domingo, 13 de setembro de 2009

Insight

Balanço do verão americano 2009

E o verão de 2009 acabou. Nos EUA é claro. Junto com ele o período de maior rentabilidade para os estúdios americanos que desde Tubarão, e seu acachapante sucesso nas férias de 1975,programa seus principais lançamentos do ano para a temporada de calor e férias no hemisfério norte.
Se em 2008 o mundo conheceu um sucesso arrasador, em termos de impacto e longevidade, como Batman - o cavaleiro das trevas, em 2009 não houve um filme que pulverizasse as cifras e dominasse a temporada.
O que pode ser tomado como algo positivo. O faturamento da temporada foi 0,16% maior em relação a 2008. Filmes como Transformers: A vingança dos derrotados e Harry Potter e o enigma do príncipe garantiram o aumento do faturamento na primeira temporada pós - greve de roteiristas. Os efeitos da greve na temporada eram motivo de preocupação para estúdios e artistas que viram muitos lançamentos, como Anjos & Demônios, o sexto Harry Potter e o Star Trek de J.J Abrans, deslocados do fim do ano passado para o verão desse ano, com vistas a garantir a rentabilidade da temporada.



Hugh Jakman esteve no Brasil em maio para divulgar Wolverine

Foto: site G1

O verão abriu sob o fantasma da pirataria .X-men origens:Wolverine da Fox teve sua estréia mundial ameaçada quando um mês antes o filme, ainda incompleto, caiu na internet. Contudo, em um movimento muito parecido com o que se deu no Brasil com Tropa de elite, a performance da fita não foi abalada. Nos EUA, o filme com Hugh Jackman rendeu U$ 180 milhões e ficou na intermediária posição de oitava maior bilheteria da temporada. No resto do mundo a fita angariou outros U$ 183 milhões, totalizando uma bilheteria mundial de U$363 milhões de dólares.
Comparando o rendimento entre bilheterias americanas e internacionais, chega-se a conclusão de que pouco muda. Se nos EUA o campeão do verão foi o segundo Trasnformers com pouco mais de U$ 400 milhões em caixa, no resto do mundo o filme mais visto foi Harry Potter e o enigma do príncipe com faturamento aproximado de U$ 620 milhões, o que faz do último filme da saga do bruxinho o maior filme do ano com U$ 917 milhões de dólares em caixa. Dando a Warner Brothers, pelo segundo ano consecutivo, o titulo de estúdio mais lucrativo da temporada. É da Warner também, a maior surpresa das bilheterias no ano. A comédia Se beber não case que tomou de assalto os cinemas americanos e acumulou impressionantes U$ 275 milhões de dólares. Número que fica ainda mais vistoso se considerarmos que o filme teve censura nos EUA. Menores de 17 anos só podiam entrar acompanhados dos pais.
Se alguém fez frente a Warner no agitado mercado de verão, foi a Paramount. Star Trek conseguiu atingir todas as expectativas do estúdio, e embora não tenha tido uma boa performance fora dos EUA, não chegou aos U$ 150 milhões, conseguiu uma distinta quinta posição no ranking doméstico com U$ 257 milhões de dólares. E teve Trasnformers , em co-produção com a Dreamworks, que liderou o ranking americano.
As animações novamente fizeram bonito. Up da Pixar, chegou perto dos U$ 300 milhões nos EUA, no Brasil, onde acaba de estrear, o filme levou mais de meio milhão de pessoas aos cinemas no primeiro fim de semana. A era do gelo 3, da Fox/Blue Sky e Monstros vs alienígenas da Dreamworks também se destacaram com bilheterias que beijaram os U$ 200 milhões.

Os protagonistas de Se beber não case: A surpresa do ano

Foto: Divulgação

Os coadjuvantes
Entre aqueles filmes que deveriam brilhar mais e aqueles que brilharam um pouco mais do que se imaginava, algumas novidades e outros velhos conhecidos. Ben Stiller reuniu um time de comediantes mas não conseguiu muitos dólares em Uma noite no museu 2, que acabou faturando menos do que o original, algo incomum para sequências de verão. Já Sandra Bullock voltou a liderar as bilheterias depois de 10 anos. A proposta, em que faz uma megera carente, faturou expressivos U$ 165 milhões nos EUA. Para efeito de comparação ,U$ 5 milhões a menos do que a antecipada continuação de Uma noite no museu.

Filmes cercados de expectativa como Exterminador do futuro e Anjos & Demônios não fizeram boa carreira comercial nos EUA. Só conseguiram se pagar com o faturamento internacional, algo cada vez mais corriqueiro para essas produções inflacionadas.
Já os filmes que pouco tem a ver com o verão, mas que sabe-se lá Deus porque foram lançados em meio a guerra entre robôs e bruxos, fizeram uma boa carreira.Bastardos inglórios de Quentin Tarantino e Inimigos públicos de MichaelMann, ambos ainda em cartaz, estão perto de chegar aos U$ 100 milhões. Quantia necessária para viabilizar o lucro de um filme em Hollywood. Há de se considerar que esses filmes custaram bem menos do que seus concorrentes e estrearam em menos salas, portanto sua margem de lucro tem de ser calculada por critérios proporcionais.

Michael Bay no set de Transformers 2: O mais rentável do verão americano

Foto: Divulgação

A bem da verdade, o verão de 2009, a despeito do crescimento nas bilheterias, foi inferior ao de 2008. Se no ano passado tivemos filmes que aliavam entretenimento à inteligência como O cavaleiro das trevas, Trovão Tropical, Wall E e Homem de ferro, esse ano tivemos apenas filmes medianos com efeitos especiais em profusão. É possível que isso afete negativamente o verão do ano que vêm. Poderemos ver filmes melhores do que esses não renderem tanto. Uma gangorra em que Hollywood ainda não aprendeu a se equilibrar.

Fonte: Site Boxofficemojo

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