conflitos da região. A atriz, em público, se disponibiliza para discutir a questão e afirma que estudou muito a geopolítica local e ressalta que não pretende fazer um filme político.
É impossível não fazer um filme que ceda a leituras políticas quando se aborda essa região do mundo. Essa tarefa se torna ainda mais difícil pelo fato de Angelina ser embaixadora das Nações Unidas e engajada em causas de refugiados de guerra. Angelina, portanto, acredita no poder das metáforas de seu filme. Isso é pacífico. Por outro lado, a estrela conta com a boa vontade da indústria para com seu debute atrás das câmeras.
As expectativas, nesse momento, são altas. Nem tanto pelo talento que Angelina pode revelar ou não no ofício, mas pelo simples fato de uma estrela de trajetória tão polêmica e midiática como ela estar protagonizando um episódio de potencial tão polêmico e midiático quanto esse. Basta lembrar que há dois meses a autorização para que Jolie rodasse cenas de seu filme na Bósnia foi revogada. Só para que depois a própria revogação fosse revogada. Jolie enfrenta, enquanto grava seu filme, duros protestos contra sua iniciativa de enxergar amor onde só se vislumbra ódio. É interessante especular sobre como essa condição afetará, mais do que a feitura do filme em si, seu discurso. Essa é a grande expectativa em torno da estréia de Angelina Jolie como diretora. Perceber a capacidade e sensibilidade dela como observadora desse contexto e averiguar se será capaz de reproduzi-lo em forma de arte.

sábado, 27 de novembro de 2010

Crítica - A vida durante a guerra

O que vem depois da felicidade...


Em A vida durante a guerra a intenção de Solondz era avançar nos temas tratados em Felicidade. O diretor, no entanto, só se repete


Doze anos após Felicidade (Hapiness, EUA 1998), Todd Solondz retoma os personagens daquele filme em A vida durante a guerra (Life during wartime, EUA 2009). No novo filme, Solondz busca rememorar a acidez com que via o mundo em Felicidade. Para isso, não só revisita os personagens como revisita cenas inteiras daquele filme. Quem não volta para A vida durante a guerra são os intérpretes originais. Solondz justificou, em mais de uma oportunidade, que optou por novos atores porque não queria amarras no registro. Essa justificativa, no entanto, não faz sentido. A estética pura e simples também não mancomuna com a opção de ter os personagens de Felicidade vividos por atores distintos dos que os viveram primeiramente. Por outro lado, essa opção acresce interesse ao registro que Solondz faz desses personagens em um mundo mudado. Em um mundo à sombra do 11 de setembro. Se no primeiro filme a busca era pela felicidade, agora a busca é pelo perdão. Muito se faz, muito se erra na busca pela felicidade, “mas só os perdedores esperam ser perdoados”, vaticina uma personagem em um dado momento. A vida durante a guerra apresenta o mesmo esboço esquemático que pauta o cinema de Solondz (calcado em diálogos ásperos e em um humor de deslocamento que cerceia o drama) e alcança os mesmos efeitos. Choca, mas não envolve. Os temas repercutidos em Felicidade estão de volta (o passado é algo do qual não se pode fugir, argumenta Solondz), mas eles não ganham profundidade. Agrega-se a trama algumas ponderações sobre terrorismo que não avançam à psicologia de botequim. Embora renda cenas interessantes, o todo de A vida durante a guerra não produz o mesmo impacto proporcionado por Felicidade. Solondz era mais arguto e sarcástico ali. Aqui é apenas repetitivo.

Cantinho do DVD

Tido como um diretor fetichista e, mais ainda, pessimista, Todd Solondz está com fita nova nos cinemas brasileiros. A vida durante a guerra, cuja crítica o leitor pode conferir no post acima, retoma os personagens do mais célebre filme de Solondz, Felicidade. É esta produção de 1998, multipremiada (prêmio da crítica em Cannes, melhor filme no festival de Toronto e indicado ao Oscar de roteiro original, para citar alguns), que a seção Cantinho do DVD desta semana destaca. Felicidade não é um filme fácil. Muito pelo contrário, é enjoativo em alguns momentos e pesado em outros. Ainda assim, é o melhor trabalho desse cineasta bissexto.



Ficha técnica:

Título original: Happiness
Direção: Todd Solondz
Roteiro: Todd Solondz
Elenco: Jane Adams, Phillip Seymour Hoffman, Dylan Baker, Lara Flynn Boyle e Chyntia Stevenson
Gênero: Drama
Estúdio: Good machine/Imovision
Duração:134 min
Status: disponível em DVD para venda e locação
Preço médio: R$ 44,90



