quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Em off


Nesta edição de Em off, a boa fase de Ben Affleck, o elenco mais vistoso da história de Hollywood a serviço da paródia, o homem que irá comandar a festa do Oscar 2013, considerações sobre a escolha de O palhaço para tentar o primeiro Oscar do Brasil, a possível face cinematográfica de Julian Assange e o filme mais pessoal de Tim Burton.


Uma aposta certeira?

A escolha de Seth MacFarlane para ser o anfitrião do Oscar 2013 tem, pelo menos, um aspecto a seu favor: a surpresa. Mesmo com Ted, sua estreia na direção, sendo um dos grandes sucessos de bilheteria em 2012 – o único plenamente baseado em uma ideia original -,MacFarlane não fazia parte do pool de apostas que ano após ano toma conta dos analistas da indústria. Nesse contexto, bola dentro de Hawk Koch que reveste a primeira cerimônia sob sua presidência do apelo que seu antecessor Tom Sherak perseguiu e não alcançou.
MacFarlane pode significar a conquista de uma audiência que a Academia vem buscando relativamente sem sucesso. Além do mais, ele é um artista bem completo. Cantor, comediante, produtor televisivo, roteirista, ator e, agora, diretor de cinema. O repertório de gags cômicas de MacFarlane também impressiona. As expectativas naturalmente se agigantarão nos próximos meses. Mas MacFarlane, uma aposta ousada, inovadora e justamente por isso bem vinda, deve dar conta do recado.


Quando é esmola demais...
Todo mundo sabe exatamente o que esperar daqueles filmes que reúnem superelencos e todo mundo sabe mais ou menos o que esperar de paródias cinematográficas. Pois Movie 43, que tem lançamento previsto para janeiro de 2013 nos EUA, quer colocar essas percepções à prova.
O filme é constituído por diversos curtas e é dirigido por Brett Ratner. Elizabeth Banks, Mike Judge, Peter Farrelly e Bob Odenkirk. As primeiras imagens reveladas pela revista Entertainment Weekly mostram Jason Sudeikis como Batman, Justin Long como Robin e Emma Stone e Kieran Culkin tirando onda com seus personagens de Pânico 4. O filme promete ser bastante divertido e apresenta um casting dos mais estrelados já reunidos por uma produção hollywoodiana. Tente não perder o fôlego lendo esses nomes: Hugh Jackman, Kate Winslet, Halle Berry, Naomi Watts, Terrence Howard, Gerard Butler, Kristen Bell, Chloe Moretz, Josh Duhamel, Johnny Knoxville, Elizabeth Banks, Christopher Mintz-Plasse, Richard Gere, Live Schreiber, Anna Faris, Uma Thurman, Sean William Scott, Leslie Bibb, Ricky Gervais, Kate Bosworth, Patrick Warburton, Tony Shalhoub, Chris Pratt e Bobby Cannavale. 




 O mais novo “filme mais pessoal” de Tim Burton
Se tem um diretor que convive, e bem, com a alcunha de realizar filmes pessoais é Tim Burton. Em alguns casos, essa definição transbordou o marketing promocional como em casos de filmes como Edward mãos de tesoura (1990) e Peixe grande e suas histórias maravilhosas (2003). Mas Frankenweenie, que será lançado no início de novembro nos cinemas, está em outro patamar. O filme é um remake de um dos primeiros curtas produzidos por Tim Burton, com o mesmo nome, ainda em escala bastante amadora. Foi com Frankenweenie que Burton começou a amadurecer sua marca pessoal no cinema.
O filme conta a história do menino Victor que depois que seu cãozinho Sparky é atropelado, se dedica a trazê-lo de volta a vida – inspirado pelo clássico "Frankenstein".
Alguns cartazes promocionais do filme podem ser conferidos abaixo.





Por cima da carne seca

Em um ano com novos filmes de Paul Tomas Anderson, Steven Spielberg, Kathryn Bigelow, David O. Russell, David Cronenberg e William Friedkin, a única certeza que críticos colocam na disputa pelo Oscar de direção é Ben Affleck. Cada vez mais a vontade na função de diretor, Affleck viu seu Argo subir de cotação depois do festival internacional de cinema de Toronto. Muita gente na indústria acredita que o filme, que brinda o cinema de espionagem dos anos 70 e ainda faz uma crônica irônica sobre Hollywood, será a grande sensação da temporada do Oscar. Outros acreditam que a candidatura ganha ainda mais força pela polêmica despertada pelo fajuto filme anti-islã A inocência dos muçulmanos.
Em meio as entrevistas promocionais de Argo, que deve estrear nos cinemas brasileiros em novembro, Affleck comentou a respeito de seu arrependimento sobre o filme O demolidor, rodado em 2003 e disse que “seria um prazer dirigir um filme sobre 'A liga da justiça'”, mas ressaltou que são só boatos atrelando seu nome à produção ainda não confirmada pela Warner Bros.


