domingo, 19 de julho de 2009

Top 10: As dez maiores atuações masculinas da década

10 - Johnny Deep por Piratas do Caribe: A maldição do peróla negra


Ninguém acreditava quando via pela primeira vez, mas ao construir o personagem Jack Sparrow, Deep criava um ícone pop. Hoje, o personagem do filme da Disney é um ícone moderno e ajudou Deep a solidificar seu status de astro. O ator criou Sparrow a partir de uma bem sucedida colagem. Ele próprio admitiu que se inspirou nos trejeitos do roqueiro Keith Richards para compor Sparrow, o que motivou a participação de Richards no terceiro filme da já estabelecida franquia, como o pai de Sparrow. A colagem se efetivou com o acréscimo do excelente timing cômico do ator e seu carisma inesgotável.


9- Clive Owen por Closer - perto demais


Poucos conheciam Owen antes desse filme. Depois dele (e não de Rei Arthur como ansiavam alguns produtores) muita gente se interessou pelo ator britânico. Aqui ele faz Larry, um médico imerso em um imprevisível quadrilátero amoroso. O ator, magnético em cena, consegue roubar a atenção de seus colegas mais famosos. A seu favor, talvez pese o fato de que já havia trabalhado com o material anteriormente. O ator participou da montagem em Londres da peça na qual o filme se baseia, embora na ocasião vivesse um personagem diferente.
No filme, ele apresenta uma performance devastadora que impressiona toda vez que se assiste a ela.


8- Sean Penn por 21 gramas

Penn é um ator que devido a alguns aspectos de sua personalidade e celebridade tardou em ter seu talento reconhecido em grande escala. Tudo começou a mudar em 2003. E este filme de Alejandro Iñarritu foi preponderante nesse sentido. Aqui ele faz um homem que acabou de ter um coração transplantado e se lança na busca para saber quem foi o doador. Sua busca leva a tragédia em diversos termos numa trama muito bem engendrada pelo diretor, mas que ganha profundidade e verve na atuação destacada de Penn.


7- Philip Seymour Hoffman por Antes que o Diabo saiba que você está morto

Era preciso incluir Hoffman nessa lista. Talvez o ator mais constante, mais surpreendente e mais regular (no sentido de apresentar sempre grandes performances) da década. Mas por que filme? Talvez o nível de qualidade do trabalho de Hoffman possa ser melhor aferido nessa fita. Já que ele tem consideravelmente menos tempo em tela do que nas outras fitas pelas quais se destacou. No entanto, Hoffman domina a cena de uma maneira irreversível na pele de um homem que arquiteta um plano para roubar os próprios pais e sucumbe ás conseqüências.


6- Russel Crowe por Uma mente brilhante

Quando rodou esse filme, Crowe já era um astro mundialmente conhecido e premiado. Contudo, é justamente aqui que ele entrega sua melhor atuação. Como John Nash, o matemático esquizofrênico que precisou domar a própria mente para viver mas que revolucionou a economia moderna, Crowe demonstra total controle de sua criação (algo que escapa há muitos, e que muitos, não esperavam de um ator que usufruía de tamanha evidência), mantendo o equilíbrio necessário para que a caracterização não caia no ridículo tão pouco ceda ao dramalhão. Um trabalho notável de expressão e de domínio de linguagem corporal que lhe valeu quase todos os prêmios da temporada.



5- Tom Hanks por Estrada para perdição

Esse virou hours concours no Oscar. Com duas estatuetas no currículo e cinco indicações, o ator virou patrimônio da Hollywood atual. Em uma década em que foi menos ativo do que na anterior, Hanks esteve igualmente aprazível. Nesse drama de Sam Mendes, o ator vive um capanga da máfia que depois de traído e abandonado por seu grupo busca vingança ao lado de seu filho e nessa jornada passa a conhecê-lo de fato e a ponderar sobre suas escolhas e as escolhas que não gostaria que seu filho tivesse de encarar. Filme maravilhoso que só alcança toda a sua plenitude através da atuação segura e contida de Hanks.