Crítica

Felicidade é um ideal ou um objetivo palpável? Para Todd Solondz isso pouca importa. Na conjuntura dramática proposta em Felicidade (Happiness, EUA 1998), ela pode ser tanto um objetivo de vida quanto um ideal distante; mas enquanto há vida há esperança, propaga uma personagem próximo do encerramento da fita. No filme, acompanhamos o cotidiano da família Jordan e de mais um punhado de personagens que a gravita. O que Solondz objetiva ao se aproximar desse microcosmo é professar sua fé: de que a América está corrompida pela pervertida busca pela felicidade. Não deixa de ser um tanto melancólica essa constatação. No painel alçado pelo diretor e roteirista estão um pedófilo que não parece se ressentir de sua condição, um tarado introvertido, a irmã falsa e arrogante (Helen), a irmã competitiva e prepotente (Trish) e a irmã que não sabe como se situar (Joy). Há muito mais no emaranhado de arquétipos que Solondz ilumina em seu filme.
Em Felicidade, há –deliberadamente – a intenção de chocar. Por isso, a risada nervosa do espectador aparece uma ou duas vezes durante o filme. Apesar de utilizar uma mise em scène esquemática (geralmente duas pessoas travando um diálogo em um enquadramento congelado), Solondz não economiza no conteúdo dos diálogos. Homossexualidade, pedofilia, drogas, infidelidade, entre outros assuntos tão incendiários quanto esses ocupam o itinerário dramático dos personagens. Itinerário porque eles pouco se parecem com seres vivos, mais se assemelham a rabiscos destinados a produzir um efeito reflexivo. Esse distanciamento opcional que Solondz afere à sua narrativa não é tão positivo quanto pode parecer. Ao prescindir da conexão emocional entre público e personagens, Solondz relega seu filme a mero instrumento para estudiosos (sejam eles do cinema ou das relações sociais).
Felicidade e todo o seu potencial agridoce estipulam uma sociedade perdida em seus desejos e em sua contemporaneidade. A cena final, das mais poderosas do cinema nos últimos 20 anos, resume toda a razão de ser do filme. O gozo, no final das contas, é o que vale.

ESPECIAL A REDE SOCIAL - Rede de intrigas

Para muitos já é o melhor filme do ano. Os brasileiros poderão dar sua palavra sobre “o filme do Facebook” a partir de 3 de dezembro, quando A rede social estréia nas salas nacionais. O novo filme de David Fincher agrada quase que a totalidade da crítica, mas no começo não foi bem assim. “Eu também não gostaria que fizessem um filme sobre os erros que cometi quando tinha 19 anos, mas ei, eu não criei o Facebook”, declarou de forma tão definitiva quanto emblemática o produtor do filme, Scott Rudin. A fala de Rudin denota duas coisas: em um primeiro momento a resistência a produção do criador do Facebook, Mark Zuckerberg, figura que sai um tanto avacalhada do filme e, em segundo lugar, a disposição da realização em pormenorizar os percalços da construção de um império da tecnologia moderna.


 Jesse Eisenberg como Mark Zuckerberg em dois momentos: criando o Facebook em um quartinho em Harvard e...


... e enfrentando disputas letigiosas com as poucas pessoas que faziam parte de seu círculo social

“Tenho grande compreensão do personagem. Um cara que muitas vezes não se sente confortável em situações sociais, mas é muito criativo. Ao invés de se sentir mal por não se dar bem com outras pessoas, ele cria coisas incríveis. Uma delas é o Facebook”, explicou Jesse Eisenberg (que interpreta Zuckerberg no filme) em entrevista ao portal brasileiro IG. Eisenberg, porém, não defende o personagem. Ele reconhece que o criador do Facebook tem uma moral questionável. Processado por plágio, deslealdade entre outras coisas, Zuckerberg perdeu milhões em disputas judiciais contra ex-parceiros e até mesmo ex-amigos (como o brasileiro Eduardo Saverin vivido no filme pelo próximo homem aranha Andrew Garfield). “Ele encara o Facebook como um filho, e quando alguém tenta ferir seu filho, ele sente que está sendo ferido também. Acho que dessa forma ele é muito ético, está protegendo sua cria – no caso, um site.”, argumenta Zuckerberg. Vale lembrar que em 2000, uma fala do personagem de Mel Gibson no filme O patriota gerou muitas controvérsias à época. E a frase guarda semelhanças com o raciocínio apresentado por Eisenberg aqui. A frase? “Eu sou pai. Não posso me dar ao luxo de ter princípios”. Apesar de suscetível a diversas intervenções filosóficas, o raciocínio do pai vivido por Mel Gibson em O patriota e da leitura que Eisenberg faz de seu personagem são compreensíveis, principalmente em um cenário de competição como o proposto por A rede social. “É um retrato da geração web 2.0”, escreveu o jornal San Francisco Chronicle em sua crítica do filme. “É ficção”, declarou Mark Zuckerberg em entrevista ao mesmo jornal. “Os fãs do Facebook irão ignorar o filme”, acrescentou. Eles não ignoraram. A rede social liderou as bilheterias americanas por duas semanas e se pagou em 15 dias. A distribuição internacional ainda está incompleta. O filme ainda será lançado em mercados capitais como México, Inglaterra e Japão. Com a proximidade da temporada de premiações, o filme está cotadíssimo para o próximo Oscar, tudo indica que A rede social (e as maledicências de Zuckerberg) estará mais em voga do que nunca.

Mark Zuckerberg capricha no sorriso: ele sabe que A rede social, a despeito de traçar um retrato pouco fotogênico de sua pessoa, será boa publicidade para seu negócio


Contudo, todos sabem muito bem que o filme agrega elementos de ficção à realidade. O que torna tudo muito mais envolvente e cativante. Além de servir ao propósito primeiro de David Fincher: traçar o retrato de uma geração a partir de Zuckerberg e seu núcleo, não o contrário. É por isso que o homem por trás do Facebook, que seguramente ainda guarda alguns segredos, pode dormir tranquilo.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

ESPECIAL A REDE SOCIAL - Quero ser star



Ela já tem 34 anos e faz relativo sucesso na TV americana (onde atualmente levanta a bola para Amy Poehler em Parks and recreation), mas será com A rede social que a californiana Rashida Jones dará a Hollywood seu cartão de visitas. Este é, por assim dizer, seu primeiro filme sério. Muita gente se espantou quando David Fincher recrutou para o principal papel feminino do filme (que já foi acusado de ser misógino) a atriz, cujos principais créditos incluem Eu te amo, cara (2009), Tiras em apuros (2010) e A agenda secreta do meu namorado (2004). Com participações elogiadas nas séries The Office e Justiça sem limites, a atriz sempre teve boa ponte com o cinema. Esteve no independente Full Frontal (2002), de Steve Soderbergh e Desejo proibido, produção vencedora do Emmy em 2000.
Ou seja, Rashida não é uma novidade. Contudo, certamente tem o gosto de uma. É nisso que a atriz está apostando. Já que o elenco de A rede social (e vale lembrar que ela é a única mulher de destaque) deve ser muito festejado na próxima temporada de premiações.

