Nesta edição de Em off, a boa fase de Ben Affleck, o elenco
mais vistoso da história de Hollywood a serviço da paródia, o homem que irá
comandar a festa do Oscar 2013, considerações sobre a escolha de O palhaço para
tentar o primeiro Oscar do Brasil, a possível face cinematográfica de Julian
Assange e o filme mais pessoal de Tim Burton.
Uma aposta certeira?
A escolha de Seth MacFarlane para ser o anfitrião do Oscar
2013 tem, pelo menos, um aspecto a seu favor: a surpresa. Mesmo com Ted, sua
estreia na direção, sendo um dos grandes sucessos de bilheteria em 2012 – o
único plenamente baseado em uma ideia original -,MacFarlane não fazia parte do
pool de apostas que ano após ano toma conta dos analistas da indústria. Nesse
contexto, bola dentro de Hawk Koch que reveste a primeira cerimônia sob sua
presidência do apelo que seu antecessor Tom Sherak perseguiu e não alcançou.
MacFarlane pode significar a conquista de uma audiência que
a Academia vem buscando relativamente sem sucesso. Além do mais, ele é um artista
bem completo. Cantor, comediante, produtor televisivo, roteirista, ator e, agora, diretor de cinema. O repertório de gags cômicas de MacFarlane também
impressiona. As expectativas naturalmente se agigantarão nos próximos meses.
Mas MacFarlane, uma aposta ousada, inovadora e justamente por isso bem vinda,
deve dar conta do recado.
Quando é esmola demais...
Todo mundo sabe exatamente o que esperar daqueles filmes que
reúnem superelencos e todo mundo sabe mais ou menos o que esperar de paródias
cinematográficas. Pois Movie 43, que tem lançamento previsto para janeiro de
2013 nos EUA, quer colocar essas percepções à prova.
O filme é constituído por diversos curtas e é dirigido por
Brett Ratner. Elizabeth Banks, Mike Judge, Peter Farrelly e Bob Odenkirk. As primeiras
imagens reveladas pela revista Entertainment Weekly mostram Jason Sudeikis como
Batman, Justin Long como Robin e Emma Stone e Kieran Culkin tirando onda com
seus personagens de Pânico 4. O filme promete ser bastante divertido e
apresenta um casting dos mais estrelados já reunidos por uma produção
hollywoodiana. Tente não perder o fôlego lendo esses nomes: Hugh Jackman, Kate
Winslet, Halle Berry, Naomi Watts, Terrence Howard, Gerard Butler, Kristen
Bell, Chloe Moretz, Josh Duhamel, Johnny Knoxville, Elizabeth Banks,
Christopher Mintz-Plasse, Richard Gere, Live Schreiber, Anna Faris, Uma
Thurman, Sean William Scott, Leslie Bibb, Ricky Gervais, Kate Bosworth, Patrick
Warburton, Tony Shalhoub, Chris Pratt e Bobby Cannavale.
O mais novo “filme mais pessoal” de Tim Burton
Se tem um diretor que convive, e bem, com a alcunha de
realizar filmes pessoais é Tim Burton. Em alguns casos, essa definição
transbordou o marketing promocional como em casos de filmes como Edward mãos de
tesoura (1990) e Peixe grande e suas histórias maravilhosas (2003). Mas
Frankenweenie, que será lançado no início de novembro nos cinemas, está em
outro patamar. O filme é um remake de um dos primeiros curtas produzidos por
Tim Burton, com o mesmo nome, ainda em escala bastante amadora. Foi com
Frankenweenie que Burton começou a amadurecer sua marca pessoal no cinema.
O filme conta a história do menino Victor que depois que seu
cãozinho Sparky é atropelado, se dedica a trazê-lo de volta a vida – inspirado
pelo clássico "Frankenstein".
Alguns cartazes promocionais do filme podem ser conferidos
abaixo.
Por cima da carne seca
Em um ano com novos filmes de Paul Tomas Anderson, Steven
Spielberg, Kathryn Bigelow, David O. Russell, David Cronenberg e William
Friedkin, a única certeza que críticos colocam na disputa pelo Oscar de direção
é Ben Affleck. Cada vez mais a vontade na função de diretor, Affleck viu seu Argo subir de cotação depois do festival internacional de cinema de Toronto.
Muita gente na indústria acredita que o filme, que brinda o cinema de
espionagem dos anos 70 e ainda faz uma crônica irônica sobre Hollywood, será a
grande sensação da temporada do Oscar. Outros acreditam que a candidatura ganha
ainda mais força pela polêmica despertada pelo fajuto filme anti-islã A inocência
dos muçulmanos.
Em meio as entrevistas promocionais de Argo, que deve
estrear nos cinemas brasileiros em novembro, Affleck comentou a respeito de seu
arrependimento sobre o filme O demolidor, rodado em 2003 e disse que “seria
um prazer dirigir um filme sobre 'A liga da justiça'”, mas ressaltou que são só
boatos atrelando seu nome à produção ainda não confirmada pela Warner Bros.
