terça-feira, 1 de setembro de 2009

Critica: Amantes

Ciranda de paixões!

A nova fita de James Gray, Amantes (Two lovers EUA 2008) acabou ganhando um hype indesejado. O ator, e protagonista da fita, Joaquin Phoenix declarou que esse seria seu último trabalho como ator. Seguiria então uma impensada carreira como rapper. Marketing ou doideira, não importa, fato é que sua atuação em Amantes é excepcional e nos faz lamentar sua escolha de momento.
Em Amantes, Phoenix vive Leonard. Homem com distúrbio bipolar de tendências suicidas que parece incapaz de se recuperar da profunda depressão desencadeada pelo abandono de sua noiva. Leonard voltou a viver com os pais em uma rotina que não lhe desperta nenhum sentimento pela vida. Em um dia ele conhece duas mulheres que mudarão decisivamente sua perspectiva. Sandra (Vinessa Shaw) é filha de um homem que está fazendo negócios com seu pai. É doce, responsável e genuinamente interessada em Leonard. Seu interesse no entanto, pende para Michelle( Gwyneth Paltrow), vizinha com sérios distúrbios emocionais que se relaciona com homem casado.
O grande mérito do diretor é conduzir sua narrativa sem sobressaltos. Sejam eles narrativos ou até mesmo discursivos. Gray evita julgar seus personagens, oferecendo assim um painel mais rico e infelizmente mais doloroso das circunstancias da paixão. E de como temos que nos ajustar as nossas expectativas e as dos outros.
Amantes versa ainda sobre a dualidade do amor. Ele pode funcionar tanto como elemento libertador, tanto como paralisador. Pode ser um beco, ou o ponto de partida de um recomeço. Amantes é um filme sensível e eficiente em todas as suas camadas. O trio de protagonistas está muito bem, com destaque para Phoenix que captura com desenvoltura impressionante o estado de espirito de seu personagem. Destaque também para a presença marcante de Isabella Rosselini como a mãe de Leonard. A atriz, econômica, domina a cena com olhares e gestos.

4 comentários:

  1. pois é, eu tb curto o Phoenix - aka, Roman emperor; vc viu a famigrada entrevista dele no David homem-carta!? foi trash ahahahh se não viu, VEEEEJA (momento Nelson Rubens)

    a melhor parte é quando o David esquece o nome da protagonista e pergunta para o Phoenix q responde: não sei, eu não assisti o filme hauauuahuhau (afinal, ele só ficou meses atuando com a mulher... mas não assistiu! oras bolas...)

    Esse filme sai no cine ou já está em DVD?!

    FLCP

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  2. Uma obra prima de crítica.
    Quem dera que hollywood pudesse ver como vc descreve e analisa suas fitas.
    Mas do que um "script" do filme (o que mal ou bem é o que se encontra nas críticas "mortais"), aqui nos temos uma decomposição digna não só de um jornalista cultural especialista em cinema, mas de um verdadeiro amante deste.
    PARABÉNS!

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  3. Oi Monsieur. Clap clap clap! Parei e pensei melhor sobre o filme e, o diretor fez exatamente o contrário do que eu esperava, embora com méritos. É compreensível eu ter sentido o incômodo que comentastes no Madame Lumière muito inteligentemente.

    Phoenix está divino e o fio condutor do amor dual que leva à perdição ou ao recomeço é um excelente ponto que você abordou. Eu mesma já me vi uma Phoenix de saias, amores que salvam e que destróem e, que também, criam uma ilusão passageira como creio ter sido o "fogo de palha dele" por Paltrow.

    Parabéns! No final, todos tiveram o seu recomeço, a "salvação" que liberta e dá uma nova perspectiva, disso eu não tinha dúvidas.

    Gray não julgou os personagens e dirigiu a ação sem grandes sobressaltos. Concordo! Por isso o filme me foi doloroso pois eu queria entrar na tela e movimentar os fatos. Como te disse na resposta lá no blog(dá uma passadinha lá para ver meu reply): tenho sérias dificuldades com decisões cômodas, no entanto, tem horas que não adianta a gente buscar respostas diferentes quando o que nos dará paz está à nossa frente.

    Beijos da Madame!

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  4. Madame: Obrigado pelo retorno. Que bom que apreciou meu olhar sobre o filme. Vou lá ver seu replay sim. Amantes é para mim um dos melhores filmes do ano. É como vc disse, o que dói é constatar o comodismo imperioso em nossas vidas.
    Bjs

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