Todos olham para ela: Rashida e seus companheiros de elenco no Hollywood Gala Awards realizado no mês passado

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Crítica - Harry Potter e as relíquias da morte, parte 1

Crise de maturidade!

É pacífico que em seu sétimo longa metragem, a saga Harry Potter se dê ao luxo de se dirigir apenas para iniciados. Mas o sétimo filme abrange uma questão muito mais aterradora do que a proximidade do final da saga. Ao optar por dividir o último livro em dois filmes, os produtores se esmeraram na justificativa de que dessa maneira estariam contribuindo para um melhor senso de encerramento da série. Flertavam assim com os fãs primordiais, aqueles que seguem o bruxo e todo o universo criado por J.K. Rowling desde a publicação do primeiro livro. Contudo, Harry Potter e as relíquias da morte - parte 1 (Harry Potter and the deathly hallows: part 1, EUA/ING 2010) negligencia uma outra base consolidada de fãs: aqueles conquistados com o lançamento do primeiro filme. As relíquias da morte, argumentam os míopes, é a adaptação mais fiel de toda a saga. Não chega a ser uma inverdade, mas é um relativismo bípede. De fato, As relíquias da morte reproduz, quase que de quadro a quadro, a narrativa detalhista de J.K. Rowling, mas esse fato se dá única e exclusivamente pela necessidade de encher linguiça. Ora, David Yates é o responsável pelo melhor filme da saga até aqui, A ordem da fênix, justamente o livro mais grosso de todos e que marcava, também, a estréia de Yates à frente de Harry Potter. Uma boa adaptação deve ser tomada como aquele filme que consegue capturar intimamente o espírito de uma obra, seja ela literária ou de outra procedência. Por isso o quadrinista e neo diretor Frank Miller não obteve sucesso quando copiou a si mesmo em Spirit (2008). 
Em As relíquias da morte o clima sombrio se instala de vez, mas o
filme falha em suscitar tensão genuína

O sétimo filme pode ser a mais perfeita tradução das páginas de Rowling até aqui, mas como cinema é, seguramente, o mais problemático dos filmes. Justamente pela opção de estender a saga além do desejável. O filme tem um ritmo lento (é esticado por demais em sua metragem), um clímax falso (que não funciona apesar do carisma do elfo Dobby) e os atores novamente regridem. Depois do salto em qualidade verificado nos últimos dois exemplares, Daniel Radcliffe, Emma Waltson e Rupert Grint parecem penar com a carência do texto. É como se os personagens estivessem presos em areia movediça. As caras e bocas de Emma (que se acentuam a medida que o filme avança) é um bom termômetro disso. O único momento em que os atores podem trabalhar com mais densidade é quando o ciúme se assenta no trio e é justamente aí, e somente aí, que o sétimo filme tem faíscas.
Dizer que a saga Harry Potter enveredou por um aspecto sombrio e de sombras já é lugar comum. Não é uma novidade deste filme, assim como não é novidade o impecável trabalho de direção de arte e de fotografia, assinada neste sétimo filme (e também no oitavo) pelo português Eduardo Serra. Dono de trabalhos tão diversos quanto impressionantes como Corpo fechado (2000) e Moça com brinco de perola (2003), Serra utiliza paletas e lentes que realçam o clima fúnebre que acompanha a série neste momento. Se existem nuanças narrativas no sétimo Harry Potter, elas estão todas atreladas à parte técnica do filme.
Na trama, Harry, Hermione e Rony se aventuram na busca pelos horcruxes que precisam ser destruídos para aniquilar o senhor das trevas, Lorde Voldermort. A missão, como bem sabemos, não acabou. Tudo indica que o oitavo filme será melhor e mais equilibrado. Fica, de qualquer forma, esta mácula na saga de Harry Potter nos cinemas.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Panorama - Zodíaco




Se existe um filme que foi mal vendido pelo estúdio e, consequentemente, mal compreendido pelo público, Zodíaco é este filme. O impacto de Seven foi tão grande na carreira de Fincher que o próprio hesitara em assumir a direção do filme que conta a história do assassino serial que impressionou a América no alvorecer da década de 70. Mas o roteiro de James Vanderbilt, baseado no livro de Robert Graysmith, encantou Fincher. Menos pelo interesse na figura do assassino, conhecido como zodíaco, e mais pela análise microscópica que proporcionava do impacto causado pelo caso em três personagens.
O filme é anticlimático no sentido de que é, claramente, dividido em atos que - superficialmente - não são correspondentes. Fincher acompanha o envolvimento de três personagens com o caso do zodíaco. O primeiro deles, e fio condutor da narrativa, é Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal), o cartunista do San Francisco Chronicle que escreveu o livro no qual o filme se baseia. O repórter investigativo Paul Avery (Robert Downey Jr.) e o policial durão que inspirou a criação do Dirty Harry de Clint Eastwood, David Toschi (Mark Rufallo) têm a atenção do roteiro em recortes narrativos que agregam ao comentário de Fincher e não aos seus ciclos dramáticos. O que dá liga a narrativa é o elaborado estudo sobre os meandros da obsessão. Fincher estipula com seu filme que a identidade do zodíaco em si não era tão importante quanto a mobilização para elucidar o mistério.
Zodíaco foi recebido como um filme de serial killer pelo público. Sob esse prima, invariavelmente, o filme decepciona; pois não guarda semelhanças com o estilo desenvolvido por Fincher em Seven. O apego à memória daquele filme é prejudicial, portanto, para a correta apreciação da fita. Zodíaco é, sim, em seu entorno narrativo, uma ode ao jornalismo investigativo americano que passa maus bocados na esteira da era Bush.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

