Crítica - Busca implacável 2

Um sessentão implacável!

Você sabe quantos anos tem Liam Neeson? Por incrível que possa parecer, ainda mais depois da sessão de Busca implacável 2 (Taken 2, FRA/EUA 2012), sequência do inesperado sucesso de bilheteria de 2008, o ator completou 60 anos em junho deste ano. E deixar perplexo o espectador parece ser o forte desse segundo filme – compreensivelmente menos eficaz que o original. Até Sylvester Stallone se rendeu à colaboração e assumiu o peso da idade na franquia Os mercenários, mas o irlandês Neeson – que se descobriu tardiamente como astro de ação – se recusa a aparentar a idade que tem em cena. Esse assombro certamente é o que precede essa fita de ação burocrática que tem em seu protagonista o seu grande trunfo.

O francês Oliver Megatron, de Carga explosiva 3, assume o posto de Pierre Morel, que havia sido diretor de fotografia dos dois primeiros Carga explosiva e se lançado na direção justamente no primeiro Busca implacável, e mantém o ritmo utilizado por Morel no primeiro filme. Contudo, não conta com um roteiro tão esperto quanto o que dispunha Morel.

A trama coloca Bryan Mills (Neeson) em Istambul na Turquia junto com sua ex-mulher (Famke Janssem), com quem ensaia uma reaproximação, e a filha deles, Kim (Maggie Grace), vítima do sequestro que pautou a ação no primeiro filme. Só que o pai de um dos criminosos mortos por Mills no desfecho de Busca implacável trama um plano de vingança que inclui o sequestro e tortura de toda a família. A partir desse plot, que remonta a trama do primeiro filme sem o mesmo frescor, Neeson assume o show. O feedback do personagem em inteligência paramilitar ajuda a tornar Mills um personagem ainda mais sofisticado.

No final das contas, Busca implacável 2 serve para que o relativamente novato na seara da ação Liam Neesson mate de inveja alguns veteranos que, em ação, acusam a idade que têm.