domingo, 26 de julho de 2009

Top 10

10 melhores atuações femininas da década:

10 – Kate Winslet por O leitor ( The reader 2008)

Interpretando uma mulher brutalizada e ainda assim de sensualidade marcante, Winslet dá vida a uma personagem das mais complexas que o cinema já concebeu. Uma mulher ignorante, simples, rígida, mas afável que esconde um segredo aterrador. Com o segredo jaz a consciência da personagem, que permanece imutável mesmo diante do mais absoluto mal. Em O leitor, Winslet se despe de qualquer traço de vaidade e se entrega a uma caracterização que exige extremo domínio e técnica apurada. Não a toa, ganhou todos os prêmios possíveis e imagináveis.

9 - Julia Roberts por Closer – perto demais ( Closer 2004)

Muitos cismam com Julia, não a acham grande atriz, muito menos merecedora do oscar que recebeu. Não só os leitores de Claquete não concordam – recentemente elegeram-na a melhor entre quatro atrizes presentes nessa lista- como sua atuação nesta fita de Mike Nichols prova que a atriz tem muito talento e basta ter um bom material para trabalhar e um bom diretor para dirigi-la.
Aqui ela faz uma mulher envolvida em um quadrilátero amoroso que cede a depressão sempre que se vê obrigada a fazer uma escolha em sua vida amorosa. A atriz está poderosa em cena e equilibra sabiamente a força de sua persona com a fragilidade emocional de sua personagem. Extraindo nuances sutis que passam despercebidas em um primeiro momento. A grande atuação da carreira da atriz. A acadêmia a premiou pelo filme errado. (Ela havia ganho alguns anos antes por Erin Brockovic – uma mulher de talento)

8- Merly Streep por As horas ( The hours 2002)

Atriz consagrada, recordista de indicações ao Oscar, era difícil imaginar que Merly não estivesse aqui. Em As Horas ela tem um papel relativamente pequeno, no núcleo menos desenvolvido do filme de Stephen Daldry. Contudo sua participação é marcante. Como uma editora independente, bem sucedida, mas carente que mantém uma relação homossexual problemática e cujo melhor amigo, e grande amor de sua vida, está morrendo de AIDS. Merly Streep consegue com alguns gestos, olhares penetrantes e muita convicção emocionar de uma maneira intensa. Uma atuação graciosa e realmente merecedora de reconhecimento.

7- Halle Berry por A última ceia (Monster´s ball 2001)

Sabe aquelas atuações que fazem você soluçar e sentir que determinada pessoa nasceu para fazer determinado papel. É o que Halle Berry fez acontecer nesse pequeno filme independente. Em A última Ceia, a atriz faz uma mulher que após perder o marido,executado na prisão, não sabe que rumo dar a sua vida. Imersa em dívidas e com um filho em constante necessidade dela, ela se refugia em uma relação conturbada com o homem responsável por executar seu marido. Filme fantástico que Halle Berry torna inesquecível devido a sua presença arrebatadora.

6- Sissy Spacek por Entre quatro paredes (In the bedroom 2001)

Poucas atrizes são capazes de mimetizar através de gestos, olhares e a própria presença todo um sentimento. Sissy Spacek consegue isso e vai além. Ela transmite para a platéia toda a angustia que sua personagem enfrenta. Aqui ela vive uma mãe em guerra silenciosa com seu marido, por que ambos elaboram o luto por seu filho de forma diferente. E também discordam sobre como proceder, já que o garoto fora assassinado. Filme poderoso que torna-se ainda melhor pela opção da realização de evitar o melodrama, opção esta, valorizada pela contida e pontual performance de Sissy Spacek.

5-Renée Zellweger por O diário de Bridget Jones ( Bridget Jones´diary 2001)

A atriz americana engordou, fez sotaque britânico e com muita graça e espontaneidade deu vida a célebre, e hoje até mesmo cult, Bridget Jones. A mulher que representa todas as mulheres. Zellweger não só alavancou sua carreira com esse filme, como mostrou que seu talento não conhecia limites. De espécie alguma. Uma performance que entrou para o imaginário cultural. A atriz tornou-se para toda uma geração, Bridget Jones. Um marco pop, legitimado por uma atuação grandiloqüente.