ESPECIAL A REDE SOCIAL - Multimidiático

Justin Timberlake é um legítimo star. Cantor, ator, empreendedor, modelo e ativista, Timberlake soube, mais do que muitos artistas de sua geração, se promover em diferentes mídias e para diferentes públicos. Aos poucos, e A rede social é crucial nesse novo plano de carreira, ele começa a se dedicar mais ao cinema. “Não sei porque. Estou apaixonado por atuar. As possibilidades me encantam”, explicou em recente entrevista à Entertainment Weekly sobre o porque da assiduidade no cinema. Seu último disco solo, "Future sex/love sounds" é de 2006 e não há previsão de um lançamento tão logo. Justin tem priorizado, na música, parcerias. Têm produzido bastante (Madonna, Shakira, David Guetta e Black Eyed Peas) e colaborado com colegas como 50 cent, Ciara, Beyoncé, Timbaland e Pharrel. Recentemente lançou uma linha de roupas e um perfume (ou essência como se diz no meio). Justin também já provou ser bom apresentador e comediante (seus esquetes no Saturday Night Live são hits mundiais no Youtube).

 Consenso geral em Alpha dog: Justin (sem camisa na imagem) foi considerado a melhor coisa do irregular filme de Nick Cassavetes


Talhado para o cinema: Timberlake (o primeiro à esquerda) parodia o clipe Single ladies de Beyoncé que declarou ter adorado a brincadeira e, inclusive, pediu para participar

 
Mas por que o cinema tem a primazia? “Continuam me oferecendo trabalho”, brinca o ator na entrevista ao semanário americano. E no que depender da repercussão de sua interpretação de Sean Parker, o criador da Napster, em A rede social, as ofertas dobrarão. “O elenco é ótimo, mas a grande força interpretativa do filme é Justin Timberlake. Não se espantem se ele for indicado ao Oscar de ator coadjuvante”, escreveu em sua crítica do filme o L.A Times. Justin, é bem verdade, vem colhendo elogios como ator desde quando começou a se experimentar. Em 2006, grande parte da crítica apontou-o como a melhor coisa de Alpha Dog, filme pouco visto de Nick Cassavetes. Um ano antes, o ator havia segurado bem o rojão de contracenar com figuras portentosas como Kevin Spacey e Morgan Freeman em Edison - Poder e corrupção. Depois de participações em filmes distintos como Shrek terceiro (2007), Entre o céu e o inferno (2006) e Open road (2009), Justin se gradua como ator em A rede social. David Fincher declarou à mesma publicação que Timberlake foi talhado para o cinema e que isso pode ser conferido por qualquer um que assista a suas esquetes cômicas no humorístico Saturday Night live. Muita gente assistiu e Justin acumula muitos projetos futuros no cinema. Ainda em 2010 dará a voz para Catatau na animação colméia. Ano que vem estará em duas comédias românticas que devem agitar o verão americano, Bad teacher (em que contracena com a ex Cameron Diaz) e Friends with benefits. Há, ainda, outros quatro projetos engatilhados. A ficção científica I.´m. mortal, de Andrew Niccol, a qual está atualmente gravando em Nova Iorque, se destaca.
O multimidiático Justin Timberlake se prepara para ser homem de uma mídia só? A rede social dirá.

I´m bringing sexy back...: Justin em cena de A rede social

Claquete destaca

+ Mais um nome passou a ser comentado para viver o super homem no novo filme que será dirigido por Zack Synder e produzido por Christopher Nolan. Trata-se de Mathew Goode, que já foi dirigido por Synder em Watchmen. É um nome menos impactante do que os articulados previamente. Jon Hamm da série Mad men e Joe Manganiello, o lobisomem Alcide de True Blood.


+ Angelina Jolie está, novamente, em Budapeste onde grava cenas de sua estréia na direção de longa-metragens. Jolie encurtou sua estada, assim como o número de cenas rodadas, na Bósnia. Embora não admita de pronto, a mudança no itinerário de filmagens se deve aos constantes protestos acerca de sua presença lá e do mote de seu filme (que mostra a paixão entre uma mulher Bósnia e um soldado sérvio).

Angie orienta seus atores no set de filmagens em Budapeste


+ Depois de sete semanas na liderança das bilheterias brasileiras, Tropa de elite 2 cedeu o lugar para Harry Potter e as relíquias da morte – parte 1 que obteve a segunda maior abertura do ano. Perdendo nesta comparação, justamente, para o filme estrelado por Wagner Moura.


+ Harry Potter e as relíquias da morte- parte 1 vem dividindo a crítica e os fãs. A produção, que se sagrou como a de maior bilheteria de estréia da saga nos EUA (U$ 125 milhões), recebeu críticas inusitadas, como a do produtor e criador de Lost, Damon Lindelof. O roteirista escreveu artigo no site americano The daily beast em que afirmou que o sétimo filme é “o pior da série, embora seja uma das adaptações mais fiéis”. Esse paradoxo, segundo Lindelof, é algo que ele ainda não conseguiu digerir.


