domingo, 28 de novembro de 2010

Insight

As expectativas acerca da diretora Angelina



Angelina Jolie é uma estrela. Das maiores de nossa geração. Esse fato não demanda debate. A atriz havia externado há algum tempo que mantinha o desejo de dar início a uma carreira na direção. Não esclareceu se consideraria o ofício uma evolução na carreira ou uma atividade paralela. Jolie dizia que via com bons olhos a direção e que nunca teve medo de assumir essa nova posição na carreira. Em 2010, Angelina Jolie abandonou o discurso e assumiu seu objetivo.
Ainda sem título definido, o primeiro trabalho de Angelina Jolie atrás das câmeras será um drama que aborda a guerra da Bósnia nos anos 90. O pré e o pós guerra também estarão no centro da trama, mas segundo Angelina seu filme não será político. “Minha intenção é falar com pessoas de todos os lados da situação e permitir que elas tenham voz”, disse em entrevista a agência Reusters. A despeito de tomarmos a declaração de Angelina como um manifesto político em si, a sinopse disponibilizada pela diretora debutante indica um cinema de fortes metáforas. Uma história de amor entre uma mulher bósnia e um soldado sérvio que, segundo informações não oficiais, teria como estopim da relação um estupro.
Angelina Jolie vem recebendo críticas, principalmente de setores conservadores do leste europeu, porque não seria uma pessoa habilitada a fazer um filme sobre os conflitos da região. A atriz, em público, se disponibiliza para discutir a questão e afirma que estudou muito a geopolítica local e ressalta que não pretende fazer um filme político.
É impossível não fazer um filme que ceda a leituras políticas quando se aborda essa região do mundo. Essa tarefa se torna ainda mais difícil pelo fato de Angelina ser embaixadora das Nações Unidas e engajada em causas de refugiados de guerra. Angelina, portanto, acredita no poder das metáforas de seu filme. Isso é pacífico. Por outro lado, a estrela conta com a boa vontade da indústria para com seu debute atrás das câmeras.
As expectativas, nesse momento, são altas. Nem tanto pelo talento que Angelina pode revelar ou não no ofício, mas pelo simples fato de uma estrela de trajetória tão polêmica e midiática como ela estar protagonizando um episódio de potencial tão polêmico e midiático quanto esse. Basta lembrar que há dois meses a autorização para que Jolie rodasse cenas de seu filme na Bósnia foi revogada. Só para que depois a própria revogação fosse revogada. Jolie enfrenta, enquanto grava seu filme, duros protestos contra sua iniciativa de enxergar amor onde só se vislumbra ódio. É interessante especular sobre como essa condição afetará, mais do que a feitura do filme em si, seu discurso. Essa é a grande expectativa em torno da estréia de Angelina Jolie como diretora. Perceber a capacidade e sensibilidade dela como observadora desse contexto e averiguar se será capaz de reproduzi-lo em forma de arte.

3 comentários:

  1. Com certeza, estou na ansiedade por este filme. Creio que Jolie possa nos surpreender atrás das câmeras ...

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  2. A curiosidade é grande mesmo, admiro Angelina Jolie, seu engajamento e postura. Vamos ver o que esse filme nos reserva.

    bjs

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  3. Sebo: Eu já não estou tão otimista quanto vc.Acho que vem outra Madonna por aí... Mas vamos aguardar!

    Amanda: Eu, como não gosto tanto de Jolie, não estou tão curioso assim, mas vamos ver né?!
    Beijos

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