terça-feira, 20 de outubro de 2009

Perfil - Tim Roth

Cara de mau



Filho de uma professora e de um jornalista, Tim Roth nasceu e foi criado em Londres. O ator de 48 anos ,que atualmente faz sucesso na TV americana como o especialista em linguagem corporal Carl Lightman na série Lie to me, sempre chamou atenção para si nos filmes que estrelou, mas nunca chegou a constituir fama de astro. Tido como um ator versátil e confiável, Roth fez, ao longo de sua carreira, mais vilões do que mocinhos. Em um movimento pelo qual, muito provavelmente, Quentin Tarantino foi grande o responsável.
Os primeiros trabalhos de Roth foram para a tv inglesa. Os telefilmes Meantime (1981) e Made in Britain (1982) possibilitaram a estréia do ator na tela grande no filme O traidor (1984), um filme pequeno de Stephen Frears, mas que serviu para por o nome de Roth entre os atores tipo bbb. Bons, baratos e, bem, nem tão bonitos assim.
Seguiram-se trabalhos na Inglaterra como Complô contra a liberdade (1988), Mundo a parte (1990) e Caminhos da vida (1991). Foi justamente nos filmes do final dos anos 80 que Roth chamou a atenção de um cineasta estreante, chamado Quentin Tarantino, que o chamou para um dos principais papéis de Cães de Aluguel. O filme foi um sucesso e a América descobriu o talento de Tim Roth, o ensanguentado Sr. Laranja de Cães de Aluguel.
Antes de colaborar novamente com o diretor que lhe apresentara a América, Roth participou de outros filmes americanos. Como Corpos em movimento (1992) e Fuga para Odessa (1994), como de praxe sempre na pele de algum coadjuvante. Mas aos poucos Roth fazia-se notar. E foi novamente sob a batuta de Tarantino que Roth ganhou o mundo. Ele fez um papel pequeno em Pulp Fiction - tempos de violência (1994), mas memorável. Em parte pelo vigor dos diálogos, em parte pela energia emanada de sua atuação.

Roth na explosiva cena de abertura de Pulp Fiction. Segundo filme de Tarantino e segunda colaboração de Roth com o diretor

No ano seguinte, nova colaboração com Tarantino. Grande Hotel era um filme que reunia 4 episódios, dirigidos por 4 diretores diferentes. Roth era o único do elenco a aparecer nos 4 episódios e foi dirigido, novamente, por Tarantino. O filme foi muito contestado, mas Roth teve a chance de exercitar uma vertente cômica que até então passara despercebida. Ainda em 1995, viria seu maior momento de reconhecimento artístico. A indicação para o Oscar de ator coadjuvante pelo filme Rob Roy - a saga de uma paixão, em que viveu um tirano vilão. Não ganhou, mas dali em diante quem gostasse de cinema, e dos Oscars, estava ligado para sempre a Roth.
O ator passou a alternar trabalhos mais comerciais como Planeta dos Macacos(2001) - mais um vilão, e trabalhos mais pessoais como Pão e rosas (2000), O hotel de um milhão de dólares (2000) e Vatel - um banquete para o rei (2000). O ator alternava-se muito bem entre os mais variados gêneros e atestou sua versatilidade para diretores diferentes e colheu elogios de gente como Woody Allen que o dirigiu em Todos dizem eu te-amo (1996) e Walter Salles. Salles chegou a dizer, à época do lançamento de Água negra (2005), que Roth era um dos atores mais talentosos com quem já havia trabalhado. A carreira seguiu e colaborou com nomes como Win Wenders (Estrela solitária), Michael Haneke (Violência gratuita) e Francis Ford Coppola (Juventude perdida).
Hoje está abrigado na TV americana. Sua série produzida pela Fox, o canal de mesmo nome exibe a 1ª temporada no Brasil, é um sucesso de critica e público nos EUA. Ano passado o ator foi visto, mais uma vez como vilão, em O incrível Hulk. Seu nome está ligado a mais alguns projetos em desenvolvimento, porém, Roth deve priorizar mesmo sua série na TV. Não significa que não o veremos mais no cinema, muito pelo contrário. Por ser um ator de monstruosa versatilidade, cujo rosto é familiar para grande parte da platéia, e barato, Roth receberá muitas propostas por um bom tempo. Fato é que na tv, por enquanto, ele é o mocinho. É bom variar de vez em quando.
O ator em foto promocional da série que estrela: Comparam seu personagem mau humorado a outro célebre personagem da tv. O doutor House

Top 5 de Tim Roth

1- Cães de Aluguel
Um filme violento, cínico, eletrizante e pop. Combinação incomum? Era Tarantino mostrando para o mundo a que veio.

2- Violência gratuita
Se Roth havia se habituado a viver vilões, aqui ele é a vitima de um sádico jogo perpetrado por dois adolescentes. Remake dirigido pelo mesmo Michael Haneke do Fanny games original.

3- Pulp Fiction - tempos de violência
Pela lista, parece até que Roth faz apologia da violência. Em Pulp Fiction ele aparece rapidamente, mas sua presença é marcante neste filme que ajudou a definir a forma de se fazer cinema independente nos EUA.

4- Água negra
O filme de Valter Salles é, antes de ser um filme de terror, um elaborado drama psicológico. E Tim Roth com sua serenidade ajuda a sedimentar essa impressão.

5 -Rob Roy - a saga de um paixão
O filme é uma aventura belissíma. De quebra, Roth faz aquele tipo de personagem que amamos odiar.

Um comentário:

  1. Oi Reinaldo!
    Uma análise bem escrita que vc fez da carreira deste ótimo ator. Realmente ele se destacou em pulp fiction. Assisti a alguns dos filmes citados por vc, so não vi ainda água negra e todos dizem eu te amo (este aqui por causa do Woosy Allen, confesso que não gosto deste diretor e por isto não quis ver o filme).
    Um abraço.

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