+ A crítica do sétimo filme de Harry Potter será publicada ainda esta semana em Claquete.


+ A próxima sexta-feira, 26, será de estréias para todos os gostos. Woody Allen lança nova fita na praça. Você vai conhecer o homem dos seus sonhos, assim como Tudo pode dar certo, vem sendo considerado um trabalho menor de Woody. Mark Walhberg e Will Ferrel dividem a cena com The Rock e Samuel L. Jackson em Os outros caras e Marcio Garcia estréia na direção com Amor por acaso em que contracenam Dean Cain e Juliana Paes.


+ Tetro, último filme dirigido por Francis Ford Coppola, tem nova data de estréia no Brasil: 10 de dezembro. O cineasta virá a São Paulo divulgar o filme lançado originalmente em 2009 nos EUA e Europa. Claquete fez um especial sobre o filme que foi publicado em maio. O leitor poderá acessar o especial na página dos ESPECIAIS CLAQUETE.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Crítica - Um homem misterioso

Grande cinema!

George Clooney aposta novamente em um filme fora do mainstream e mais uma vez é bem sucedido. Um homem misterioso é um filme simples, mas desenvolvido de forma sofisticada


Um homem misterioso (The american, EUA 2010) é um thriller que privilegia a sugestão. É um filme de poucas palavras, tal qual seu protagonista (vivido com densidade e afinco por George Clooney), mas de muitas minúcias. Dirigido por Anton Corbjin (Control), o filme articula referências que vão de Alfred Hitchcock a Sergio Leone e se estabelece como uma fita de vocação européia. Por vocação aqui, estipula-se a opção por um registro minimalista. Em Um homem misterioso, pouco é dito, mas muito é sugerido. George Clooney é vital para o sucesso dessa fórmula. Pouco se sabe sobre seu personagem (nem mesmo seu nome verdadeiro podemos precisar). Sabemos que é um assassino profissional com extremo talento para a confecção de armas, embora anuncie que não leva jeito com máquinas. Percebemos que está cansado da vida nômade que leva e do fato de não poder desenvolver afetuosidades com ninguém (e o fato de criar vínculos com um padre e com uma prostituta é pontual neste aspecto). Nada disso é dito, como quase nada do sentido que Um homem misterioso constrói é exposto em diálogos. O filme tem belos planos e longos silêncios entrecortados por tiros (os tiros sempre rompem a solidão do silêncio).
Corbjin parece interessado menos em desvelar aquele estranho que só podemos apontar ao certo sua nacionalidade e mais em desenvolver uma trama, até certo ponto banal, de forma requintada. É pela maneira como Um homem misterioso é desenvolvido que o torna algo salutar. Essa vocação européia, no final das contas, se justifica pela imersão que faz em um cinema que já parece esquecido nos EUA. A cena final parece retirada de um filme dos anos 50. O plano utilizado por Corbjin não perece fazer parte da cartilha de cineastas do mercado americano. Embora o final seja até mesmo previsível e corrobore a natureza do thriller, a forma como é fotografado torna tudo mais poético. Um filme maravilhosamente filmado. Não é um grande filme, mas é grande cinema.

domingo, 21 de novembro de 2010

ESPECIAL A REDE SOCIAL - Insight

 Este é mesmo um filme sobre a criação do Facebook?

David Fincher segura a arma do crime: livro e filme foram desautorizados por Mark Zuckerberg


“Tive acesso a dezenas de pessoas de dentro do Facebook, começando pelo Eduardo (Saverin, co-fundador do site) e incluindo quase todo mundo que está no livro”, garante Ben Mezrich, autor de Bilionários por acaso – a criação do Facebook (editora intrínseca, 228 páginas, R$ 29,90), em entrevista à Folha de São Paulo. Bilionários por acaso é o livro que serve de base para o roteiro de Aaron Sorkin em A rede social. Sorkin é conhecido por seu interesse em desvendar relações de poder. Além de ter criado e produzido a série de TV The West wing, são seus os roteiros de Jogos do poder (2007) e Segredos do poder (1998), ambos de Mike Nichols. “Tenho certeza de que o Facebook teria preferido que contássemos a história inteiramente do ponto de vista de Mark (Zuckerberg, criado do site), mas esse não era o filme que queríamos fazer", explicou Sorkin. Mas então qual era o filme em mente?
“O que me atraiu no projeto foi a ideia de retratar uma geração que está à frente de seu tempo e o ônus que pagam por isso”, decretou o diretor David Fincher em entrevista realizada na abertura do Festival de Nova Iorque no final de setembro.
A rede social, portanto, não é um filme sobre a criação do Facebook propriamente dito. Mas parte desse elemento com vistas a construir um painel muito maior sobre as relações sociais travadas pelos jovens tanto na internet quanto fora da rede.