Uma ou duas palavras sobre O palhaço
A escolha de O palhaço para representar o Brasil na briga pelo Oscar de filme estrangeiro foi a mais acertada em anos. O júri, é bem verdade, dispunha de um painel bem diversificado e com uma média de qualidade não verificada em outros anos. No entanto, se O palhaço é uma escolha bem embasada e que permite algum otimismo, é preciso dizer que talvez não fosse a melhor escolha disponível para enfrentar filmes de primeiríssima qualidade que países como Áustria, Itália, França e Coréia do Sul estão credenciando à disputa. Duas produções nitidamente inferiores a O palhaço, no entanto, reuniam alguns componentes mais palatáveis ao gosto da Academia. São elas Xingu, um épico suficientemente exótico e com a assinatura dos experimentados Fernando Meirelles e Cao Hamburger, e Heleno, drama biográfico tecnicamente perfeito e com uma grande atuação de um ator já atuante no mercado hollywoodiano (Rodrigo Santoro). O cinema brasileiro, vale lembrar, não conta com a boa vontade dispensada a filmes europeus ou ao cinema latino de língua espanhola. Essa barreira só poderia ser superada por um filme de extrema qualidade, mas vale lembrar que Cidade de Deus – que não foi indicado na categoria em 2003 – relativizou essa máxima. Uma alternativa, que o júri constituído ano após ano pelo MinC tem tentado antecipar, é adivinhar o humor da comissão responsável por eleger os indicados ao Oscar de filme estrangeiro. Dez anos depois de Cidade de Deus, surge a opção de escolher o melhor em detrimento do mais adequado. É uma boa opção. Principalmente se considerarmos o fato de que vinham escolhendo filmes medianos sob o pretexto de serem os mais adequados. Não eram. O palhaço, por toda essa conjuntura, pode ser o grande redentor do cinema nacional. Leia a crítica de Claquete do filme aqui.


A face de Assange

O ator Benedict Cumberbatch, visto recentemente em O espião que sabia demais e protagonista da série inglesa "Sherlock", está nos planos da DreamWorks para interpretar o australiano Julian Assange na biografia sobre o fundador do Wikileaks que o estúdio elabora. A produção, baseada nos livros “Wikileaks: inside Julian Assange´s war on secrecy” e Inside Wikileaks: my time with Julian Assange at the world´s most dangerous website”, deve ser dirigido por Bill Condon. O diretor dos dois últimos filmes da saga Crepúsculo já estaria em conversas com os produtores.
Vale lembrar que a HBO também produz um filme sobre Assange.

4 comentários:

  1. Curti a escolha da Academia por Seth MacFarlane. Assim como você disse, também credito que ele possa alcançar aquela "audiência" jovem que a Academia vem buscando ultimamente...

    Já fazia um bom tempo que eu vinha lendo sobre "Movie 43". Tanto que, pra mim, já estava virando até mesmo mito, rs
    Fico feliz que o filme saia mesmo do papel :)

    Espero que "Franknweenie" seja realmente bom. "Sombrasda Noite" não foi lá grande coisa... Anyway... É esperar pra ver.

    Não adianta: Affleck nasceu pra ser diretor (mesmo que seja bonito demais pra ficar apenas atrás das câmeras, há!). Curti bastante os seus dois últimos filmes e pelo visto "Argo" é muito bom também. Só espero que ele mude um pouco de "gênero" daqui pra frente.

    Concordo contigo sem tirar e nem por. Adorei terem escolhido "O Palhaço" como representante brasileiro para o próximo Oscar. Uma excelente escolha e mesmo e bem superior ao filme "Heleno"...

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  2. Pra ser bem sincero, as últimas cerimônias do oscar me levam a desconfiar de qualquer escolha da Academia. Eu sou muuuito fã do Oscar, mas nos últimos anos, as tentativas de mudança têm surtido o efeito contrário do as expectativas fazem supor. Em 2009, quando o Hugh Jackman foi o host e eles acertaram com a aquela apresentação dos atores e atrizes "ex-vencedores", foi show; depois, foram voltando atrás e a cafonice foi tomando conta. Esse ano foi especialmente sem sal (Billy Crystal? Ah, qual é... rsrs)

    Tô ansioso pelo Frankenweenie!

    Abraço!

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  3. A escolha do Seth MacFarlane como próximo host do Oscar foi a grande notícia cinematográfica da semana. Achei uma escolha corajosa por parte da AMPAS e espero que MacFarlane cumpra a aposta que estão fazendo em cima dele, apresentando um show arrojado e que fuja um pouco do tradicionalismo do Oscar. Que ele consiga vencer esta forte barreira.

    Gosto muito mais do Ben Affleck diretor que do Ben Affleck ator. As criticas positivas obtidas por "Argo" me deixam entusiasmadas para conferir mais esta obra dele.

    Beijos!

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  4. Alan:Tb gostei muito dessa escolha. Mas é preciso dar liberdade para o texto. De nada adianta colocar alguém cheio de potencial para presentar o Oscar e cercear sua liberdade criativa...

    Pois é, Movie 43 is happening...

    Acho que Affleck já está considerando incursões em novos gêneros. Mas, ao que consta, Argo mistura bem comédia e espionagem. Já é um exercício de narrativa diferente de "Medo da verdade" e "Atração perigosa".

    Abs

    José:Eu sou suspeito para falarpq gosto de Billy Crystal. Vale lembrar que a academia tentou por dois anos seguidos trazer Hugh Jackman novamente. Ele preferiu não voltar. Acho que MacFarlane, com a devida liberdade criativa, é uma escolha e tanto.
    Abs

    Kamila: Vamos torcer para ter um grande show! MacFarlane faz a mesma linha de humor de Jon Stewart. É promissor!

    Tb estou ávido por "Argo".
    Bjs

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