Era uma vez um canal de TV paga que primava pelos programas adultos de temática arrojada. Hoje são três canais. Pode-se dizer que foi o sucesso da fórmula consagrada da HBO (que começou com The Sopranos e Sex and the city) que trouxe a competição para seu universo. A HBO continua a reinar. Mas é cada vez mais desafiada em seus próprios domínios. O Showtime foi o primeiro com programas como Dexter, Weeds, The L world Californication e Satisfaction. O FX não ficou atrás. Vieram Nip/Tuck, Damages e The shield. Agora o pequeno AMC, abreviação para American Movie Classic desafia com propriedade o reinado da HBO. O carro chefe é Mad men que há três temporadas papa todos os prêmios possíveis e imagináveis. Breaking bad também apronta das suas. Mais recentemente o canal adentrou a seara das minisséries e estreou mundialmente a aguardada The walkind dead (no Brasil está sendo exibida pela FOX às terças-feiras às 22h). Produzida por Frank Darabont (o diretor que melhor traduziu o espírito de Stephen King para uma tela de cinema), a série que mostra um mundo afetado por um holocausto zumbi, tem seis episódios impecavelmente produzidos.
Quem ganha nesse verdadeiro front, é o espectador. Todas as séries têm exibição garantida no Brasil.
Caçadores de zumbis: o elenco de The walkind dead em foto promocional da série
Uma palavra sobre Boardwalk Empire
Conforme apontado em Claquete em série do mês passado, Boardwalk Empire é o programa do ano. Com nomes como Martin Scorsese, Terence Winter e Mark Wahlberg nos bastidores, a produção da HBO (cujo episódio piloto custou mais de U$ 30 milhões) é tudo aquilo e mais um pouco. Ambientada pouco depois da primeira guerra mundial e no alvorecer da lei seca que precipitou a grande depressão de 1929 nos EUA, a série acompanhará o surgimento do gangsterismo como meio de vida na América. Os primeiros episódios não foram só promissores, foram imponentes. Exibida todo domingo às 22h na HBO brasileira (com reprises as segundas às 20h), a série crava de uma vez por todas o status autoral que a TV americana reclamou para si nos últimos anos.
Já não tão empolgantes
De volta a TV brasileira neste mês de novembro, a dobradinha da CBS (nos Estados Unidos) e da Warner channel (no Brasil), Two and a half men e The big bang theory já não apresenta o mesmo fôlego. A primeira acaba de adentrar sua oitava temporada em meio a escândalos envolvendo o protagonista Charlie Sheen e super salários para todo o elenco, enquanto que a segunda já falha em renovar o repertório cômico. Ambas estão presas ao lugar comum. A boa audiência ainda se justifica pelo histórico da série, mas esse panorama deve começar a mudar em breve.
O melancólico final de Nip/Tuck
Uma das séries mais ousadas e ácidas a surgir nos últimos anos na TV está agonizando em seu último ano. Nip/Tuck foi o cartão postal de Ryan Murphy em Hollywood. O criador de Glee e diretor de filmes como Comer rezar amar notabilizou-se por criar essa série com jeitão de novela sobre as desventuras de dois cirurgiões plásticos na ensolarada Miami.
Murphy abandonou a produção da série na quinta temporada, coincidentemente na temporada em que o cenário mudou de Miami para Los Angeles, mas na condição de criador continuou observando a cria. E é triste observar que Nip/Tuck é, hoje, uma paródia mal resolvida de si mesma. Entregue a repetição e a temas sem a mesma espessura de outrora, a crítica social de antes virou estardalhaço de mau gosto. A sétima, e última temporada, está atualmente em cartaz no canal FX.
A Globo mira no público de TV por assinatura
Não são só As cariocas que movimentarão as noites da TV globo nessas últimas semanas de 2010. Programas como Junto misturado, Clandestinos e Afinal, o que querem as mulheres? Fazem parte da ofensiva da emissora sobre uma fatia do consumidor da TV por assinatura. Aquele que já não se satisfaz com um folhetim convencional, mas que se permite seduzir por produções oxigenadas que obedeçam a um padrão seriado.
Independentemente da qualidade das produções (As cariocas que já vai para a quarta semana de exibição se revela uma decepção), é bem vinda essa nova orientação da emissora carioca. Essa pontual mudança de rumo mostra que a Globo procura testar alternativas eficientes às constantes quedas na audiência de suas novelas das oito.
impressionante o sucesso que "the walking dead" está fazendo, é o novo LOST, certo ? hehehe
ResponderExcluirAinda não vi nenhum episódio nem nada...mas espero ver!
Das novas séies, estou meio por fora, quanto Globo, pelo menos ela está tentando. A Cura mesmo foi muito interessante. Agora, li uma notícia lamentável, que em janeiro os filmes Chico Xavier e O Bem Amado vão ser apresentados como microssérie....
ResponderExcluirÉ bom saber que outros canais estão seguindo os passos da HBO e melhorando a qualidade das séries.
ResponderExcluirNão tenho HBO e por isso precisarei esperar para ver "Boardwalk Empire" e quanto a "The Walking Dead", é ruim ter de acompanhar dublado na Fox. Vou procurar outra forma de conferir.
Abraço
Para mim, a HBO continua dominando por completo o terreno das tvs por assinatura, nos EUA, mas canais como o Showtime e AMC estão de olho no crescimento deste mercado e estão produzindo excelentes seriados.
ResponderExcluirBeijos!
Alan: Não acho que a série mereça esse, digamos, adjetivo. Primeiro pq é exibida na TV por assinatura e segundo por que se pretende mais artística (sem prescindir do comercial, é claro). Mas que o frisson é grande é... abs
ResponderExcluirAmanda:Amanda, nossos netos não verão novela no horário nobre na tv aberta. Vai por mim. Haverá uma americanização do horário. no sentido do formato (realities e séries), não do conteúdo. Bjs
Hugo:Se vc tiver Sky ou directv há o recurso de ouvir no aúdio original com legendas fornecidas pela operadora. O serviço começou engatinhando mas pegou legal. Agora se é NET ou TVA, aí não tem jeito mesmo. Sorte e abração!
Kamila: Sim, por causa do tempo de serviço. A HBO, é importante dizer, tem mais dinheiro também. Mas o prognóstico é de acirramento nos próximos anos até mesmo nos telefilmes. É questão de tempo Ka. Bjs