domingo, 14 de agosto de 2011

Insight

O produtor Brad Pitt


Você o conhece como ator. E de uns tempos para cá tem se impressionado com as ótimas escolhas que Brad Pitt tem feito. Bastardos inglórios (2009), O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford (2007), Queime depois de ler (2008), Babel (2006) e o inédito Moneyball (2011) são alguns dos filmes em que Pitt se destacou como ator. O que muitos espectadores/leitores ignoram é que esse upgrade na carreira como ator se relaciona intrinsecamente com a descoberta de uma nova faceta de Brad Pitt por Brad Pitt: o produtor de cinema.
Tudo começou quando ele e Jennifer Aniston criaram a Plan B, que Pitt assumiu o controle inteiramente após o divórcio. A ideia era conferir visibilidade com o apoio da imagem do casal a projetos que não obteriam financiamento de outra maneira. Com a separação, a Plan B preservou a vocação para apoiar filmes menores, mas Pitt engajou-se na cata a esses filmes.
Um impulso positivo foi Os infiltrados, que Pitt considerou estrelar, mas comprometido com as filmagens de Babel – em que também atuava como produtor executivo – preferiu abster-se. Manteve-se como o segundo principal produtor da fita – abaixo apenas de Graham King que é uma espécie de agente do estúdio Warner Brothers entre produtores. Pitt lutou para que o estúdio bancasse uma campanha para o Oscar e deu resultado. Os infiltrados sagrou-se o grande vencedor do Oscar daquele ano e Pitt, além de possuir uma produtora, se viabilizava como produtor eficaz.

Pitt troca uma ideia com o diretor de Babel, Alejandro Gonzales Iñarritu: papel de coadjuvante e produção executiva


O drama indie Correndo com tesouras (2006), dirigido por Ryan Murphy – hoje festejado por sua cria Glee – foi dos primeiros projetos acolhidos pela Plan B. Pitt bancou o retorno de Angelina Jolie aos filmes de respaldo artístico em O preço da coragem (2007), do qual é o principal produtor. Ele participou ativamente da pré-produção ao lado do diretor inglês Michael Winterbottom. Curiosamente, a ideia de dramatizar a trajetória do jornalista americano Daniel Pearl morto por terroristas no Paquistão foi dos primeiros projetos da Plan B ainda com Jennifer Aniston ligada à produtora.
Ao intensificar sua atividade como produtor, Brad Pitt passou a peneirar mais os roteiros que recebia e não se furtou a hipótese de produzir os filmes em que tinha interesse em atuar. Foi assim com O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford, O curioso caso de Benjamin Button (em que retomou a colaboração com David Fincher), A árvore da vida (que estreou neste fim de semana nos cinemas brasileiros) e nos filmes ainda em produção Cogan´s trade e World war Z.
Foi pela recusa da Sony em lhe apresentar o roteiro do remake americano de Os homens que não amavam as mulheres, que David Fincher lança no final deste ano, que o ator recusou o papel que acabou ficando com Daniel Craig. O estúdio queria que Pitt assinasse o contrato com o roteiro ainda inconcluído. O Brad Pitt produtor não poderia compactuar com isso, portanto, o Brad Pitt ator disse não.

Brad Pitt foi a Cannes, em 2007, como produtor de O preço da Coragem e marido da estrela do filme. Na foto, acompanha os demais integrantes da equipe


Embora continue lançando, em média, um filme por ano como ator, Pitt investe com maior propriedade na função dos bastidores. Te amarei para sempre (2009), A vida íntima de Pippa Lee (2009), Kick Ass-quebrando tudo (2010) e Comer, rezar, amar (2010) têm em comum o nome de Brad Pitt como produtor. Uma característica que os três últimos apresentam é a atuação de Pitt como produtor, mesmo sem o envolvimento da Plan B. É Pitt alargando seu portfólio como produtor e investindo no metiê independentemente de atuar resguardado por sua produtora. Não que o futuro da Plan B esteja vinculado às conquistas pessoais de Pitt. A empresa já firmou acordos de distribuição com três grandes estúdios hollywoodianos: Paramount, Fox e Warner.
Brad Pitt caminha para constituir um legado totalmente diferente do que o que sua aparência já se encarregou de fazer.

4 comentários:

  1. Brad Pitt tá ficando que nem o vinho: mais velho, melhor. A maturidade fez bem para ele, não só como o ator talentoso que ele vem se revelando, como também como o produtor de obras relevantes que ele é. Só falta ele se aventurar na direção! :) Não sei se isso faz parte dos planos dele.

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  2. Grande Brad Pitt, um dos melhores atores de sua geração. ;)

    http://cinelupinha.blogspot.com/

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  3. E esse final foi o melhor! É verdade mesmo, essa questão do Brad Pitt produtor, que tem dado bastante orgulho aos cinéfilos... Meu maior orgulho é ele ter se aventurado em A ÁRVORE DA VIDA, filme que, embora eu não tenha gostado, admiro pela beleza estonteante e pela ousadia de ir contra TUDO o que se tem hoje no cinema...

    Realmente muito interessante essa nova faceta de Brad Pitt.

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  4. Kamila: Não faz não Ka. Pitt já disse que não pretende dirigir.
    Bjs

    Rafael W: Concordo plenamente.
    Abs

    Luiz: E tudo indica que Pitt atuará cada vez mais como produtor.
    Abs

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