sexta-feira, 16 de abril de 2010

Cantinho do DVD

A seção de hoje destaca um filme que passou por alguns festivais como o de Toronto e Tribeca, mas que não foi abraçado pelo público. Embora tenha feito relativo sucesso de crítica, Força Policial (Pride & Glory, EUA 2008)também não se deu bem no Brasil, onde a distribuidora nacional forçou comparações com Tropa de elite.

Dilemas morais e familiares!

Dirigido com competência por Gavin O´ Connor, Força policial, péssimo título brasileiro para Pride & Glory, é um filme tenso e com a marca de seu roteirista e produtor Joe Carnahan, do também tenso Narc.
O filme foi vendido pela distribuidora brasileira como o Tropa de Elite americano. Isso por que no filme há fortes cenas de tortura praticadas por policiais (embora bem menos impactantes do que no filme brasileiro) e um dos motes da fita é a corrupção policial. Força policial não tem a força sociológica do filme de José Padilha, mas também não pretende isso. O filme de O´ Connor é um eficiente filme policial que ainda abrange muito bem o dilema moral de alguns de seus personagens. John Voight empresta a habitual elegância ao patriarca de uma família de policiais. Aposentado, mantém boa relação nos bastidores da corporação. Edward Norton faz o prodígio negligenciado por escolhas do passado, Noah Emmerich faz o chefe do distrito local e Colin Farrell, genro do personagem de Voight, um tenente. A dinâmica familiar será alterada depois do homicídio de 4 policiais. De uma forma ou de outra, todos estão envolvidos. O caso, além de evidenciar a corrupção na polícia, irá elevar a temperatura da relação familiar.
Força policial se desenvolve muitíssimo bem. Valendo-se da força de seus interpretes como Edward Norton que convence mesmo sem despender muita energia e Colin Farrel que imprime urgência e caos a sua caracterização.
O grande mérito da fita é a avaliação que faz da natureza dos dilemas que acometem aqueles personagens. A moral deve prevalecer ao bem estar familiar? A omissão incorre no mesmo grau de culpabilidade de quem erra? São questões legítimas e oportunas que o filme tira o devido proveito. O final não é nada surpreendente e nem deveria sê-lo. Se o filme é previsível? É. Se é dispensável? Não. É bom cinema, entretém e faz pensar. O que mais se pode pedir?

2 comentários:

  1. Adoro sempre seu trabalho neste blog,
    ainda desconhecia deste filme - e, ainda que imagine não ser nada excepcional, quero conferir.

    Abraço!

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  2. Obrigado Cris. Sei que tô em falta contigo, mas vou aparecer lá. O filme não é nada demais msm, mas vale o entretenimento. ABS

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