sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Movies Great Partnerships - Wes Anderson & Bill Murray


 
O que exatamente caracteriza uma parceria low profile, como Wes Anderson qualificou a que mantém com o que considera ser o melhor ator da atualidade, Bill Murray? A cumplicidade indecifrável por olhos alheios ou uma visão de mundo similar? O apreço pelo cinema independente ou o status oferecido pelo mesmo?
Anderson disse em entrevista à Folha de São Paulo, certa vez, que percebeu logo no primeiro filme que fizeram juntos, no caso Três é demais (1998) - segundo longa metragem de Anderson como diretor, que trabalharia novamente com Murray: “Ele é o tipo de ator para meus textos”. Lembrando que Anderson, tal qual outros cineastas indies festejados, também escreve os roteiros que dirige. A segunda parceria da dupla foi, também, a mais festejada. Os excêntricos Tenenbaums (2001) foi ao Oscar e ao Globo de ouro e Murray estava lá (não com o protagonismo) para referendar o filme de Anderson.
A terceira colaboração ganhou status pop. Não só pelo sucesso de crítica das duas primeiras, mas porque Murray tornara-se um ator mais cult e incrivelmente midiático após estrelar Encontros e desencontros, de Sofia Coppola. A vida marinha com Steve Zissou (2004) teve a maior distribuição comercial de um filme de Wes Anderson até hoje e foi um fracasso retumbante. Dividiu a crítica e o público não curtiu um filme que, no fundo, pregava para iniciados.
Anderson então recorreu a espiritualidade para remanejar suas expectativas no cinema. E a espiritualidade foi o mote de seu filme seguinte, Viagem a Darjeeling (2007). Bill Murray estava lá para enriquecer o filme que contava com outro ator de presença esquisita que mimetiza o cinema de Anderson, Jason Schwartzman (que também esteve em Três é demais).
O filme foi bem recebido pela crítica e teve distribuição reduzida. Anderson estava de volta à sua zona de conforto. E com Bill Murray deu um passo ousado em sua carreira. Este passo responde pelo nome de O fantástico senhor Raposo. A animação foi o primeiro material adaptado pelo diretor. Foi também um périplo do imponderável, já que a animação foi feita a base de massinha em plena era das animações digitais. O humor do filme, rapidamente identificável à Anderson, foi saudado como um sopro de originalidade bem vindo a seara mainstream hollywoodiana. Ainda que o filme contasse com as vozes de George Clooney, Meryl Streep e Murray, defini-lo como hollywoodiano talvez seja high profile demais. Anderson e Murray, como se sabe, não fazem o gênero. Esta semana foi anunciado um novo projeto que pode reunir a dupla novamente (Moon rise kingdon também deve contar com Bruce Willis e Edward Norton no elenco). Os projetos de Anderson geralmente são anunciados assim, em cima da hora. Mais low profile impossível.

2 comentários:

  1. Essas parcerias sempre resultam em coisas boas para o cinema. Legal o post.

    bjs

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  2. Valeu Amanda. É verdade. Parcerias assim nos agradam muito msm. Bjs

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