sexta-feira, 11 de junho de 2010

Cantinho do DVD

O destaque desta semana é uma fita francesa que aborda um tema ainda polêmico em muitos países, mas que vem sendo tratado com naturalidade em muitos outros (em especial na Europa). Baby Love, uma comédia muito agradável, gira em torno de um homem, homossexual, que tenta realizar o desejo de ser pai. A fita não se investe de nenhum tipo de militância nem almeja doutrinar socialmente ninguém. É apenas um filme edificante, bem articulado e desprovido de qualquer preconceito. Vale a conferida.


Equacionando anseios de gênero!
Os europeus têm fama de serem mais flexíveis e tolerantes a determinadas questões sociais. Se a imigração ilegal ainda é um tópico delicado no velho continente, outras questões como a união homossexual já estão avançadas em muitos países da Europa. Baby love (Comme les autres, FRA 2008) é uma comédia com toques dramáticos que aborda com extrema sensibilidade, e ao mesmo tempo com desapego e simplicidade, um tema espinhoso em cinematografias de outros países. Na trama do filme, o pediatra Manu (Lambert Wilson) vive com o advogado Phillipe (Pascal Elbé) na que sua irmã classifica como a união mais estável que ela conhece. No entanto, Manu anseia ter filhos, no que é lembrado por seu parceiro da impossibilidade de tê-los já que é homossexual. Manu, no entanto, está convencido de que ser pai é sua grande ambição de vida. Phillipe, por seu turno, não alimenta essa aspiração. Eles separam-se e Manu se lança a todas as alternativas que dispõe para tentar ter uma criança. Até que a imigrante argentina Fina (Pilar López) surge em sua vida. De uma amizade acidental surge a possibilidade que ela seja barriga de aluguel para a criança e o desejo de Manu. No entanto, Fina acaba se apaixonando por ele.
Posto dessa maneira, Baby love pode soar como um drama romanesco, mas o diretor Vincent Garenq evita tanto o sensacionalismo quanto o tom militante. Ele resolve o seu filme com a benção dos clichês da mais estapafúrdia comédia romântica americana, o que para um espectador incauto pode soar vanguardista. Essa é justamente a grande sacada de Baby Love. Todos têm direito a felicidade. Principalmente dentro de uma estrutura narrativa convencional. A fita francesa é um prazer. Singela, pontual, bem urdida e com final feliz. Ou seja, todo mundo fica satisfeito no final. Os personagens e o público.

2 comentários:

  1. Nossa, esse é um bom filme e nem esperava que gostaria tanto - talvez, a boa direção e a forma natural que os atores personificam seus personagens proporcione uma boa identificação.

    Gosto do filme e da abordagem, me identifico em muito com Manu.

    Já apimentei sobre ele, se puder veja meu texto.

    Abraço

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  2. Obrigado Cris! É um bom filme realmente! Já li seu texto, mas vou dar uma outra olhada. Abs

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