domingo, 6 de setembro de 2009

TOP 10

Filmes sobre o jornalismo
10 – Intrigas de estado (State of play EUA 2009)

Esse thriller dirigido pelo escocês Kevin McDonald é em sua essência um drama político. Contudo, o jornalismo está em pauta e é também o que unta a história contada na tela. Russel Crowe faz um jornalista cheio de clichês da profissão que resiste às mudanças que a tecnologia impõe nas redações. Jornalista da “old school' se lança em um caso de repercussão pública. A secretária de um senador que preside importante comissão no senado acaba de ser assassinada. A história vai se desdobrando e Intrigas de estado vai se servindo do jornalismo e também prestando uma das mais perenes homenagens a essa nobre profissão. Em seu âmago, o filme é um reconhecimento a utilidade pública - que alguns teimam em esquecer- que o jornalismo presta indiscriminadamente.

9- O informante ( The insider 1999)

Outro filme com Russel Crowe, mas aqui ele faz a fonte. O filme cobre a história verídica do desfalecimento público das empresas de tabaco. Quando a imprensa americana fez saber com muita garra que as empresas de tabaco não só sabiam que seu produto viciava como o produziam para tal. Um escândalo que é levado as telas com rigor pelo grande Michael Mann. Al Pacino vive o produtor do prestigiado jornalistico 60 minutes que ao potencializar a crise de consciência de um ex empregado de uma empresa de tabaco vê a chance de uma grande matéria. O informante é um drama inteligente que escancara as amarras espúrias que ditam o corporativismo dominante na cultura dos negócios. E o faz com presteza jornalística. Além de fazer um belo retrato da profissão.

8 - O jornal( The journal 1994)

Nesse drama de Ron Howard não há grandes comoções mundiais, intrigas ou congêneres. Aqui é o dia a dia de um redação de jornal que importa. O filme pode até mesmo parecer datado – é de alguns anos antes da explosão da internet- mas mimetiza a vida estressada e pressionada dos jornalistas. A despeito das plataformas disponíveis de hoje, pouco mudou na dinâmica da profissão. E justamente por isso O jornal é tão eloquente.

7-Adoro problemas( I love trouble 1994)

Sim, é uma comédia romântica. O que ela está fazendo aqui? O filme de Charles Shyer mostra a rivalidade entre dois colunistas de jornais concorrentes vividos por Nick Nolte e Julia Roberts. Obviamente que no filme isso é apenas prelúdio para o amor, mas é algo corrente na imprensa americana e agora potencializado pelo fenômeno da internet em escala planetária. Os blogs incrementaram a noção de rivalidade. Aquela alimentada pelos personagens de Nolte e Julia tem sabor de nostalgia.

6-O dossiê Pelicano ( The pelican brief 1993)

E Júlia de novo. Aqui ela faz uma estudante de direito que lança uma tese sobre o assassinato de três ministros da suprema corte americana. Passa a ser perseguida e confia a história ( e sua vida) ao jornalista vivido por Denzel Washington que cobre o caso para seu jornal.O dossiê pelicano pode parecer mitificar a profissão de jornalista, afora alguns eventos dramáticos, é aquele o processo para se apurar denúncias. Sofrer achacações, ameaças de morte e ter a vida dificultada enormemente por pessoas interessadas em ver você o mais longe possível da verdade. Além de ter um editor buzinando na sua orelha. O dossiê pelicano também revela a força redentora da profissão. Em parte o que move aqueles que a escolhem.

5- Todos os homens do presidente ( All the president´s men 1976)

E se o jornalismo investigativo é reconhecido amplamente, deve-se aos homens que escancararam o escândalo de Watergate. Esse filme versa justamente sobre essa tour de force a qual esses dois jornalistas se lançaram. O filme de Alan J. Pakula, o mesmo diretor do filme da posição anterior, se esforça em não pintar os jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein como heróis. São apenas dois homens fazendo bem o seu trabalho. O trabalho sim, é heróico. E isso, Pakula não faz questão de esconder. Grande filme e grande momento do jornalismo nas telas.

4- O diabo veste Prada ( Devil wears Prada 2006)

Pode parecer suspeita a inclusão dessa comédia fashion na lista. A verdade é que a fita do diretor David Frankel cobre o universo do jornalismo como poucos. E de uma perspectiva pouco aproveitada. A de quem ingressa esse mundo. Aqui vemos a personagem de Anne Hathaway penar na mão da editora megera vivida por Merly Streep. É aquele o estado de espirito mais comum de quem começa na profissão. Desilusão, descontentamento e um tantinho de insubordinação.O diabo veste prada mostra que as coisas nem sempre são como imaginamos. Temos que aprender a ajustar nossas expectativas à realidade. É essa a grande contribuição da fita.

3- A montanha dos sete abutres(Ace in the hole 1951)

O filme de Billy Wilder foi o primeiro a alertar sobre a responsabilidade social do jornalismo. E o perigo que pode representar quando esta lhe falta. Aqui o personagem de Kirk Douglas se aproveita de uma tragédia para se promover. Lançando mão de estratégias mesquinhas, sensacionalistas e taciturnas. Tudo para obter audiência e sucesso profissional. A montanha dos sete abutres é vanguardista e tenaz. Realiza uma contundente critica sobre o fazer jornalistico e oferece perspectiva para todo e qualquer ingresso na profissão .Obrigatório.

2- O quarto poder( Mad city 1997)

Aqui o diretor Costa Gravas acompanha o raciocínio de Wilder. Só que ele acentua o drama. E também pega mais pesado com a imprensa. Veterano jornalista descontente com seu atual status vê em um assalto a um museu promovido por um ex funcionário,a chance de reaver a glória. Manipulação é a palavra do dia de Costa Gravas. Com desfecho trágico, O quarto poder é como um grito perene de consciência da profissão.

1- Boa noite e boa sorte (Good night and Good Luck 2005)

Se existem filmes que funcionam como testamento de profissões. Boa noite e boa sorte encabeça a lista. A fita de George Clooney, que visava prestar também uma homenagem a seu pai jornalista, sintetiza tudo o que o jornalismo representa. Isenção, disposição, busca incessante pela verdade e combate ao cerceamento de valores e direitos. A fita remonta o clássico embate entre o jornalista Edward R. Murrow e o senador Joseph McCarthy, que promovia uma verdadeira caça as bruxas em território americano a pretexto de prender comunistas. Um filme de profundo valor e de ressonância atemporal. Além de ser entretenimento de primeiríssima qualidade.

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