domingo, 11 de abril de 2010

Os 25 melhores filmes da década: 7 - Não estou lá

“Deus, eu estou feliz que eu não sou eu”




Sinopse
Uma biografia da obra de Bob Dylan em que vários atores vivem personagens espelhados nas fases da carreira do cantor e compositor americano. Todos são Dylan e nenhum deles é Dylan.

Comentário
O diretor Toddy Haynes filma a “vida” da obra de Bob Dylan. É isso mesmo. Não estou lá é a tentativa do diretor de emoldurar a arte camaleônica e ressonante de Dylan, um dos maiores artistas de nosso tempo. Tentativa muito bem sucedida por sinal. Seu filme é hermético e crepuscular, mas não deixa de ostentar uma energia muito rock and roll. A música de Dylan, os atores e a reconstituição dos eventos que marcaram a vida e influenciaram a obra de Dylan estão lá. Registrados com o devido vigor imaginativo de um cineasta em pleno domínio de uma linguagem ousada e, justamente por isso, irresistível.
Não estou lá marca também, como pouco se viu nessa década, uma perfeita simetria entre arrojo estético e inovação narrativa. Essa combinação raras vezes resulta em coisa boa no cinema. Sempre há a prevalência de uma em detrimento da outra. Haynes e seu filme conseguem a proeza de atingir um equilíbrio que só enobrece a figura que homenageiam.


Prêmios
Indicado ao Oscar de melhor atriz coadjuvante; indicado ao Bafta de melhor atriz coadjuvante; indicado ao Critic´s choice awards de melhor atriz coadjuvante; prêmio de melhor atriz coadjuvante pelos círculos de críticos de Chicago, Ohio, San Diego e Toronto. Indicado ao SAG de melhor atriz coadjuvante; Globo de ouro de melhor atriz coadjuvante; 6 indicações ao Independent Spirit Awards; Prêmio do Júri no festival de Veneza e leão de prata de melhor atriz;

Curiosidades
- Cate Blanchet é um dos atores que vivem Bob Dylan. Sua encarnação de Dylan foi a mais elogiada e rendeu muitos prêmios e indicações para a atriz.
- Foi um dos últimos trabalhos de Heath Ledger. Foi o último que ele participou da campanha de divulgação.
- Heath Ledger substituiu Colin Farrel, preferência do diretor Todd Haynes que teve de se retirar do projeto por “conflitos de agenda”
- Dylan aprovou o uso de suas músicas no filme antes do projeto ganhar forma
- Toddy Haynes levou seis anos para capitalizar os recursos para rodar o filme
- Foi o primeiro filme que Heath Ledger e Christian Bale fizeram juntos. Um ano mais tarde estariam de lados opostos da lei em Batman – o cavaleiro das trevas
- Julianne Moore trabalhou em todos os filmes para cinema de Todd Haynes. Aqui ela faz uma participação pequena, mas importante.
- Oren Moverman, que divide os créditos do roteiro com Todd Haynes, debutou na direção no ano passado com O mensageiro

Ficha técnica
título original: I'm Not There
gênero: Drama
duração: 02 hs 15 min
ano de lançamento: 2007
Estúdios:Killer Films / Wells Productions / John Wells Productions / Endgame Entertainment
distribuidoras:The Weinstein Company / Europa Filmes
direção: Todd Haynes
roteiro:Oren Moverman e Todd Haynes
produção:John Goldwyn, Jeff Rosen, John Sloss, James D. Stern e Christine Vachon
fotografia:Edward Lachman
figurino:John A. Dunn
edição:Jay Rabinowitz
Elenco: Christian Bale, Richard Gere, Heath Ledger, Cate Blanchet, Ben Whishaw, Marcus Carl franklin, Michelle Willians, Julianne Moore, David Cross e Charlotte Gainsbourg


Fonte: Arquivo pessoal




8 comentários:

  1. Acho este filme superestimado. Ele peca pela irregularidade.

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  2. Achei um filme bastante confuso. Fui ver na Mostra de 2007 e meio cinema saiu com cara de bunda... Não gostei!

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  3. Gosto muito de Não Estou lá, principalmente por sua estrutura anticonvencional. Essa ideia de colocar múltiplos atores para interpretar as "metamorficas" fases do Dylan foi gênial. Talvez o grande trunfo do filme.
    O filme talvez complique um pouco, por exigir que já se tenha um breve conhecimento da vida e mudanças do Dylan, porém mesmo assim não acho que ficou de tão difícil entendimento para quem não o conhecia mais a fundo.
    E Blanchett em estado de graça.

    Ótima escolha para esse 7° lugar Reinaldo.

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  4. Cara esse filme foi super comentado quando saiu, mas acho que nem chegou a ser exibido aqui nos cinemas de minha cidade, e também não aco em DVD...vou ter que dar um jeito de baixar...
    Não conheço nada de Bob Dylon, mas mesmo assim quero ver o filme !

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  5. Kamila: Estou prevendo muitas discordâncias nesse meu top 10 entre vc e eu Ka.rsrs Me vejo na obrigação de comentar uma fala sua. Não acho o filme irregular. Ele acompanha a volatilidade com que Dylan se camufla. Faz parte da proposta do filme essa imersão. Acho que isso pode ser confundido com irregularidade. Para mim não é. Bjs

    Fernando: Pois é Fernandão. Muita gente tava esperando um filme convencional sobre Dylan, ou subversivo no estilo de Uma garota irresistível (aquele filme estrelado por Sienna Miller em que Guy Pierce faz Dylan). Não estou lá é muito mais hermético como eu disse. Um defeito, se é que pode ser chamado assim, é que ele parte do ponto de partida que para apreciar o filme, é preciso apreciar, além de conhecer, Dylan. Isso pode sim, ser um entrevero. Mas como eu disse, apesar dessa proposta, como cinema é de um primor, em termos de originalidade e inventividade, incrível. Vale uma revisita!ABS

    Paulo Soares: Uma voz de concordância. rsrs Obrigado Paulão.Assino embaixo de tudo o que você disse. acho que Não estou lá, assim como a figura que ilumina, é um filme para teóricos. Além de iniciados em Dylan. Não é palatável para todos. ABS

    Alan: Mais um para correr atrás do preju em Alan. rsrs
    Mesmo sem conhecer Dylan a fundo, acredito que haja elementos no filme que vc vá apreciar. Experimenta! ABS

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  6. o filme é confunso e essa é a ideia se fosse para mim fazer uma lista com os melhores filmes da década com certeza esse estaria em segundo lugar as pessoas costumam criticar o que não conseguem entender mas é um excelente filme mesmo

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  7. Fã do Bob Dylan como sou, tenho que falar que esse filme foi simplesmente genial. O filme realmente vai ser confuso para muitos, porque tem que saber muito da vida do cantor para entender.
    Bob Dylan entendeu o filme, os verdadeiros fãs entenderam. Mas não, não procure esse filme se não conhece sua história.
    O movimento folk, as canções de protesto, a transição, a rebeldia (que Cate Blanchet representou com perfeição)... Simplesmente genial.
    Um filme que, na minha opinião quase leiga no assunto do cinema, é perfeito. Vi esse filme mais por ter Dylan (meu artista preferido) como tema, e, nesse ponto, o filme foi impecável.

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