terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010 - Claquete destaca: parte 1

Seis péssimos títulos nacionais


O solteirão
(Título original – Solitary man)
Por que é péssimo?
Porque sugere um filme totalmente diferente. O desavisado pensa tratar-se de uma comédia e assiste um drama existencial com retoques de humor negro


Homens em fúria
(título original - Stone)
Por que é péssimo?
Outra infeliz escolha baseada em estratégia de venda do produto. O nome sugere um suspense banal e o filme de John Curran é, na verdade, um elaborado estudo de personagens e personalidades.


Amor sem escalas
(Título original – Up in the air)
Por que é péssimo?
Parece nome de novela, o que para um filme que busca reflexão e capturar a angústia de um homem que sempre objetivou a solidão, não deixa de ser irônico. Ficou clara a intenção de fazer um trocadilho com um dos motes do filme (o protagonista viver nos ares), mas o título original é mais sutil e eficiente nessa tentativa.


Minhas mães e meu pai
(Título original – The kids are all right)
Por que é péssimo?
A dualidade do título original se perde em um desnecessário e um tanto pastelão título nacional. O jeitão de comédia riponga não faz jus à descolada fita americana.


O golpista do ano
(Título original – I love you Philip Morris)
Por que é péssimo?
Uma péssima tentativa de emular as comédias escrachadas de Jim Carrey. O título não antecipa o que virá no filme, pelo contrário, ajuda a impacientar o espectador desavisado contribuindo para que ele não julgue o filme em seu devido escopo.


Direito de amar
(Título original – A single man)
Por que é péssimo?
Porque o título nacional sugere uma militância que não está no filme. A fita de Tom Ford está acima do cinema de protesto, e o título brasileiro acaba por reforçar a noção de preconceito.

 

Quatro bons títulos nacionais

Um parto de viagem
(título original – Due date)
Por que é bom?
Um título bem sacado usando uma expressão bem brasileira de usar o termo parto para situações difíceis e extenuantes. O título é mais feliz que o original e combina com o espírito do filme.


A origem
(título original – Inception)
Por que é bom?
O título original (Inserção) funcionaria bem, mas alienaria uma parte do público. O nome nacional é simplista, mas não descarta o mote do filme e sua representatividade.


Os mercenários
(título original – The expandables)
Por que é bom?
O título original, para variar, é melhor. Captura bem o espírito do filme e dos personagens. Mas o título nacional não ficou nada a dever. Afinal de contas, a trama gira em torno de mercenários. Se eles são descartáveis ou não, fica por conta do espectador.


Atraídos pelo crime
(Título original - Brooklyn´s finest)
Por que é bom?
Porque adianta sobre o que trata o filme e evita a expressão bastante comum em menção aos policiais nova-iorquinos, mas que é de desconhecimento do público brasileiro.

8 comentários:

  1. "Homens em fúria" é o pior de todos. O Título não tem nada a ver com a história central.

    []'s,
    sebosaukerl.blogspot.com

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Concordo com quase tudo, só não acho que Minhas mães e meu pai é tão ruim quanto você fala. Atrai o público falando exatamente o que o filme tem de curioso uma família com duas mães e um pai. Como já te falei acho que na verdade, as crianças não estão tão bem quanto fala o título original. Os dois estão passando pela crise existencial da adolescência, não conseguem se impor diante dos amigos dominadores, nem assumir a paixão por um colega. Tanto que vão atrás de um pai que nunca existiu quebrando a harmonia de casa.

    O título A Origem é bom. Só acho que não precisava traduzir a palavra Inception como origem na fala de Leonardo DiCaprio para justificá-lo.

    bjs

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  4. Coincidência!
    Estou organizando algum parecido com isso no PP. Vai ser uma espécie de "troféus especiais" para categorias atípicas. Pior Tradução com certeza vai ter para honrar a falta de criatividade das nossas distribuidoras. E "Direito de Amar" eu acho alguém lhe tirar a "vitória".

    Outro que merecia estar aí: "Guerra ao Terror". Lastimável.


    abs!

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  5. James: É verdade. É sofrível mesmo. Abs

    Amanda: É, eu sei dessa sua opinião Amanda. E continuamos a discordar. Para mim o título é péssimo e o estado de espírito das crianças (já adolescentes) é o d qualquer um nessa fase da vida. São essas crianças que lidam melhor com a situação desestruturante que se alinhava.Daí a fina ironia do título original. Mas entendo a sua percepção. Já sobre A origem, concordamos em todos os níveis. Bjs

    Elton: Ansioso por esses troféus especiais. Direito de amar é f... mesmo. Mas Guerra ao terror é do ano passado então nada de roubar a vaga de Direito de amar hein?!
    abs

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  6. Traduções absurdas de títulos aparecem todos os anos.

    São casos em que tentam enganar o espectador fazendo acreditar que o filme tem ligação com um sucesso anterior do gênero ou de determinado ator e aqueles em que o tradutor chuta o balde e deixa a impressão de que não entendeu nada do filme ou sequer o assistiu.

    Abraço

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  7. "Amor sem escalas" foi o pior, rsrsrs Tem mesmo cara de novela da dona Íris Abravanel...

    Adorei a capa de hj da claquete: Alice olhando para o buraco e seu comentário maldoso, rsrs

    Bjs

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  8. Hugo:Vc enquadrou algumas das razões pq temos péssimos títulos nacionais meu caro. Abs

    Aline: Amor sem escalas é sofrível msm. Obrigado pela sutil percepção quanto a foto da home. Bjs

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