 O roteirista Aaron Sorkin é presença dada como certa na lista do roteiristas indicados ao Oscar


Aos 26 anos, Zuckerberg tem uma fortuna estimada em U$ 4 bilhões, segundo a lista mais recente da revista Forbes, e é o criador do site de relacionamentos mais popular do planeta. O interesse em um filme sobre sua vida e as circunstâncias que o levaram a tão distinto patamar são, inapelavelmente, justificáveis. “Passei um ano tentando falar com Mark, mas ele sabia que eu estava escrevendo uma história que ele não queria contar”, argumenta Mezrich.
Assim como ocorreu com o livro, Zuckerberg foi resistente a ideia de ver sua história no cinema. Além de constantes desacordos com a produção de A rede social, o criador do Facebook desautorizou a fita, argumentando que o que está ali não é a realidade. Limitou-se a dizer que o “guarda roupa utilizado pelo ator Jesse Eisenberg (que o interpreta) era fiel” ao seu.
O roteiro se apoia nas batalhas legais sobre a propriedade da rede social enfrentadas por Zuckerberg anos após criar o Facebook em seu quarto em Harvard, o que o obrigou a pagar dezenas de milhões de dólares para evitar que as disputas chegassem aos tribunais. Isso de fato aconteceu. É natural que em nome de conveniências dramáticas, haja liberdade criativa para compor a narrativa. Contudo, ficcionalizado ou não, o retrato que emergiria do criador do facebook não teria como ser muito lisonjeiro.
No final das contas, as comparações que o filme vem amealhando com Cidadão Kane se justificam nessa trincheira. Um filme sobre um barão midiático, com uma narrativa que mistura elementos ficcionais e reais para emoldurar o retrato de uma geração. Esse é o escopo final de A rede social, filme que está fazendo muito amigos. Mas, claro, angariando algumas inimizades também.


Em um quartinho em Harvard: surgia um império de bilhões de dólares

Claquete documenta - Senna



É até um pouco niilista classificar Senna (ING 2010) como um documentário. Na verdade, a produção assinada pelo indiano Asif Kapadia é um híbrido de ficção com documentário. Essa realidade traz vantagens e desvantagens. Certamente do ponto de vista do marketing é uma peça valiosa, já que se pode reclamar a primazia em abordar a trajetória de um ídolo das massas em uma narrativa convencional e ajustada aos padrões hollywoodianos de grandes heróis sem abdicar da sobriedade do gênero documental. Por outro lado, reforça a sensação de que o filme sobre o piloto brasileiro não é o filme sobre aquele homem e sim o filme que sua família gostaria que fosse feito.
Vale lembrar que por muito tempo um longa sobre Ayrton Senna foi negociado em Hollywood, mas a família Senna não abria mão do controle criativo sobre a obra. Surgia assim esse documentário que é constituído basicamente por imagens de arquivo (algumas inéditas conseguidas junto a Federação internacional de automobilismo). Em Senna, há um cuidado rigoroso com a imagem do piloto, morto em um acidente no circuito de Ímola em 1994. Senna, o documentário, versa sobre a trajetória de Senna na Fórmula 1 e só. Nada que quem já não esteja familiarizado com a história do piloto já não conheça. Não existe o interesse por parte da realização de investigar o homem por trás do mito, pelo contrário, a intenção é de realçar esse mito em uma potência ainda maior. Para isso alguns subterfúgios narrativos são empregados. O primeiro deles é criar um vilão para o herói Senna. E a figura antipática de Alain Prost, que rivalizou arduamente com Senna nas pistas e nos bastidores da F1, é primordial nesse sentido. Prost ganha tintas pouco lisonjeiras no filme que nos créditos faz uma mea culpa obsoleta ao lembrar que o tetra campeão mundial contribui assiduamente para o instituto Ayrton Senna.
Há pouco espaço para o Senna de fora das pistas no filme. O foco é a competição e seu legado na fórmula 1. Não havia porque supor que o filme não fosse celebrar a figura de Senna, mas em momento algum se articula ir além da simples idolatria.
Senna não é um filme ruim, mas fica aquém de produções mais sérias e comprometidas exibidas diretamente na TV em canais como Biography Channel e Discovery Channel. É lógico que o apelo midiático da figura se impõe. O diálogo que a fita estabelece com quem vivenciou o reinado de Senna na F1 ou sua trágica morte é irreproduzível e, em si, definitivo. É justamente aí que reside a razão de ser deste filme. Reascender a chama que vela por Senna. Quinze anos após sua morte, toda uma geração não reverbera o piloto em sua memória. Esse é o maior pecado de Senna enquanto cinema. O filme não será emocionante, muito menos marcante, para quem não tiver mais de 20 anos. Não é o filme que emociona. É a lembrança que ele provoca. Para um documentário que se alimenta desavergonhadamente de recursos da ficção para propalar uma figura já icônica não deixa de ser um resultado frustrante.

sábado, 20 de novembro de 2010

Cantinho do DVD

Danny Boyle não era um diretor tão festejado até pouco tempo atrás. Na verdade, seu pior filme foi justamente aquele que lhe valeu a consagração. No caso Quem quer ser um milionário? Prestes a lançar seu nono filme (127 hours), o diretor frequentemente é lembrado por Trainspotting, seu melhor filme. Cantinho do DVD destaca justamente o primeiro filme de Boyle posterior ao frisson causado por Trainspotting. Por uma vida menos ordinária é o cartão de visitas de Boyle a Hollywood e o diretor trouxe Ewan Mc Gregor (a estrela de seus dois primeiros filmes) com ele. O filme não é nada demais e serve para mostrar que quando Boyle flerta com Hollywood ele não consegue se manter tão interessante.


