quinta-feira, 24 de junho de 2010

Crítica - Kick ass-quebrando tudo

Moral com muito humor

Baseado no HQ cult de Mark Millar, Kick ass – quebrando tudo (Kick ass EUA 2010) é um dos filmes mais geniais e multifacetados do ano. Explica-se: a fita dirigida com extrema eficiência por Matthew Vaughn é uma agradável comédia adolescente, uma paródia super esperta de histórias de super heróis, uma perola do humor negro americano e apresenta uma moral firme, mas sem ser piegas. Todos esses méritos se devem, maiormente, ao ótimo texto de Millar, que também atua como produtor e supervisor do roteiro escrito por Vaughn e Jane Goldman.
Na trama, Dave Lizewisk (o afinado Aaron Johnson) é um adolescente com imenso potencial geek. Usa óculos, não leva jeito com as mulheres, adora comics e anda com garotos que se ajustam a este mesmo perfil. Dave, em um surto causado por carência e indignação, resolve ser um super herói (e o raciocínio que ele desenvolve para justificar sua atitude é um dos grandes charmes da história), o Kick ass do título. Mas Dave não leva jeito para a coisa. O absurdo acontece quando ele é salvo por Hit girl (Chloe Moretz) e Big Daddy (Nicolas Cage). Uma menina de 11 anos desbocada e super talentosa no manejo de armas e seu pai, vigilantes mascarados que atuam para desbaratar o império do crime de Frank D´ Amico (Mark Strong).


Kick ass em ação: uma das cenas vitais para captar o espírito do filme
O filme é uma sucessão de gadgets de humor negro inspiradas, como a cena em que Big Daddy treina sua filha a como tolerar o impacto de uma bala. A história de Millar é brilhante porque é muito bem sucedida em combinar anseios adolescentes, e em colocá-los em evidência pela linguagem adotada, com as resiliências das histórias de super heróis. Essa metalinguagem pop é o ás de Kick ass. Mas a tradução desse primor para a tela grande só alcança sua plenitude graças ao olhar aguçado de Vaughn e ao elenco afiado. Mark Strong tira um sarro como uma espécie de Rei do crime, Nicolas Cage tem espaço para tirar uma onda de sua paixão pelas HQs, Christopher Mintz-Plasse (o McLovin do neo cult Superbad) tem uma boa aparição e Chloe Moretz dá show. Ela está um arraso como a polivalente e inacreditável Hit girl.
Kick ass acerta ao evitar o pieguismo, mas ao não deixar de lado o subtexto proposto. Vencer a insegurança da adolescência é uma tarefa para superherói. Nesse sentido, todos que passam esta fase com poucos traumas já podem ser considerados heróis da vida real, mesmo que sem o aposto “super”.

4 comentários:

  1. Ótima crítica Reinaldo.
    Estou ficando cada vez mais ansioso pra conferir o filme! xD

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  2. É muito bom ver Nicolas Cage acertando depois de tanto tempo. São críticas como a sua que me fazem ficar bem ansiosa para conferir este filme. Espero que isto aconteça em breve!

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  3. Alan: Valeu Alan. O filme vale a pensa sim! abs

    Kamila:Eu tb. Ver filme bom é sempre bom né, ka?
    bjs

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  4. Eu estava super curiosa para saber o que tinha achado desse filme... Acho que deixei escapar esse texto à época - q estranho! rsrsrs Foi uma das atuações mais inspiradas do Nicolas Cage - ok, admito, não gosto muito dele, rsrsrs

    Legal que vc tenha gostado a ponto de fazer um texto tão positivo, foi um dos filmes que mais curti ano passado. Dá-lhe "Hit-Girl", rsrsrs

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