quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Espaço Claquete - O legado Bourne

Seguir uma franquia sem seu principal astro é um problema que muitos estúdios já tiveram que encarar. Tiveram, entre aspas porque essa é uma opção puramente mercadológica. No caso da franquia Bourne, a dependência de Matt Damon é ainda maior. O legado Bourne (The Bourne Legacy, EUA 2013), sem Damon e com Jason Bourne apenas como uma sombra, consegue se desvencilhar desse problema com relativo sucesso. O que não implica constatar que seja um bom filme de ação ou mesmo um eficiente thriller de espionagem.
Dirigido por Tony Gilroy, responsável pelo roteiro da trilogia original, o filme amplia o escopo da franquia e mostra outros agentes como Bourne de programas patrocinados pelo governo americano que passam a ser eliminados quando as coisas começam a dar errado e Bourne expõe alguns segredos sujos das agências de inteligência americana e seus contratos obscuros com empresas de segurança privada.  A ação se desenvolve paralelamente aos eventos de O ultimato Bourne.
Se Gilroy é hábil em adequar seu filme ao novo contexto da série, ainda que não definitivo, é pouco eficiente em tornar a trama de O legado Bourne cativante. O filme é perigosamente previsível, com poucas, esparsas e enjoadas cenas de ação e um protagonista pouco carismático. Jeremy Renner, frequentemente um poço de carisma, sofre para dar viço e carga dramática a Aaron Cross, que não é desmemoriado, mas pouco sabe sobre o programa do qual faz parte.
A luta pela sobrevivência é o motriz da série que continua a investir em intérpretes sofisticados (Edward Norton e Rachel Weisz são as novas adições) e no clima de teoria conspiratória. No entanto, Gilroy não tem como diretor o mesmo senso de espetáculo de Paul Greengrass e não conta com o elemento surpresa que favoreceu Doug Liman no debute da série. Se por vezes, O legado Bourne soa um filme mais sério do que de fato é, é mérito seu. O problema é que na maioria das vezes o filme soa mais banal do que realmente é.

3 comentários:

  1. Nunca me empolguei muito com a franquia, mesmo com Matt Damon e Paul Greengrass... realmente não estou motivado para encarar este... mas pelo texto, parece ser um entretenimento decente. Uma pena que o Jeremy Renner não está tão bem.

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  2. Paul Greengrass deu um bom gás para a série, uma pena que ele não dirigiu este. Raros os roteiristas que fazem grandes estreias na direção.

    Abs.


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  3. Bruno: Entretenimento decente é uma boa definição. Também me surpreendeu o fato de Renner não estar tão bem em cena. Agora, se você já não se empolgava com a franquia, as chances de frustração estão redobradas...
    Abs

    Rodrigo: Uma pena mesmo. Se ele voltasse, inclusive, a franquia seguiria outro rumo, já que essa era a condição para Damon continuar. Tony Girloy estreou na direção da franquia Bourne. Na verdade, ele foi indicado ao Oscar de direção por sua estreia real an direção em 2007 com Conduta de risco, aquele ótimo filme estrelado por George Clooney. Também dirigiu, e muito bem, o inteligentíssimo "Duplicidade".
    Abs

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