sábado, 13 de novembro de 2010

ESPECIAL MINHAS MÃES E MEU PAI - Crítica

Minimalista!

Apesar de ser uma produção festejada e que foi ganhando uma aura cool em virtude do tratamento que dá a uma reivindicação antiga ligada a questões homossexuais, Minhas mães e meu pai (The kids are all right, EUA 2010) é bem menos inflamado, social e independente (no sentido de estrutura narrativa) do que se poderia imaginar e do que muitos gostariam que fosse.
A fita de Lisa Cholodenko, não fosse pelo fato de tratar de uma união homossexual, não chamaria atenção na cena independente. O filme, até certo ponto, não se esquadrinha como uma produção independente americana costuma se esquadrinhar. Afora, logicamente, pelo “despeito” de colocar um casal de lésbicas como mães de família. Isso posto, é preciso dizer que o filme segue a rota do previsível com gosto e tempero. Existem algumas sutilezas que acrescem à fórmula como, por exemplo, a preocupação de Nic (Annette Benning) e Jules (Julianne Moore) a respeito da opção sexual de seu filho. A afetuosidade e os percalços de uma união amorosa são focados na união propriamente dita e em momento algum se intercalam a algum comentário em prol ou avesso a situação dramática encenada.
Cholodenko tão pouco se preocupa em defender teses, como por exemplo, sobre a responsabilidade duplicada de um casal como o formado por Nic e Jules em relação a seus filhos ou a falta de uma figura paterna. Em Minhas mães e meu pai as crianças, como entrega o título original, estão bem. Os problemáticos são os adultos. Sejam eles homossexuais ou não.

Compasso minimalista: o filme se escora em seus atores para produzir comoção genuína e não se preocupa com discursos


A solução dramática aventada pelo filme, embora possa ser taxada como conservadora, encontra respaldo na realidade. Afinal, além da história e do sentimento envolvendo aquelas personagens, não se tratava de uma equação fácil. A opção minimalista, tanto do registro quanto pela conclusão da fita, reforça a intenção do filme de ser mais pop e menos crítico. Não é um problema. Muito pelo contrário, é salutar que seja assim. Uma mudança de tom poderia ser fatal para o filme e, certamente, inviabilizaria seu sucesso por onde tem passado.
O elenco está um deleite. Mia Wasikowska mostra cada vez mais a grande atriz que está se tornando, Julianne Moore e Annette Benning demonstram a habitual competência e desapego e Mark Ruffalo nos brinda com, talvez, a composição mais enraizada de todas. Paul, o doador de esperma que de repente se vê no centro do vulcão emocional de uma família, é um personagem rasteiro. Não acertasse o tom do registro e o filme estaria perdido. Ruffalo, com vigor, nos permite sentir a angústia do personagem. E é a angústia de Paul, o melhor termômetro da platéia para medir a qualidade deste filme.

11 comentários:

  1. Pela sua resenha parece ser um filme pelo menos correto.

    O elenco é o que mais me chamou a atenção.

    Abraço

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  2. Estou super curiosa pra ver esse filme justamente por causa do Mark Ruffalo, que acho um ótimo ator.
    Sei q tenho comparecido menos do q gostaria, ms adorei o especial.

    Beijos

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  3. O filme está mesmo dando o que falar, pelo que ando percebendo, o filme só tem mesmo a diferença de ser um casal lésbico em cena, nada mais.
    Enfim, ainda sim, quero muito ver!

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  4. Concordo que Mark Ruffalo é o termômetro do filme. Mas, Julianne Moore e Annette Benning também estão muito bem. Gostei do filme, me emocionou.

    bjs

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  5. Hugo: O elenco é o que chama mais atenção msm Hugão. Abs

    Aline: Obrigado Aline. O filme é bom, vc vai gostar. bjs

    Alan: É isso aí. Abs

    Amanda:Elas estão bem mesmo. Todo mundo está. Tb gostei do filme. Bjs

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  6. Gostei muito do filme, muito MESMO!

    O texto é real, tangível demais, é gente de verdade ali personificada...cada momento, cena, diálogos, tudo é bastante real.

    Impressiona as atuações mesmo, até Mia está muito bem!

    Merece atenção no Oscar, ano que vem!

    dou nota 9 pra ele!

    Você não citou a contida mas expressiva atuação de Josh Hutcherson como Laser - seus gestos, olhares e expressões são muito bem caracterizadas, é um ator que vai se tornar mais conhecido, futuramente, anote o que eu falo. O menino tem talento!

    Eu realmente gostei do filme! de verdade.

    Parabéns pelo texto!

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  7. Valeu pela visita Cris. Pois é, o filme é bom msm. Não é a maravilha que se anunciava,mas é para lá de eficiente no que se propõe. Não citei Josh Hutcherson na crítica porque não vi nada demais em sua composição.Meu silencio, no entanto, pode ser tomado como consentimento com sua impressão... abs

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  8. Achei uma decepção! Na tentativa de não falar muito sobre a temática gay, o filme caiu no limbo e ficou meio inexpressivo. Só vale pelo elenco mesmo...

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  9. Matheus: Cara, não me decepcionei. Não esperava coisa muito diferente não. É um filme eficiente. E bem sabemos, que o cinema independente americano de hj se escora muiiiito no elenco. Abs

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  10. eu assisti, é um ótimo filme, elenco de primeirissima, não podia ter sido melhor, aconcelho, assistam

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  11. Daniella: Que bom Daniella. Obrigado pelo comentário e pela visita. Realmente o filme está sendo bem considerado para a próxima temporada de premiações. Fique por perto e vai ficar sabendo de tudo aqui em Claquete.Bjs

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