terça-feira, 2 de agosto de 2011

Crítica - Capitão América: o primeiro vingador

Asas da liberdade!


Chris Evans estava receoso em assumir o posto de protagonista de Capitão América: o primeiro vingador (Captain America: the first avanger). Ele tinha medo de não estar à altura do desafio. Foi a partir de sua hesitação que Kevin Feige, o mega produtor da Marvel Studios, teve certeza que Evans era o Capitão América ideal. Não dá para dizer que Evans usou esse expediente da dúvida na sua composição de Steve Rogers, o franzino patriota que se vê como cobaia do exército americano para se tornar um supersoldado, mas é possível entender o raciocínio de Feige quando os créditos sobem. Evans facilita a identificação com Rogers em uma performance carismática, envolvente e rigorosa. Tanto antes de se tornar o Capitão América quanto depois.
E o filme se esmera em seu protagonista como que dependesse dele para alçar voo. Joe Johnston se recupera do tenebroso O lobisomem com essa aventura deliciosa em que o nazismo é pano de fundo para o surgimento do herói americano mais categórico em termos etimológicos.
Capitão América: o primeiro vingador, diferentemente do que se poderia supor, não é mero link para o Os vingadores. É um filme sólido, com ótimos momentos e uma trama, embora simplista, bem delineada.
Não se avexa de satirizar a própria figura ao submeter o Capitão América ao jugo da propaganda pró-guerra. Uma bifurcação de uma ideia já incutida no primeiro Homem de ferro. É lógico que todo aquele componente patriota, que desagrada a tantos, está presente. Mas de maneira inteligente, a produção evita os exageros e ainda brinca com o fato em uma fala do Caveira vermelha (encarnado com prazer pelo australiano Hugo Weaving ): “A arrogância pode não ser exclusividade dos americanos, mas ninguém é melhor do que vocês nisso”.

Evans em ação: o ator completou o personagem e vice versa



Capitão América: o primeiro vingador não deseja ser sério como X-men ou profundo como Batman, mas preenche uma lacuna nessa seara dos filmes de heróis: é o tipo de entretenimento para as famílias. Pode-se argumentar que esse não seria o público alvo, mas a Marvel com este filme vem flexibilizar essa noção de público alvo. Talvez por isso, Johnston, que foi assistente de Steven Spielberg em alguns filmes de Indiana Jones e começou de maneira promissora na direção com Jumanji, recupere a boa forma a frente de um filme formatado para levar a outro, mas com a incumbência de angariar mais fãs. Nessa conjunção de ambições, O primeiro vingador se mostra mais do que bem sucedido.
O elenco, afinadíssimo, contribui para o sucesso da fita. Tommy Lee Jones está impagável como o coronel cheio de frases de impacto que hesita em depositar a fé que Peggy Carter (Hayley Atwell) põe em Rogers.
Toby Jones, Stanley Tucci e Dominic Cooper também fazem participações inspiradas.
No final das contas, a fita é essa produção incapaz de desagradar. Em tempos que até a Pixar deu marcha a ré com Carros 2, voltar ao passado com o Capitão América é um alento e tanto.

5 comentários:

  1. Vou conferir ainda nesta semana atarefada (preciso ir ao cinema)e sua crítica e um alívio definitivo quanto a fita. Agora sim eu vou mais sossegado na matinê.

    Joe Johnston entende deste tipo de aventura - particularmente adoro o cenário nazista nos filmes e os mocinhos (pode ser americano) lutando contra os vilões alemães. Mas me parece que, sendo HQ, não é bem por aí e o Caveira Vermelha acaba sendo o principal antagonista desta fantasia. Hugo Weaving até faz bem o tipo, mas ainda não sei se vou gostar dele, rs!

    Descordo de vc quanto ao 'O Lobisomem'. Ainda deu pra assistir e adorei aquela direção de arte. Nos últimos anos Joe Johnston esta mais "cinemático" neste quesito.

    Abs.
    Rodrigo

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  2. É, acho que você gostou mais que eu, mas não é mesmo um filme ruim. Apenas não empolga. Mas, repito que já foi um upgrade em Thor.

    bjs

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  3. Achei um filme divertido, a frase que você cita é realmente algo que me chamou a atenção. Mas não gostei taaaanto do filme como você. De qualquer forma, indico-o. Meus alunos vivem me perguntando sobre o filme, e eu digo que é um filme bom, mas não dos que me agradam totalmente. Sei lá, tem vácuo demais, sabe?

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  4. Gostei do texto, Reinaldo. Defendeu muito bem os motivos que o levaram a ter apreço pelo filme e são os argumentos que fazem boas críticas ;)

    Mas discordo de muitos deles hehe. Não achei "Capitão América" ruim, mas é superficial em sua abordagem e isso me desagradou. Diferentemente de "Thor", que gostei da profundidade do texto e da concepção histórica, achei esse "C. América" decepcionante pq faltou substância. Por isso, acho que não sobrevive sozinho, porque assistido daqui há 10 anos por pessoas mais novas, a cronologia com "Os Vingadores" já era e aquele final foi de uma preguiça dos roteiristas em finalizar a história, que né...?

    O vilão também não bota medo nem em cachorro e não aprovei tanto as cenas de ação, pouco ousadas. Mas gostei de Evans e de todo o elenco secundário, principalmente TLJ, hehe, arrasando! Mas o filme em si, foi decepcionante, ainda que não seja de total reprovação.

    abraço!

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  5. Rodrigo Mendes: Acho que vc vai gostar do filme. Agora, cá entre nós, em O lobisomen, apenas a direção de arte, né? rsrs
    Abs

    Amanda:Tb acho superior a Thor.
    Bjs

    Luiz Santiago: Mas é entretenimento Luiz e acho que nessa perspectiva ele se realiza.
    abs

    Elton: Acho que mais do que fechar em Os vingadores, o filme leva o capitão para o presente (algo que já ocorreu nos quadrinhos)para as próximas aventuras do capitão mesmo ( e aí o público já estaria afeiçoado ao personagem).
    Realmente não vejo profundidade no texto, como não vi em Thor. Só que lá Brannagh e bons atores conseguiram driblar - em partes- as deficiÊncias do texto. sinceramente, no geral, acho Capitão América mais encorpado do que Thor. Algo que, sinceramente, duvidava que fosse acontecer. #JoeJohnstonfeelings

    Abs

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