sexta-feira, 9 de abril de 2010

Cantinho do DVD

O destaque desta semana vai para a primeira colaboração do produtor, diretor e roteirista Luc Besson com o diretor francês Pierre Morel. Ambos retomam a parceria com a estréia de hoje nos cinemas, Dupla implacável. Em Busca implacável (pois é, os títulos nacionais são muito parecidos), Liam Neeson vive um pai desesperado, mas altamente qualificado em técnicas de combate e estratégia, no encalço de sua filha sequestrada. A estréia de Morel na direção foi muito bem sucedida. Ao contrário do mais recente filme, estrelado por John Travolta, esse filme foi um sucesso nas bilheterias americanas.

Filme francês com cara de enlatado americano

Ex - agente do governo americano, aposentado, tenta consertar sua relação com a filha a todo o custo, mas se mostra desajeitado e antiquado demais para fazê-lo. Até que em uma viagem para a França, que fora inteiramente desaprovada por ele, sua filha é raptada. O ex-agente parte, então, para uma missão suicida e redentora, resgatar sua filha.
Posto assim, o leitor pode pensar se tratar de um filme de Chuck Norris, ou até mesmo alguma fita de Steven Seagal datada do inicio dos anos 90. Mas não é. Trata-se de Busca implacável (Taken FRA 2008), filme francês produzido pelo americano de coração Luc Besson e falado em inglês. O francês estreante Pierre Morel dirige o longa.
O ator irlandês Liam Neeson vive o protagonista. Neeson não poderia representar uma escolha mais improvável, tendo em vista que não faz o tipo heróico e em momento algum de sua prestigiada carreira sinalizou na direção de personagens tão obtusos. Bem, é justamente dessa (pretendida?) inverossimilhança que emerge o grande trunfo da fita. Neeson começa a fita sem esconder a fragilidade que lhe é característica, o que é até um pouco irritante a princípio, mas a medida que a tensão cresce e seu personagem mergulha no emaranhado de violência e obsessões do mundo que se descortina perante seus olhos, Neeson permite que uma fúria avassaladora de vazão. O ator salva a fita do lugar comum ao permitir que o expectador presencie um pai indo até as últimas conseqüências para salvar sua filha. A despeito das inúmeras mentiras e “forçadas de barra” de Morel e Besson, Neeson consegue atrelar alguma credibilidade ao seu personagem devido a ambiguidade com que o deu vida.

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