4- Nicole Kidman por Moulin Rouge – amor em vermelho ( Moulin Rouge 2001)

A atriz demonstra nesse musical colorido uma versatilidade inimaginável. Canta, dança, cativa e mais, brilha intensamente. Além é claro de atuar de forma sublime. É sua performance que dá liga ao filme de Baz Lhurman. No início da década a atriz passou pelo grande momento de sua carreira. Foram sucessivos sucessos de critica. Contudo nada se equipara a seu momento em Moulin Rouge. Aqui Nicole Kidman parece a última mulher da face da terra. E age como tal. A atriz incorpora de corpo e alma a cortesã Satine e transforma tanto o filme quanto a percepção da platéia em relação a seu talento.

3- Merly Streep por O diabo veste Prada ( Devil wears prada 2006)

Aqui no papel de megera, Merly Streep se diverte. Mas o faz de maneira tão deliciosa que é impossível resistir ao pedantismo da personagem. A chefe intratável que Streep dá vida aqui é já muito copiada na dramaturgia atual. Hollywoodiana ou não. Contudo, não há como emular o charme e o sarcasmo tão bem dosados pela atriz. Que além de viver a megera em suas minúcias soube desvelar camadas da personagem que eram só arranhadas no roteiro. Uma atenção que poucas atrizes conferem a um personagem tão específico. Atriz de método e muito conteúdo que é, Merly Streep mais uma vez surpreende e encanta.

2- Cate Blanchet por Notas sobre um escândalo (Notes of a scandal 2006)

Atriz prolífera e sempre ótima. Cate Blanchet é o equivalente feminino de Philip Seymour Hoffman. Com uma dezena de boas atuações na década, era obrigatório destacar um de seus trabalhos. Em Notas sobre um escândalo ela faz uma professora ginasial envolvida com um aluno. Ainda por cima se vê alvo da cobiça de uma outra professora que nutre por ela uma paixão platônica e está disposta a chantageá-la para materializar essa paixão.
Cate está maravilhosa. Ela simplifica suas cenas ao máximo. Mantendo sua personagem, suburbana por descrição, dentro do contexto sugerido pelo roteiro. Resistir as tentações de exagerar no registro foi o grande acerto de Cate que explicita toda a aflição de uma mulher perdida entre seus desejos, obrigações e receios.

1- Hillary Swank por Menina de ouro ( Million dollar baby 2004)

Poucas vezes no cinema uma atuação pareceu mais poderosa cada vez que se assiste a ela. Esse é o efeito que Hillary Swank alcança em Menina de ouro. Uma interpretação em que o coração ditou o tom. Swank vive uma garçonete que persegue seus sonhos com gana até que o destino lhe prega uma peça. Filme magistral que encontra na caracterização da atriz um de seus pontos altos. A atriz depois desse filme não fez mais nada relevante. Mas mesmo que o fizesse, dificilmente superaria esse momento de extrema sinergia.

5 comentários:

  1. Estou revoltada!
    Não tem Natalie Portman em "Closer"?
    A lista está muito boa, mas essa ausência é injustificável.
    Deixo consignada minha irresignação.
    Te amo, by the way! rs

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  2. e cadê a Meryl em O Diabo veste Prada!? (Julia Roberts sucks - et Closer aussi)

    FLCP

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  3. Oi já ouviu falar em Marion Cotillard? ¬¬

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  4. Eu trocaria fácil a Julia Roberts pela Natalie Portman e Closer. Aliás, eu acho a Julia Roberts a mais fraquinha dos quatro, que foram fenomenais.

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  5. Laura: Entendo e, em certo nível, concordo contigo Laura. Mas acho Julia Roberts fenomenal aqui. O que não quer dizer que Natalie não esteja... É uma percepção pessoal msm.
    Bjs

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