Uma jornada incrível
Filho de pais separados e batizado Phillip Andre Rourke Jr., Mickey Rourke, que em setembro deste ano completará 58 anos, tem uma daquelas histórias extraordinárias que só Hollywood parece comportar. Foi ao olimpo para descer vertiginosamente ao inferno. Para quando menos se esperava, tornar a sair dele. Uma história que cativa, envolve e apesar de ser coisa de cinema é dolorosamente real.
O começo
Na adolescência Rourke queria ser lutador profissional (seu pai, modelo direto, fora lutador de luta livre por um tempo). O jovem Rourke levava jeito. Aos 12 anos já como pugilista de boxe vencia suas primeiras lutas amadoras. Em 1971, após sofrer uma série de lesões e concussões na cabeça, Rourke foi aconselhado por médicos e treinadores a se afastar do esporte. Essa imposição da vida conciliou-se com a mudança de Rourke para Nova Iorque, onde começou a se interessar por teatro. Alguns pequenos papéis no cinema e no próprio teatro lhe valeram convites para filmes de realizadores que estavam em busca de novos talentos. Francis Ford Coppola era um deles. Ele escalou Rourke, assim como os jovens Matt Dillon, Diane Lane, Chris Penn e Nicolas Cage para O selvagem da motocicleta (1983). Antes disso, o ator já havia chamado atenção no thriller erótico Corpos ardentes (1981), estrelado por William Hurt e Kathleen Turner.
Ainda em papéis coadjuvantes, o ator continuava a chamar atenção em produções como Quando os jovens se tornam adultos (1982) e Nos calcanhares da máfia (1984). O estrelato parecia questão de tempo para Mickey Rourke.
Na adolescência Rourke queria ser lutador profissional (seu pai, modelo direto, fora lutador de luta livre por um tempo). O jovem Rourke levava jeito. Aos 12 anos já como pugilista de boxe vencia suas primeiras lutas amadoras. Em 1971, após sofrer uma série de lesões e concussões na cabeça, Rourke foi aconselhado por médicos e treinadores a se afastar do esporte. Essa imposição da vida conciliou-se com a mudança de Rourke para Nova Iorque, onde começou a se interessar por teatro. Alguns pequenos papéis no cinema e no próprio teatro lhe valeram convites para filmes de realizadores que estavam em busca de novos talentos. Francis Ford Coppola era um deles. Ele escalou Rourke, assim como os jovens Matt Dillon, Diane Lane, Chris Penn e Nicolas Cage para O selvagem da motocicleta (1983). Antes disso, o ator já havia chamado atenção no thriller erótico Corpos ardentes (1981), estrelado por William Hurt e Kathleen Turner.
Ainda em papéis coadjuvantes, o ator continuava a chamar atenção em produções como Quando os jovens se tornam adultos (1982) e Nos calcanhares da máfia (1984). O estrelato parecia questão de tempo para Mickey Rourke.
O colírio da década
A cara de uma revolução sexual no cinema americano
Quando o diretor do hit da década de 80, Flashdance (1983) escalou Mickey Rourke para fazer par com a atriz Kim Basinger em um suspense erótico, não parecia que seria aquele o filme que transformaria definitivamente o status do ator em Hollywood. Pois 9 e ½ semanas de amor (1986) virou febre cult e fenômeno de bilheteria ao mesmo tempo. Na cidade de São Paulo, para se ter uma idéia do frisson causado pelo filme, a fita ficou em cartaz por dois anos e meio. Recorde absoluto e que dificilmente será quebrado. O filme de Adrian Lyne modificou a cultura pop da época e deu inicio a uma revolução sexual nos filmes americanos. E Mickey Rourke foi a cara dessa revolução. Era o astro do momento. O sexy simbol de uma geração em processo de auto-descobrimento. Ele era o que os homens queriam ser e o que as mulheres queriam ter.
Seguiram-se elogiados projetos como Coração satânico (1987), de Alan Parker, em que rouba a cena de Robert De Niro, Condenados pelo vício (1987), de Barbet Schroeder e Chance de vencer (1988), de Michael Seresin. Foi neste último, que o próprio Rourke escreveu e no qual vive um pugilista de boxe, que o ator voltou a alimentar o desejo de lutar profissionalmente. Desejo que havia sido deixado de lado com o estrelato em Hollywood.
