segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

"A vida é melhor com companhia"

A frase, que é uma contumaz verdade, é proferida por Ryan Bingham (George Clooney) em certo momento de Amor sem escalas, péssimo título nacional para Up in the air. O novo trabalho do cineasta Jason Reitman teria uma tradução mais eficiente se se chamasse “Nas alturas” “Lá em cima” ou até mesmo o vago “Nas nuvens”. Amor sem escalas, o título, falha em antecipar o que se verá na tela. E o que se verá na tela? “George Clooney no papel de sua carreira”, disse o Chicago Sun times. Em Amor sem escalas, Clooney vive um executivo que vive de demitir pessoas. Ryan Bingham passa 322 dias do ano voando de aeroporto em aeroporto, se hospedando de hotel em hotel, e demitindo pessoas que nunca viu antes e que nunca verá novamente. Seu lema “Sua vida tem que caber em uma mala de viagem”.
Há algo de melancólico nesse personagem que valoriza a solidão. E há algo de George Clooney também. “Estou ciente de como as pessoas me percebem. Eu pensei: se for para lidar com isso, essa é provavelmente a melhor maneira de fazê-lo”, explicou o ator a Entertainment Weekly sobre as razões que o levaram a aceitar o papel. Jason Reitman também enxerga um pouco de si em Ryan. “Esse sou eu”, disse o diretor de 32 anos em entrevista recente ao UOL cinema, sobre sua solteirice e a via crúcis que é ficar viajando grande parte do ano.

Clooney e Vera Farmiga em cena: Um filme que mostra que é preciso ter química para o amor e para os negócios

Amor & negócios
Amor sem escalas mostra também, com crueza calculada, os bastidores de uma crise econômica e seus efeitos pormenorizados. O personagem de Clooney só existe por que há pessoas para serem demitidas e por que há patrões sem colhões para fazê-lo. “É um filme sobre nosso tempo”, disse o ator ao receber seu prêmio de melhor ator de 2009 pelo filme em jantar organizado pelo National Board of Review no inicio do mês. “E essa é maior razão que tenho para me orgulhar desse filme”.
Mas não são apenas os negócios que estão no horizonte. Amor sem escalas também é sobre o amor (de onde você acha que tiraram o infame título nacional?). Vera Farmiga, vista recentemente em Os infiltrados e A órfã, interpreta Alex. Que por força de definição, seria o equivalente feminino de Ryan. É justamente quando Ryan e Alex se cruzam que Ryan passa a almejar por algo mais convencional.
A personagem de Vera Farmiga, assim como a outra personagem feminina do filme, interpretada por Anna Kendrick, não existiam no livro original. “Tive de criar personagens para Ryan ter com quem interagir”, explica Jason Reitman. “No livro, ele só pensava e demitia; isso não funcionaria em termos de cinema”, continua o diretor.
As mudanças providenciais que Jason Reitman e seu co-roteirstia, Sheldon Turner promoveram, agradaram o autor do original. Walter Kirn disse a mesma Entertainment Weekly que quando viu George Clooney olhando para o painel de chegadas e partidas com aquela expressão melancólica na face, viu o personagem que imaginou. “De um jeito que chegava a assustar”, encerrou Kirn.
A cena que fez o autor Walter Kirn ter certeza de que o filme estava a altura de sua obra

2 comentários:

  1. Oi Reinaldo,
    Esta tradução foi péssima, a de Portugal "Nas Nuvens" saiu bem melhor. No fundo, não acho que ela define o filme e é isso é que mata o título no segundo plano.

    Sairá minha resenha de amor sem escalas esta semana e concordo que há uma melancolia clássica neste filme que o faz ser uma comédia dramática, afinal como é triste rir do modo de vida contemporâneo de pessoas como Ryan. No meio executivo em que trabalhei, vi muitos Ryans e eu mesma me via como um Ryan.

    Bjs!

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  2. Acho que todos nós temos um pouco desse personagem madame. Daí o alacance da obra. Ela dialoga com nossos medos, com nossos anseios e com nossas frustrações. Mais uma vez, filmaço!Minha critica já foi publicada. Tá no post de cima. Ansioso pela sua.
    Bjs

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