4- Heath Ledger por O segredo de Brokeback Mountain
Até esse papel Ledger(1980-2008) não era um ator levado a sério. Depois dele angariou fãs ardorosos e detratores igualmente polivalentes. Aqui ele vive Ennis Del Mar, um cowboy sem muitas ambições e também muito conservador na conservadora sociedade do Wymonig dos anos 60 no centurião americano. Contudo, Ennis se envolve inapelavelmente com outro homem e passa o restante de sua vida divido entre a dor causada pela memória e consciência desse seu " pecado" e pela dor causada pela saudade desse "pecado". Ledger cria uma figura introspectiva, rude quase impassível e que não esconde o conflito instalado em sua vida. Uma atuação memorável e que reveste o filme de Ang Lee com toda a profundidade e melancolia pretendidas.


3- Clint Eastwood por Menina de Ouro

Não há necessidade de fazer apresentações aqui. Contudo, é imperativo afirmar que foi nessa década que Eastwood viveu seu melhor momento criativo. Seja como diretor, seja como ator. Tanto em um ofício, quanto no outro, Eastwood brilha intensamente nessa fita que da alienação total por parte do estúdio saltou para o Oscar de melhor filme entre outros prêmios.
Aqui o veterano ator vive Frank Dunn. Dono de uma acadêmia e treinador de boxe que carrega algumas mágoas e arrependimentos e encontra na improvável figura de uma lutadora, igualmente abandonada , a redenção. Eastwood, diretor e ator, sabiamente utiliza as marcas de seu rosto e toda a carranca que lhe é atribuída para emoldurar um registro perene e profundamente tocante.


2- Heath Ledger por Batman - o cavaleiro das trevas

Se há uma palavra que pode definir essa atuação é intensidade. O papel que o destino quis que fosse o testamento artístico de Heath Ledger (1980- 2008) foi também o que lhe deu o Oscar. Aqui ele não só interpreta o coringa - arqui rival do Batman- ele cria a mais sombria versão do personagem e estabelece um novo patamar para a vilania no cinema. Senhor de todas as nuanças de sua caracterização, a entrega de Ledger ao papel impressiona. Tanto que alguns mal informados atribuíram a sua sublime atuação à morte precoce. Um equívoco que em si, só ratifica o poder e a longevidade de seu trabalho.


1 - Sean Penn por Sobre meninos e lobos

Em um filme que trata de perda, dor e tragédia, nada é mais alusivo de todos esses elementos do que a atuação soberba de Sean Penn. Aqui ele vive um ex- presidiário que tenta arrumar a vida, contudo, após o brutal assassinato de sua filha ele volta a flertar com o crime. Equilibrando-se entre a ânsia por vingança e a dúvida acerca do envolvimento de um ex-amigo. A história obviamente vai além e toma rumos inesperados, e é na atuação de Penn que a platéia tem a noção exata do tamanho da tragédia que se contempla.
Penn protagoniza aqui, certamente uma das mais fortes cenas da década (foto ao lado). O momento em que descobre que sua filha está morta é provavelmente o grande momento de Penn como ator. É o auge de sensibilidade que se pode permitir. É impossível não sentir o coração se partir naquele momento repetidas vezes. Uma cena que quanto mais se vê, melhor fica!

2 comentários:

  1. Concordo em gênero, número e grau com esse Top 10.
    Não posso falar do Philip Seymour Hoffman por "Antes que o Diabo saiba que você está morto",por que não assiti, mas posso dizer que... bom, ele é Philip Seymour Hoffman!!! Um dos melhores atores da atualidade.
    Grande Top 10 do Claquete!

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  2. Pra mim a atuação de Ledger não é só a melhor de 2000 pra cá, mas como A maior de todos os tempos.

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