A queda
Rourke passou então a alternar projetos em Hollywood com a tentativa de se profissionalizar no boxe. O fato de beber alucinadamente e frequentemente ter brigas homéricas com sua esposa na época, Debra Feuer, não o ajudaram em nenhum de seus propósitos. Apesar de ainda fazer filmes de relativo sucesso (todos cópias descaradas de 9 e ½ semanas de amor) como Orquídea selvagem (1990), Rourke já não conseguia capitalizar tão bem quanto outrora. Seu foco estava distorcido e seu problema com o alcoolismo só aumentava.
Em 1991, o ator anunciou que iria priorizar o boxe. E assim o fez. Embora tenha continuado com uma média de 1 filme por ano, entre 1991 e 1995, Rouke era um boxeador que também atuava em filmes B como Caçada sem tréguas, Areias brancas e Cúmplices do desejo.
O acumulo de lesões desfiguraram a face de Mickey Rourke que teve de recorrer a inúmeras cirurgias plásticas corretivas e tornou-se adepto do botox. A beleza viril e ao mesmo tempo sofisticada dos anos 80 ficara definitivamente na lembrança. Em 1995, exaurido e totalmente deformado pelo boxe, além de empobrecido, Rourke se afastara das lutas para retornar ao cinema.
Recomeço
Mas não foi fácil. Mickey Rourke não deixou muitos amigos no ramo. Muitos escândalos, esnobadas (Rourke sempre foi conhecido por ser dono de um gênio difícil) e atritos diretos lhe valeram uma considerável porção de inimizades. Rourke decidiu então fazer o caminho óbvio. Escreveu e produziu uma sequência constrangedora de seu maior sucesso. 9 e ½ semanas de amor 2 (1997) era tão vexamoso quanto Rourke desfigurado tentando posar de galã.
Pontas em filmes de amigos como Jean Claude Van Damme, A colônia (1997), e Francis Ford Coppola, O homem que fazia chover (1997), valeram uma sobrevida ao ator. E no limiar Rourke foi vivendo em Hollywood. De migalha em migalha ia tirando sua sobrevivência. Pequenos papéis em filmes de amigos foram sua realidade por dez anos. Dessa forma, ele participou de filmes de mediana exposição como O implacável (2000), com Sylvester Stallone, A promessa (2001), dirigido por Sean Penn, Era uma vez no México (2003), dirigido por Robert Rodriguez, Chamas da vingança (2004) e Domino (2005), de Tony Scoot.
Seguiram-se elogiados projetos como Coração satânico (1987), de Alan Parker, em que rouba a cena de Robert De Niro, Condenados pelo vício (1987), de Barbet Schroeder e Chance de vencer (1988), de Michael Seresin. Foi neste último, que o próprio Rourke escreveu e no qual vive um pugilista de boxe, que o ator voltou a alimentar o desejo de lutar profissionalmente. Desejo que havia sido deixado de lado com o estrelato em Hollywood.
A queda
Rourke passou então a alternar projetos em Hollywood com a tentativa de se profissionalizar no boxe. O fato de beber alucinadamente e frequentemente ter brigas homéricas com sua esposa na época, Debra Feuer, não o ajudaram em nenhum de seus propósitos. Apesar de ainda fazer filmes de relativo sucesso (todos cópias descaradas de 9 e ½ semanas de amor) como Orquídea selvagem (1990), Rourke já não conseguia capitalizar tão bem quanto outrora. Seu foco estava distorcido e seu problema com o alcoolismo só aumentava.
Em 1991, o ator anunciou que iria priorizar o boxe. E assim o fez. Embora tenha continuado com uma média de 1 filme por ano, entre 1991 e 1995, Rouke era um boxeador que também atuava em filmes B como Caçada sem tréguas, Areias brancas e Cúmplices do desejo.
O acumulo de lesões desfiguraram a face de Mickey Rourke que teve de recorrer a inúmeras cirurgias plásticas corretivas e tornou-se adepto do botox. A beleza viril e ao mesmo tempo sofisticada dos anos 80 ficara definitivamente na lembrança. Em 1995, exaurido e totalmente deformado pelo boxe, além de empobrecido, Rourke se afastara das lutas para retornar ao cinema.
Recomeço
Mas não foi fácil. Mickey Rourke não deixou muitos amigos no ramo. Muitos escândalos, esnobadas (Rourke sempre foi conhecido por ser dono de um gênio difícil) e atritos diretos lhe valeram uma considerável porção de inimizades. Rourke decidiu então fazer o caminho óbvio. Escreveu e produziu uma sequência constrangedora de seu maior sucesso. 9 e ½ semanas de amor 2 (1997) era tão vexamoso quanto Rourke desfigurado tentando posar de galã.
