domingo, 25 de outubro de 2009

Critica - Distrito 9

O inferno são os outros!

Peter Jackson sabe o que faz. Se ele bancou a realização de Distrito 9 (District 9, EUA/AFR do SUL 2009) era porque a idéia valia a pena. O filme do diretor estreante Neill Blomkamp é um primor sobre muitos aspectos. Contudo, é, antes de mais nada, entretenimento da melhor qualidade.
Blomkamp se utiliza de um expediente conhecido, mas que sob sua tutela apresenta-se como algo genuinamente novo. Ele registra seu filme como se fosse um falso documentário (recurso popularizado pelo seriado The office) para contar a saga de aliens que são hostilizados no planeta terra. A ação se passa na África, mais precisamente na capital sul africana, Johannesburgo. É lá que uma nave alienígena se estabelece, revelando milhares de seres subnutridos e confusos. Os humanos sem saber o que fazer, providenciam um acampamento, que logo vira uma favela. Humanos e aliens se chocam frequentemente. Surge a necessidade de remover os aliens para um acampamento mais afastado e é aí que entra em cena Wilkus van de Merwe ( o estupendo Sharlto Copley). Um burocrata nomeado para conduzir o remanejamento alien.
Daí em diante Distrito 9 segue uma cartilha de clichês, mas a originalidade da história e a força da analogia politica (com o apartheid sul africano, para ficar na mais óbvia) revestem o filme de urgência, viço e atemporalidade. Trata-se de um filme com um discurso poderoso. Ficções cientificas se prestam a elaborar um comentário (geralmente pessimista) sobre o estado das coisas, mas Distrito 9 com seus aliens favelados e com seus humanos gananciosos e violentos é de uma eloquência atroz. Suas referências são muitas, desde Aliens até Cidade de Deus, contudo, a despeito da iminente franquia cinematográfica que se anuncia, Distrito 9 caminha para ser, ele mesmo, uma forte e inescapável referência.
Apesar de priorizar a ação, e a tensão da história é continua e ineterrupta, a mensagem de Bloomkamp é clara. Intolerância gera intolerância. Colocar-se no lugar do outro, ainda é a forma mais humana, e digna, de se legitimar qualquer busca pela paz.

3 comentários:

  1. Me deixou com vontade de ver o filme.
    Gostei desse seu final e concordo plenamente com ele. Violência é caminho sem volta, é a opção mais burra de se resolver algum impasse.

    Beijão!

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  2. filme horrivel. lamentavel, entrou para a história dos piores filmes que assisti no cinema, é só mostrar a ganancia dos seres humanos e abuso de poder como se todos os humanos fossem "maus" que algumas pessoas acham o filme brilhante, mais se pensar um pouco na história do filme nao tem pé nem cabeça, uma nava alienigena flutuando em cima de uma cidade por estar sem combustivel, o combustivel transformar um humano e et, um merda de filme!!

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  3. o anônimo perdeu a chance de gostar de um filme muito bom porque esqueceu de ver ele com o lado que mais se precisa pra se apreciar um filme assim...a fantasia,a ilusão,a magia de ver os problemas de um personagem e embarcar com ele na trama,isso é a ficção...
    realidade a gente ve de graça nos telejornais...
    veja de novo como um filme, deixe a moral pra lá que ele fica um filmão!!!

    abraços!!

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