sábado, 5 de dezembro de 2009

OSCAR WATCH - Pode o clima de Copa do mundo favorecer Invictus?


Como todos sabem, ontem foi o dia do sorteio das chaves da copa do mundo da África do Sul. Agora mais do que nunca o clima é de copa. Mas o que o cinema tem a ver com isso? Bem, em 2008, tivemos as olimpíadas na china e Hollywood aproveitou a onda. Kang Fu panda foi um dos maiores sucessos do ano e se passava no país para o qual o mundo voltava os olhos. A recepção do mercado chinês foi boa. A china, costumeiramente retratada como um país de contradições e repressão, foi pincelada de forma heróica no recente 2012. Mas isso é outro papo.
Um dos principais lançamentos dessa temporada do Oscar é o novo filme de Clint Eastwood. Invictus se passa em uma África do Sul ainda fragilizada pelo Apartheid e recorta o momento em que Nelson Mandela (Morgan Freeman) vale-se do esporte, no caso o rúgbi, para unificar o país. Além da mensagem de tolerância, do drama edificante, o que Invictus carrega em seu cerne é a promoção do esporte como veículo de integração e afirmação da paz e de um povo. A Copa na África (a primeira a ser realizada naquele continente) carrega essa simbologia. Com um Oscar que se projeta cada vez mais internacional, lembremos que Quem quer ser um milionário, vencedor desse ano passa-se na Índia, prestigiar a África do sul e um filme que coloca suas mazelas (mas também suas virtudes) em foco, pode ser o próximo passo nesse sentido. Afinal de contas, o Oscar nunca escondeu seu viés social e os prêmios para Milk- a voz da igualdade e Quem quer ser um milionário ( filmes de forte apelo social e sofríveis do ponto de vista artístico) esse ano, demonstram que essa tendência está mais forte do que nunca.
Por outro lado, o Oscar está tentando se ajustar em outras frentes. A primeira é tornar o programa de tv mais aprazível (algo que já aconteceu com Hugh Jackman esse ano). A segunda é aprimorar seus métodos de aferição. A edição de 2010 trará muitas surpresas (tema de um outro post) que visam tornar a premiação mais justa e menos suscetível a fatores externos como o que trata esse artigo.
De qualquer maneira há dois fatores que devem incidir tanto quanto a copa do mundo na campanha de Invictus pelo Oscar. O primeiro deles é Clint Eastwood. Não é segredo nenhum que ele é um favorito da academia. Lenda do cinema que se reinventou da década como cineasta de primeira grandeza, o ator e diretor foi desprezado ano passado por dois excelentes trabalhos. Tanto Gran Torino como A troca eram filmes superiores a muitos que integraram a lista de melhores filmes. Essa omissão pode ter seu peso na escolha desse ano. Outro hábito recorrente e que parece longe de um salutar fim é essa política de compensação por parte da academia que gera mais injustiças do que reparações. Um outro fator que pode equilibrar e frear um pouco as assunções aqui expostas é o fato de que americanos não gostam de futebol. Do nosso futebol com os pés. Então esse clima de copa do mundo não contagia a América da forma que atinge o resto do mundo, especialmente brasileiros.
Nos nove fora, porém, Invictus parece ter mais a se beneficiar do ambiente extra campo dessa disputa do que a perder.

4 comentários:

  1. Estou querendo conferir esse filme.

    Ah, além de visitar e comentar, quero dar saudações rubro-negras para a final de hoje.

    Beijos

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  2. E vamo que vamo mengão. A maior torcida também entre os blogueiros cinéfilos.
    Bjs

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  3. Não vejo a hora de ver este filme... ;)

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