domingo, 21 de novembro de 2010

ESPECIAL A REDE SOCIAL - Insight

 Este é mesmo um filme sobre a criação do Facebook?

David Fincher segura a arma do crime: livro e filme foram desautorizados por Mark Zuckerberg


“Tive acesso a dezenas de pessoas de dentro do Facebook, começando pelo Eduardo (Saverin, co-fundador do site) e incluindo quase todo mundo que está no livro”, garante Ben Mezrich, autor de Bilionários por acaso – a criação do Facebook (editora intrínseca, 228 páginas, R$ 29,90), em entrevista à Folha de São Paulo. Bilionários por acaso é o livro que serve de base para o roteiro de Aaron Sorkin em A rede social. Sorkin é conhecido por seu interesse em desvendar relações de poder. Além de ter criado e produzido a série de TV The West wing, são seus os roteiros de Jogos do poder (2007) e Segredos do poder (1998), ambos de Mike Nichols. “Tenho certeza de que o Facebook teria preferido que contássemos a história inteiramente do ponto de vista de Mark (Zuckerberg, criado do site), mas esse não era o filme que queríamos fazer", explicou Sorkin. Mas então qual era o filme em mente?
“O que me atraiu no projeto foi a ideia de retratar uma geração que está à frente de seu tempo e o ônus que pagam por isso”, decretou o diretor David Fincher em entrevista realizada na abertura do Festival de Nova Iorque no final de setembro.
A rede social, portanto, não é um filme sobre a criação do Facebook propriamente dito. Mas parte desse elemento com vistas a construir um painel muito maior sobre as relações sociais travadas pelos jovens tanto na internet quanto fora da rede.

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Aos 26 anos, Zuckerberg tem uma fortuna estimada em U$ 4 bilhões, segundo a lista mais recente da revista Forbes, e é o criador do site de relacionamentos mais popular do planeta. O interesse em um filme sobre sua vida e as circunstâncias que o levaram a tão distinto patamar são, inapelavelmente, justificáveis. “Passei um ano tentando falar com Mark, mas ele sabia que eu estava escrevendo uma história que ele não queria contar”, argumenta Mezrich.
Assim como ocorreu com o livro, Zuckerberg foi resistente a ideia de ver sua história no cinema. Além de constantes desacordos com a produção de A rede social, o criador do Facebook desautorizou a fita, argumentando que o que está ali não é a realidade. Limitou-se a dizer que o “guarda roupa utilizado pelo ator Jesse Eisenberg (que o interpreta) era fiel” ao seu.
O roteiro se apoia nas batalhas legais sobre a propriedade da rede social enfrentadas por Zuckerberg anos após criar o Facebook em seu quarto em Harvard, o que o obrigou a pagar dezenas de milhões de dólares para evitar que as disputas chegassem aos tribunais. Isso de fato aconteceu. É natural que em nome de conveniências dramáticas, haja liberdade criativa para compor a narrativa. Contudo, ficcionalizado ou não, o retrato que emergiria do criador do facebook não teria como ser muito lisonjeiro.
No final das contas, as comparações que o filme vem amealhando com Cidadão Kane se justificam nessa trincheira. Um filme sobre um barão midiático, com uma narrativa que mistura elementos ficcionais e reais para emoldurar o retrato de uma geração. Esse é o escopo final de A rede social, filme que está fazendo muito amigos. Mas, claro, angariando algumas inimizades também.


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8 comentários:

  1. Estou com o livro em casa, para ler, mas a impressão que eu tenho é a de que "A Rede Social" não fala sobre a criação do Facebook. Mas, sim, sobre as mentes por trás do Facebook. Me parece que Fincher se interessa mais pelas pessoas do que pelo objeto.

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  2. Estou lendo o livro e concordo com sua última frase do primeiro parágrafo que combina também com o comentário de Kamila. Não é sobre o Facebook apenas, é sobre relações humanas dentro e fora da rede.

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  3. E o Facebook não foi criado para "se fazer amigos"? Rs! Eu me relaciono com pessoas que nem conheço lá (até gringos) é muito louco isso!

    Quanto ao filme, estou no aguardo, quase meio impaciente. Fincher só realizou grandes filmes nos último anos né? Rs!

    Entendo a postura de Zuckerberg, afinal ser bilionário nestas condições (alias ser muito rico) já é um problema.

    E, é muito mais interessante falar dos indivíduos do que do recorte propriamente dito. Em tróia não se falou da cidade nem da batalha em si,mas das relações humanas (okay num filme ruim do Petersen, rs) Em Titanic era o casal de namorados e a liberdade e não sobre o naufrágio.

    Creio que o Facebook será mesmo um ótimo pano de fundo para levar a história.

    Abs.
    Rodrigo

    E vc Reinaldo tem Face? Eu tenho me procura lá e me add, rs!

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  4. Olha, vc de novo me convencendo a ver um filme, rsrs

    Ah, gostei bastante do finalzinho do texto ("A rede social, filme que está fazendo muito amigos. Mas, claro, angariando algumas inimizades também") por remeter ao mote do filme, de forma bem humorada e sem cair na bajulação.

    Meninas, vou procurar o livro. Vcs sabem se o nome é o mesmo do filme?

    Beijos

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  5. Kamila: É justamente sobre isso que versa a reportagem Ka.É esse o interesse de Fincher, sugerido (no texto) e anunciado (por Fincher). Bjs

    Amanda: Exatamente. Beijos!

    Rodrigo:Adorei o seu raciocínio Rodrigo.Tb
    acredito que o Facebook propricie um ótimo recorte sobre ambição e a natureza das relações sociais hj em dia. Mas Fincher acreditou nesse potencial antes de nós.
    Eu não tenho Facebook. Não gostei desse site de relacionamento. No geral, não sou muito afeito a redes sociais com esse tipo de configuração, mas se tivesse que optar (como é o caso) ficaria com o Orkut. #naredesocialestoucomosturcos rsrs. abs

    Aline: Obrigado pelos elogios. O nome do livro é Bilionários por acaso: a criação do Facebook.
    Beijos

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  6. Por ter Fincher no comando de um filme já podemos esperar algo diferenciado.

    Abraço

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  7. Filme super cotado para o Oscar, mas, ao contrário de todo o buzz, acho que ele está longe de ser o grande vencedor da próxima cerimônia...

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  8. Hugo: Taí uma verdade absoluta! abs

    Matheus: Tb acho que não deve ser o grande vencedor. Abs

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