quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Critica: A verdade nua e crua

Entre verdades, desejos e sentimentos


As comédias americanas estão vivendo um bom momento. Um sopro de originalidade e uma ventilação de idéias acomete as mentes por trás da maquinação desses produtos. Fenômeno, em parte produzido pelo sucesso do diretor e produtor Judd Apatow, que mostrou que homem também pode ser material e público de comédias românticas, em parte, pela própria cadeia evolutiva dos relacionamentos entre homens e mulheres. No fundo no fundo, todos querem as mesmas coisas de outrora, só não precisa ser de forma casta e conservadora.
É justamente esse, o maior mérito de A verdade nua e crua ( The ugly truth EUA 2009). A fita do diretor Robert Luketic, que tem no currículo sucessos do gênero como Legalmente loira e A sogra, é perspicaz ao manusear as expectativas geralmente atribuídas as mulheres em um relacionamento e contrastá-las aquelas geralmente atribuídas aos homens. A velha batalha dos sexos ganha assim mais um capitulo. Com o diferencial de que o politicamente correto não faz intervenções aqui. A verdade nua e crua tem momentos de grosseria que há alguns anos eram impensáveis em uma comédia romântica, mas que se ajustam perfeitamente a demanda de um público mais desavergonhado.
Sexo, afinal de contas é muito importante. E não faz sentido tirá-lo da equação. É esse o maior acerto do filme. Equilibrar perfeitamente os clichês do gênero ( mocinho e mocinha se detestam, tem que trabalhar juntos, firmam pacto de cooperação, um passa a reparar mais o outro, dançam, se atraem, tentam evitar a verdade e acabam juntos) com as expectativas de uma platéia que quer sim, um final feliz e hollywoodiano, mas em uma embalagem diferente da de seus pais.
O resultado satisfatório é alcançado em grande parte pela química apimentada entre os protagonistas Gerard Butler, cada vez mais confortável no centro das atenções, e Katherine Heigl, que cada vez mais se afasta da pecha de estrela da TV e adquire status de diva da comédia.
Butler faz Mike, tipíco grosseirão que tem um programa em que dá dicas para os casais ajustarem seus relacionamentos. Sempre de uma forma machista e transloucada, o que vai de encontro não só às crenças de Abby (Heigl), sua produtora, como a forma dela de fazer tv. É a partir dessa desagradável situação que nasce o mais novo, quente e perfeito casal made in Hollywood.

Um comentário:

  1. Parabéns pela bela crítica ! O casal atuou muito bem e tiveram muita química! Sou fã do Gerard e neste ele arrasou!

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