Pelo prazer de filmar!
Aos 102 anos, o cineasta português Manoel de Oliveira não carrega apenas a singularidade de ser o mais idoso na função em atividade, é, também, dos mais comunicativos em seu ofício. Seu penúltimo filme, Singularidades de uma rapariga loura (Portugal, 2009), que finalmente chega às telas do país, é um júbilo ao ofício de narrar uma história. A adaptação do conto de Eça de Queiroz é filmada em tom de prosa pelo diretor, que não perde as ilusões poéticas de vista.

Macário (Ricardo Trêpa) trabalha como contador no armazém do tio, um senhor tão antiquado quanto monossilábico. Um belo dia, ao avistar uma loira tão tímida quanto provocante pela janela se apaixona. Macário se submete às tentações da paixão e decide afrontar o tio, que rejeita a ideia de casamento, para construir uma vida com a loira. Ele se decide por isso antes mesmo de conhecer a moça. Tudo isso, e o resto da história, nos será mostrado em um relato temperado por frustração e ansiedade de Macário para uma estranha em um trem que liga Lisboa ao interior.
Não espere por um filme de viço, Singularidades de uma rapariga loura é tão simplório quanto as fábulas morais infantis. O que interessa ao diretor luso é decalcar a obra de Eça com o requinte que sua bagagem centenária lhe permite.
Interessante, Reinaldo, não conhecia e fiquei curiosa.
ResponderExcluirbjs
Conheço pouco da filmografia do Manoel de Oliveira, mas teu texto tá tão bom que me deu vontade de conferir esse longa mais recente dele.
ResponderExcluirAmanda: É um filme interessante msm Amanda. Bjs
ResponderExcluirKamila:Obrigado Ka. O último dele é "O estranho caso de Angélica", que passou na Mostra de SP ano passado e tb esteve em Cannes. Esse Singularidades de uma rapariga loura" é seu penúltimo trabalho.
Bjs