sábado, 15 de agosto de 2009

Critica: Marido por acaso

Quando as certezas são paliativas!

Marido por acaso(Accidental Husband EUA/ING 2008), a mais recente comédia romântica em cartaz, não é nenhum supra sumo do gênero, nem mesmo se alinha a nova safra de romances que procuram se ater mais a realidade do que à fantasia. Contudo, a fita de Griffin Dunne cumpre o que promete com sobras.
Na trama, Uma Thurman faz Emma Llyod, psicóloga que faz sucesso dando conselhos amorosos em um programa de rádio de Nova Iorque. Prestes a lançar um livro novo no mercado e a se casar com seu editor o engomadinho Richard – interpretado com o habitual charme desengonçado por Colin Firth, ela tem sua vida virada do avesso quando descobre que já está casada. O que parece um engano, é na verdade uma vingança orquestrada por Patrick( Jeffrey Dean Morgan) que viu seu relacionamento ruir pelos conselhos de Emma.
Daí em diante a história segue os trilhos da previsibilidade. Contudo, tudo na mais perfeita harmonia. As piadas funcionam bem e o elenco está fantástico. Colin Firth, que parece não conseguir se livrar da pecha de Mark Darcy, seu personagem em Bridget Jones, consegue impor dignidade a um papel preso a limitações do gênero. Uma Thurman e sua beleza escandinava já haviam provado que também funcionavam em comédias, contudo, é aqui que são melhor aproveitadas. O grande destaque no campo das atuações no entanto, é Jeffrey Dean Morgan( o comediante de Watchmen), ator que cada vez mais atrai os holofotes para si. Cheio de carisma, o ator responde pelos melhores momentos do filme.
O interessante em Marido por acaso não é apenas a representação clássica dos arquétipos da comédia romântica. Sua mise-en-scène é muita próxima da que se dá na vida real. As certezas em relação as coisas do amor são tão efêmeras quanto elas aparecem na tela. As convicções nesse território não se ajustam as exigências do coração. Um filme simples mas com um discurso e tanto.

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