sábado, 4 de maio de 2013

Crítica - A morte do demônio


Ode ao gore!

O remake de A morte do demônio (Evil dead, EUA 2013) não é um filme para quem tem “nojinho”. Dito isso, a produção dirigida por Fede Alvarez deve agradar ao público que vê no terror hardcore a grande manifestação do gênero. Se essa versão perde no humor, na comparação com o filme original, ganha na tensão crescente injetada por Alvarez na trama. O roteiro, que teve supervisão de Diablo Cody, apresenta preocupações incomuns para o gênero como justificar a presença de um grupo de jovens em uma cabana isolada no meio da floresta. O roteiro, no entanto,  falha na pretensão nítida de relacionar a possessão demoníaca ao ônus de uma intervenção em viciados em drogas. Não se trata de uma comparação efetiva, mas de uma insinuação mal dosada que acaba empobrecendo o que poderia ser apenas um destacado mérito.

Sem búúú: o buraco em A morte do demônio é mais embaixo

Se há esse “porém”, A morte do demônio não economiza no sangue e nas mutilações, constituindo-se como uma ode ao gore. O aspecto trash, essência da trilogia original, parecia não fazer parte do pacote até a meia hora final, quando a tensão é tamanha que a realização, com a audiência já fisgada, manda ver no absurdo. No entanto, Alvarez não faz essa transição de maneira sofisticada – o que também compromete o final do filme. Uma vez que o público que desconhece o material original e vinha acompanhando um terror sem concessões ao risível – à parte a bem sacada (que vem do original) cena do estupro de uma das mulheres por uma árvore – pode não reagir bem à mudança de tom que caracteriza o desfecho do filme.
Esse ruído não depõe contra o talento de Alvarez, que merece um impulso em Hollywood, mas diminui sensivelmente a qualidade do entretenimento que A morte do demônio objetiva ser.
Como remake funciona tanto por preservar o espírito do original como por ser reverente a ele, mas como produto de seu espaço tempo se apequena ante produções que tem o original como referência. Um paradoxo que somente por existir tira o brilho do filme.

4 comentários:

  1. Como eu não gosto de filmes de terror/suspense e, muito menos, tenho estômago para isso, vou dispensar "A Morte do Demônio".

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  2. Pois é, talvez por ter o original em mente, gostei exatamente dessa meia hora final, hehehehe. O meio do filme foi muito cansativo para mim. E viu a cena pós créditos? Acho que foi o que mais gostei. :p

    bjs

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  3. Perdi a cena pós créditos e já falei pra Nanda que lamento, rs! O que não contei é que estava apertado pra fazer pipi. Fica pra quando assistir em DVd mesmo. rsrsrs

    O filme acabou me satisfazendo, claro que em comparação com o clássico, principalmente com a superengraçada segunda versão que é o de 1987 que de desdobra na Idade Média, enfim, nunca chegará aos pés. Mesmo assim, Alvarez compensa no suspense e tensão criada nesta nova moda de terror pesado estilo "Saw". Este Evil Dead é bem realizado em minha opinião.

    Abs.

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  4. Kamila: entendo...
    bjs

    Amanda: Eu tb gostei Amanda. Mas é uma mudança de tom muito brusca e mal desenvolvida. Não vi a cena pós-créditos. Mesmo problema do Rodrigo... rsrs
    Bjs

    Rodrigo Mendes: Concordo que é bem realizado, acho que poderia ser um filme melhor.
    Abs

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