Existia um misto de apreensão e ansiedade. Guy Ritchie, apesar de imensamente pop e comunicacional, era um cineasta feito no cinema independente com uma linguagem um tanto quanto subversiva para os padrões conservadores do cinemão ianque. Portanto, uma releitura de Sherlock Holmes sob a batuta de Ritchie, mas com um grande estúdio a financiá-lo, era algo a provocar comoção cinéfila. Se o resultado não chegou a entusiasmar, tão pouco provocou arritmias. Sherlock Holmes é uma fita de ação bem resolvida, que reproduz com assertividade o humor inglês e confia no trabalho dos atores. Nesse sentido, a escolha de Robert Downey Jr. e Jude Law diz muito sobre as intenções de Ritchie aqui. Ele deixa espaço para seu par de excelentes intérpretes ludibriarem a platéia enquanto lança mão de alguns artifícios narrativos que se estão lá para afagar-lhe a vaidade, funcionam muitíssimo bem. Como por exemplo, o escrutínio que Ritchie faz do raciocínio rápido de Holmes – mesmo em uma luta livre.
Sua primeira incursão pelo cinema comercial, afirmou-lhe o status de cineasta grife. Coisa para poucos. Spielberg, Scorsese e Shyamalan (que vislumbram diferentes variantes dessa equação) que o digam. A sequência de Sherlock Holmes vem aí e, por enquanto, só mesmo Madonna derrubou Ritchie do cavalo.
Espero por essa sequência ansiosamente!!!
ResponderExcluirO cara foi muito respeitoso nos detalhes. Foi o primeiro a notar que, tanto o Watson como o Holmes são jovens. Em todos os filmes, o Watson é mostrado como tendo meia idade. A cena dos tiros na parede existe nos livros. Ou seja, ele fez uma subversão mesmo, mas mostrou que conhece a fundo a obra de Connan Doyle.
ResponderExcluirMarcelo: E quem não está né?
ResponderExcluirAnônimo: É justamente isso o que poucas pessoas notam. Preferem defenestrar Ritchie por fazer de Sherlock Holmes um filme de ação. Ritchie, além de respeitoso, realizou uma das melhores adaptações do personagem.
abs
Sherlock é um filme pulsante e divertido.
ResponderExcluirFrase do Silvio Santos: " foi muito bem bolado." Rs
Abs.
Rodrigo
Quando vi pela primeira vez fiquei chocado e odiei, mas fui ler de novo tudo que tenho sobre o Holmes e passei a amar o filme. O roteiro lê e respeita a obra, só que lê nas entrelhinhas. Simplesmente genial.
ResponderExcluirRodrigo: Silvio está com a razão ... rsrs
ResponderExcluirabs
Como sua briga: Por isso que Guy Ritchie é Guy Ritchie. Que bom que vc reavaliou sua opinião e foi buscar a fundo as referências trabalhadas por ritchie.
abs
Meu amigo, é verdade. Não sei se você é fã dos livros do Doyle, mas o que o Guy fez foi transformar o "não dito" em "dito". O Holmes, por exemplo, fala coisas assim..."foi importante dominar o execrável meliante, embora sua resistência tenha sido deveras selvagem e agressiva. Não foi sem custo que o levei ao chão". Isso rendeu ação aos montes e não deixou de ser fiel à obra.
ResponderExcluirNão chego a ser fã, mas já li bastante o Doyle. E vc está certíssimo. Esse foi um dos grandes méritos do Ritchie e por isso ele se deu tão bem no cinemão americano. Fez uma adaptação fiel e respeitosa e um filme de ação movimentado e dinâmico. Francamente, não vejo como o diretor poderia ter sido mais bem sucedido neste contexto. Agora, o que tem gente que não percebe essas entrelinhas e acha esse Sherlock holmes execrável ou que só o curte pelo filme de ação que é...
ResponderExcluirEnfim, bom saber que vc já não faz parte desse time. E no final desse ano tem mais hein?!
abs
Não vejo a hora. Estou relendo tudo do Holmes de novo, só pra curtir mais. hauahua
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