Ficha técnica
Título original: A life less ordinary
Direção: Danny Boyle
Roteiro: John Hodge   
Elenco: Ewan McGregor, Cameron Diaz, Delroy Lindo, Holly Hunter e Iam Holm
Estúdio: Fox
Duração: 104 min
Status: Disponível em DVD e Blu-Ray para venda e locação
Preço médio: Blu-Ray = R$ 79,90
DVD = R$ 29,90



Crítica

Danny Boyle, em seu terceiro longa-metragem, flerta mais assumidamente com o caráter fabular. Por uma vida menos ordinária (A life less ordinary, ING/EUA 1997) é, por força da necessidade de definição, uma comédia romântica. Ewan McGregor e Cameron Diaz estrelam como um faxineiro que sonha em ser escritor e como uma patricinha com um complexo de Electra mal resolvido que passam a conviver juntos quando um sequestro mal elaborado pelo personagem de Ewan se desenrola.
Após ser demitido Robert Lewis (McGregor) meio que sem querer (acredite é possível) sequestra Celine (Cameron Diaz), filha de seu ex-patrão. Sem jeito para o ofício, Robert é instruído por Celine que já passou pela situação outras vezes. Adicionados a essa loucura estão dois anjos (papéis de Delroy Lindo e Holly Hunter) que têm como missão fazer esses dois pombinhos tão diferentes se apaixonarem. Caso não consigam cumprir o designo, padecerão na terra.
Não espere um humor escrachado, tão pouco situações genuinamente cômicas. Danny Boyle faz um romance atípico apostando na estranheza das circunstâncias encenadas. O humor tipicamente inglês ora aparece refinado, ora beira o non sense.
Por uma vida menos ordinária não esconde a veia pop do cineasta que mesmo ao se enveredar por uma trama mais banal, preserva suas idiossincrasias. Na curiosa mise em scène temos penteados esquisitos, trilha sonora pop, anjos irritadiços e um protagonista totalmente desprovido de carisma. Menos ordinário impossível.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Harry Potter e as relíquias da morte, parte 1

Por enquanto ainda é um até logo: No sétimo filme, Harry assume seu destino de uma vez por todas e se empenha em derrotar Voldemort


O slogan não esconde. É o começo do fim. Não só este foi o clima durante a produção dos últimos filmes da saga Harry Potter (gravados simultaneamente) como é o tom que predomina durante a promoção do filme que estréia mundialmente nesta sexta-feira, 19 de novembro.
Mas os fãs da série não precisam se exaltar. O referido “fim” não ocorre ao final do sétimo filme. Há, ainda, Harry Potter e as relíquias da morte parte 2 que estreará em julho de 2011 para colocar um ponto final na franquia mais lucrativa da história do cinema. A divisão do último livro em dois filmes gerou controvérsias, mas o chairman da divisão de entretenimento da Warner Brothers assegurou que as razões que levaram o estúdio a optar por dividir o último livro em dois filmes foram puramente artísticas. “É inegável que a Warner irá ganhar mais dinheiro com dois filmes do que ganharia com um”, afirmou Alan Horn à Entertainment Weekly recentemente, “mas não faríamos isso sem a anuência de Jo (K. Rowling, a autora) e o sentimento de que estamos oferecendo um melhor senso de encerramento para a série”.

 Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça...: Emma Waltson encantou a todos na premiere londrina do filme realizada no fim de semana passado



Face a face com o inimigo: Em Harry Potter e as relíquias da morte parte 1 o clima, definitivamente, esquenta...

“Foi difícil lidar com várias emoções neste filme”, acrescenta Daniel Radcliffe em entrevista a agência de notícias Reuters. O intérprete de Harry Potter se refere tanto as emoções vividas por Harry Potter no grande clímax da série quanto do lado de fora das telas quando se prepara para dizer adeus em definitivo (o que só ocorrerá a partir de julho do ano que vem) ao universo potteriano.
Harry Potter e as relíquias da morte parte 1 prepara o clima de guerra entre Voldemort e Harry. “Esse filme é mesmo mais obscuro, mas como os outros Harry Potter há humor também”, declarou o ator.
Não é preciso dizer que a aura infantil ficou para trás. Desde O cálice de fogo o tom da série é outro e isso está relacionado diretamente a presença de David Yates como diretor. O inglês, oriundo da TV britância, assumiu a direção do quinto filme (A ordem da fênix) e venceu preconceitos e desconfiança, sagrando-se o diretor mais longevo de Harry Potter. Discreto, Yates mostrou-se eficiente nos bastidores e eficaz na cadência que a série precisava para evoluir no cinema no mesmo compasso que evoluiu nos livros.
Ainda é prematuro dizer se a história julgará Yates como o grande responsável pelo sucesso de crítica de Harry Potter no cinema. Talvez seja até equivocado emular tal julgamento. Mas é fato que a série se aproxima de seu fim muito mais respeitada do que quando começou; dividindo as atenções com elfos, anões, orcs, hobbits e humanos da terra média.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Panorama - O quarto do pânico


Apesar da apressada troca de protagonistas, Nicole Kidman foi substituída por uma voluntariosa Jodie Foster em virtude de uma lesão no joelho e depois de uma estréia adiada em seis meses, O quarto do pânico se sagrou um campeão de bilheteria (até hoje a maior da carreira do cineasta). No filme, mais assumidamente de entretenimento de David Fincher, testemunhamos um assalto com todo o requinte que a técnica e o domínio da linguagem cinematográfica de Fincher permitem. O enredo é simples. Quadrilha invade uma casa e mãe solteira (Foster) e filha (uma iniciante e ainda convincente Kristen Stewart) se veem na contingência de se trancar no quarto do pânico do título, um quarto à base de titânio à prova de arrombamentos muito comum em casas e apartamentos de classe média-alta nos EUA.
O bom elenco (ainda temos Jared Leto e um Forest Whitaker antes do Oscar) ajuda na diversão, mas o grande barato do filme é mesmo o clima de claustrofobia construído por Fincher. Ele constrói tensão e aperta a platéia no fundo da cadeira apostando na imagem como poucos cineastas (talvez só Danny Boyle e Chris Nolan atualmente) conseguem.
Hoje, com a evolução da carreira de David Fincher em mãos e com a profundidade pretendida de sua obra em análise, é possível dizer que O quarto do pânico foi um movimento de vaidade do cineasta. Um virtuosismo de quem sinaliza para o mundo: Eu estou no controle. Não à toa, Fincher é conhecido em Hollywood por seu perfeccionismo.