Uma ou duas palavras sobre O palhaço
A escolha de O palhaço para representar o Brasil na briga
pelo Oscar de filme estrangeiro foi a mais acertada em anos. O júri, é bem
verdade, dispunha de um painel bem diversificado e com uma média de qualidade
não verificada em outros anos. No entanto, se O palhaço é uma escolha bem
embasada e que permite algum otimismo, é preciso dizer que talvez não fosse a
melhor escolha disponível para enfrentar filmes de primeiríssima qualidade que
países como Áustria, Itália, França e Coréia do Sul estão credenciando à
disputa. Duas produções nitidamente inferiores a O palhaço, no entanto, reuniam
alguns componentes mais palatáveis ao gosto da Academia. São elas Xingu, um
épico suficientemente exótico e com a assinatura dos experimentados Fernando
Meirelles e Cao Hamburger ,
e Heleno, drama biográfico tecnicamente perfeito e com uma grande atuação de um
ator já atuante no mercado hollywoodiano (Rodrigo Santoro). O cinema
brasileiro, vale lembrar, não conta com a boa vontade dispensada a filmes
europeus ou ao cinema latino de língua espanhola. Essa barreira só poderia ser
superada por um filme de extrema qualidade, mas vale lembrar que Cidade de Deus
– que não foi indicado na categoria em 2003 – relativizou essa máxima. Uma
alternativa, que o júri constituído ano após ano pelo MinC tem tentado
antecipar, é adivinhar o humor da comissão responsável por eleger os indicados
ao Oscar de filme estrangeiro. Dez anos depois de Cidade de Deus, surge a opção
de escolher o melhor em detrimento do mais adequado. É uma boa opção.
Principalmente se considerarmos o fato de que vinham escolhendo filmes medianos
sob o pretexto de serem os mais adequados. Não eram. O palhaço, por toda essa
conjuntura, pode ser o grande redentor do cinema nacional. Leia a crítica de
Claquete do filme aqui.
A face de Assange
O ator Benedict Cumberbatch, visto recentemente em O espião
que sabia demais e protagonista da série inglesa "Sherlock", está nos planos da
DreamWorks para interpretar o australiano Julian Assange na biografia sobre o
fundador do Wikileaks que o estúdio elabora. A produção, baseada nos livros
“Wikileaks: inside Julian Assange´s war on secrecy” e Inside Wikileaks: my time
with Julian Assange at the world´s most dangerous website”, deve ser dirigido
por Bill Condon. O diretor dos dois últimos filmes da saga Crepúsculo já
estaria em conversas com os produtores.
Vale lembrar que a HBO também produz um filme sobre Assange.
Curti a escolha da Academia por Seth MacFarlane. Assim como você disse, também credito que ele possa alcançar aquela "audiência" jovem que a Academia vem buscando ultimamente...
ResponderExcluirJá fazia um bom tempo que eu vinha lendo sobre "Movie 43". Tanto que, pra mim, já estava virando até mesmo mito, rs
Fico feliz que o filme saia mesmo do papel :)
Espero que "Franknweenie" seja realmente bom. "Sombrasda Noite" não foi lá grande coisa... Anyway... É esperar pra ver.
Não adianta: Affleck nasceu pra ser diretor (mesmo que seja bonito demais pra ficar apenas atrás das câmeras, há!). Curti bastante os seus dois últimos filmes e pelo visto "Argo" é muito bom também. Só espero que ele mude um pouco de "gênero" daqui pra frente.
Concordo contigo sem tirar e nem por. Adorei terem escolhido "O Palhaço" como representante brasileiro para o próximo Oscar. Uma excelente escolha e mesmo e bem superior ao filme "Heleno"...
Pra ser bem sincero, as últimas cerimônias do oscar me levam a desconfiar de qualquer escolha da Academia. Eu sou muuuito fã do Oscar, mas nos últimos anos, as tentativas de mudança têm surtido o efeito contrário do as expectativas fazem supor. Em 2009, quando o Hugh Jackman foi o host e eles acertaram com a aquela apresentação dos atores e atrizes "ex-vencedores", foi show; depois, foram voltando atrás e a cafonice foi tomando conta. Esse ano foi especialmente sem sal (Billy Crystal? Ah, qual é... rsrs)
ResponderExcluirTô ansioso pelo Frankenweenie!
Abraço!
A escolha do Seth MacFarlane como próximo host do Oscar foi a grande notícia cinematográfica da semana. Achei uma escolha corajosa por parte da AMPAS e espero que MacFarlane cumpra a aposta que estão fazendo em cima dele, apresentando um show arrojado e que fuja um pouco do tradicionalismo do Oscar. Que ele consiga vencer esta forte barreira.
ResponderExcluirGosto muito mais do Ben Affleck diretor que do Ben Affleck ator. As criticas positivas obtidas por "Argo" me deixam entusiasmadas para conferir mais esta obra dele.
Beijos!
Alan:Tb gostei muito dessa escolha. Mas é preciso dar liberdade para o texto. De nada adianta colocar alguém cheio de potencial para presentar o Oscar e cercear sua liberdade criativa...
ResponderExcluirPois é, Movie 43 is happening...
Acho que Affleck já está considerando incursões em novos gêneros. Mas, ao que consta, Argo mistura bem comédia e espionagem. Já é um exercício de narrativa diferente de "Medo da verdade" e "Atração perigosa".
Abs
José:Eu sou suspeito para falarpq gosto de Billy Crystal. Vale lembrar que a academia tentou por dois anos seguidos trazer Hugh Jackman novamente. Ele preferiu não voltar. Acho que MacFarlane, com a devida liberdade criativa, é uma escolha e tanto.
Abs
Kamila: Vamos torcer para ter um grande show! MacFarlane faz a mesma linha de humor de Jon Stewart. É promissor!
Tb estou ávido por "Argo".
Bjs