Pontas em filmes de amigos como Jean Claude Van Damme, A colônia (1997), e Francis Ford Coppola, O homem que fazia chover (1997), valeram uma sobrevida ao ator. E no limiar Rourke foi vivendo em Hollywood. De migalha em migalha ia tirando sua sobrevivência. Pequenos papéis em filmes de amigos foram sua realidade por dez anos. Dessa forma, ele participou de filmes de mediana exposição como O implacável (2000), com Sylvester Stallone, A promessa (2001), dirigido por Sean Penn, Era uma vez no México (2003), dirigido por Robert Rodriguez, Chamas da vingança (2004) e Domino (2005), de Tony Scoot.
A volta por cima
Em 2003, o camarada Robert Rodriguez o convidou para fazer um personagem de destaque em uma produção muito antecipada em Hollywood. Tratava-se de Sin City (2005) que debutou no festival de Cannes e foi sucesso absoluto de crítica e público. O melhor daquele filme? Mickey Rourke, todos diziam.
Sin city serviu para mostrar a gana que ainda movia o ator. Gana que Darren Arenofsky se interessou por potencializar e evidenciar em um filme que por diversas razões calçava o número de Mickey Rourke. O lutador (2008) foi o filme certo, na hora certa e com a pessoa certa. Se não fosse por Mickey Rourke, literalmente, essa elogiada e premiada produção não seria nem metade do que é.
O filme ilumina a trajetória de um homem que teve tudo e se afundou no nada. Mickey Rourke entrega uma atuação descomunal e ganhou diversos prêmios na temporada 2009. Seu nome estava novamente no mapa. Mickey Rourke era hype mais uma vez. Quem diria! Se aprendeu a lição? Tudo indica que sim. Rourke é bem mais afável hoje em suas declarações do que era na década de 80. Também prioriza os amigos. Dos 10 projetos futuros em que está envolvido, 8 deles são colaborações com quem sempre lhe estendeu a mão.
Em 2010, está no elenco do aguardado Homem de ferro 2 e de Os mercenários (filme de ação nostálgico dirigido pelo chapa Sylvester Stallone). Aliás, sua participação em Homem de ferro foi negociada no calor do Oscar 2009 (o qual Rourke concorria ao premio de melhor ator por O lutador). Rourke aproveitou para valorizar seu passe. Pediu mais do que estavam dispostos a pagar. Pagaram. Rourke vale a pena. Devem ter pensado os produtores do filme. Histórias como essa é sempre bom ter por perto.
Em 2003, o camarada Robert Rodriguez o convidou para fazer um personagem de destaque em uma produção muito antecipada em Hollywood. Tratava-se de Sin City (2005) que debutou no festival de Cannes e foi sucesso absoluto de crítica e público. O melhor daquele filme? Mickey Rourke, todos diziam.
Sin city serviu para mostrar a gana que ainda movia o ator. Gana que Darren Arenofsky se interessou por potencializar e evidenciar em um filme que por diversas razões calçava o número de Mickey Rourke. O lutador (2008) foi o filme certo, na hora certa e com a pessoa certa. Se não fosse por Mickey Rourke, literalmente, essa elogiada e premiada produção não seria nem metade do que é.
O filme ilumina a trajetória de um homem que teve tudo e se afundou no nada. Mickey Rourke entrega uma atuação descomunal e ganhou diversos prêmios na temporada 2009. Seu nome estava novamente no mapa. Mickey Rourke era hype mais uma vez. Quem diria! Se aprendeu a lição? Tudo indica que sim. Rourke é bem mais afável hoje em suas declarações do que era na década de 80. Também prioriza os amigos. Dos 10 projetos futuros em que está envolvido, 8 deles são colaborações com quem sempre lhe estendeu a mão.
Em 2010, está no elenco do aguardado Homem de ferro 2 e de Os mercenários (filme de ação nostálgico dirigido pelo chapa Sylvester Stallone). Aliás, sua participação em Homem de ferro foi negociada no calor do Oscar 2009 (o qual Rourke concorria ao premio de melhor ator por O lutador). Rourke aproveitou para valorizar seu passe. Pediu mais do que estavam dispostos a pagar. Pagaram. Rourke vale a pena. Devem ter pensado os produtores do filme. Histórias como essa é sempre bom ter por perto.
Glória: Rourke ergue o globo de ouro que recebeu por seu desempenho em O lutador
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