Crítica: RED-aposentados e perigosos

Pura gozação!


Adaptado de uma graphic novel assinada por Warren Ellis e Cully Hamner, RED – aposentados e perigosos (RED, EUA 2010) é um prazeroso filme de ação. Dirigido pelo alemão Robert Schwentke, cujos créditos incluem o ótimo Plano de vôo e o nem tão empolgante Te amarei para sempre, a fita tem um mote bacana (agentes da CIA aposentados são obrigados a voltar à ativa quando a própria agência demonstra interesse em matá-los), mas que já esteve em evidência em 2010 no filme Os mercenários.

Bruce Willis, ao lado de Mary Louise Parker, faz o tipo sério
em RED. O que não quer dizer que não esteja engraçado
 Pesa a favor de RED, no entanto, um elenco da mais fina estirpe. John Malkovich, Morgan Freeman, Helen Mirren, Mary Louise Parker, Brian Cox, Richard Dreyfuss, Karl Urban e Bruce Willis (que também fez uma ponta em Os mercenários) fazem graciosidades em cena. Tudo em nome da brincadeira. As cenas de RED, assim como a própria trama, são um pretexto para que esses bons atores possam exercitar sua veia cômica. Malkovich está especialmente aprazível como um agente neurótico.
O filme vem colhendo críticas positivas nos EUA, o que tem surpreendido alguns. Na verdade, ao assumir seu espírito fanfarrão, RED permite que o espectador se alvoroce com cenas como uma bala explodindo um míssil. A fita nada mais é do que uma bem sacada sátira a esse universo James Bond que tanto prezamos no cinema. E é como a pura gozação que é, que RED deverá será apreciado. Portanto, se você ler uma crítica falando das cenas mentirosas ou da trama absurda, desconsidere. Denegrir o filme é não entendê-lo. Agora se você não gosta de comédias de ação e de sátiras bem boladas, aí sim você deve passar longe de RED. Afinal, você deve estar velho demais para isso.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Claquete destaca

+ Foi anunciado esta semana que o produtor Scott Rudin, que já ganhou o Oscar por produções como Chicago e Onde os fracos não têm vez, será homenageado com o prêmio David O. Selznick em 22 de janeiro. A distinção será oferecida pelos colegas do sindicato dos produtores na entrega dos prêmios em que, especula-se, Rudin estará concorrendo duplamente. Com A rede social, de David Fincher e com o remake de Bravura indômita, dos irmãos Coen.


+ O elenco de Se beber não case 2 continua inchando. Depois da confirmação de Liam Neeson e da possível ponta de Robert Downey Jr., foi confirmada nessa semana uma pequena participação do ex-presidente americano Bill Clinton no longa. Clinton fará ele mesmo e sua participação já foi gravada na Tailândia, onde atualmente ocorrem as filmagens.


+ O produtor Dino De Laurentiis morreu na semana passada aos 91 anos de idade. Com mais de 166 filmes no currículo, o produtor alternava-se entre filmes como Serpico, de Sidney Lumet e Hannibal – a origem do mal.


+ De Laurentiis era um dos últimos grandes produtores de Hollywood. Com trânsito internacional, o italiano - que nunca chegou a dominar candidamente o inglês - era o produtor favorito dos estúdios já que conseguia cumprir prazos e orçamentos e também agradava a classe artística com seu jeito afável.


+ Darren Aronofsky anunciou que o novo filme estrelado por Wolverine não se chamará X-men origens: Wolverine 2 como vinha sendo tratado. De acordo com o cineasta a produção não “será uma sequência convencional” e por isso se chamará apenas The wolverine. A opção por um título que remete a um filme de origem corrobora a teoria de que a nova fita irá desconsiderar a anterior e que novos rumos (conceituais) aguardam o mutante mais invocado do universo marvel.


+ Amanda Seyfried é o destaque de uma das primeiras imagens liberadas de A garota da capa vermelha. Uma versão um tanto gótica da história da chapeuzinho vermelho dirigida por Catherine Hardwicke (Crepúsculo e Aos treze). O filme tem previsão de estréia para março de 2011.

 Na nova versão, que chega em março nos cinemas, o lobo mau é um lobisomem



+ Megamente manteve a liderança nas bilheterias americanas e superou as estréias da ação Incontrolável, da ficção científica Skyline e da comédia Morning glory. O panorama deve mudar no próximo final de semana com a estréia do sétimo filme da saga Harry Potter. A matéria sobre o novo filme do bruxo mais famoso de todos os tempos você encontra aqui em Claquete a partir de quinta-feira.


+ Foi realizado no dia 13 de novembro o Academy´s board of governors, evento em que a academia homenageia figuras que contribuíram para a sétima arte. As honrarias de 2010 foram feitas a Francis Ford Coppola , por seu trabalho como produtor, ao ator Eli Wallach, ao diretor e produtor Kevin Brownlow e ao diretor Jean-Luc Godard (que não compareceu).

Trio parada dura: os três homenageados de 2010 empunham seus Oscars


+ Godard, aliás, foi o protagonista do evento antes mesmo dele acontecer. Desde o anúncio de que seria homenageado pela academia de Hollywood, o francês tornou-se o centro das atenções. Fosse por seu nunca admitido anti-semitismo ou pelo descaso com que recebeu a homenagem.


+ O Especial Claquete sobre o filme A rede social começa no próximo domingo. Fique ligado!